Mortes por envenenamento geram processo a 10 fabricantes nos EUA

Dez das maiores montadoras do mundo foram processadas nesta quarta-feira (26) por consumidores dos Estados Unidos, que as acusam de terem escondido riscos de envenenamento por monóxido de carbono em mais de 5 milhões de veículos equipados com ignição sem chave (a popular partida por botão), levando a 13 mortes.

De acordo com a queixa protocolada no tribunal federal de Los Angeles, o gás tóxico é emitido quando os motoristas deixam seus veículos ligados, por esquecimento ou por acreditar que, ao se afastar do automóvel munido da chave, que precisa estar próxima para o veículo funcionar, os motores se desligarão sozinhos, nas garagens das próprias casas.

Como, muita vezes, os carros varam a noite inteira funcionando e emitindo gás pelo escapamento, o monóxido de carbono acumulado acaba gerando problemas de saúde, por vezes fatais, aos proprietários.

Os réus citam BMW, Mercedes-Benz, FCA Fiat-Chrysler, Ford, General Motors, Honda, Hyundai-Kia, Nissan, Toyota e Volkswagen no processo, incluindo marcas subsidiárias desses grupos.

De acordo com a acusação, as empresas sabiam desde 2003, quando os primeiros modelos com partida por botão foram lançados no mercado americano, que esse tipo de ignição pode oferecer riscos de confusão, e ainda assim apresentaram os veículos como seguros.

O processo exige que as montadoras instalem um recurso para desligamento imediato do motor nessas condições, bem como o pagamento de indenizações às vítimas.

Poucas das fabricantes citadas se manifestaram até aqui. A Fiat-Chrysler declarou que "segue rigorosamente os padrões de segurança do país", e que sempre "alertou seus clientes para que fiquem atentos aos procedimentos de ignição dos veículos". Já a Ford ressaltou que seus carros possuem sensor que "emite alerta sonoro quando a porta é aberta e o motor continua ligado".