Topo

Família Peugeot pode entregar a marca à General Motors

De Londres (Inglaterra) e Paris (França)

27/06/2013 11h18Atualizada em 27/06/2013 18h14

A família fundadora da PSA Peugeot Citroen ofereceu abrir mão do controle da problemática montadora francesa, tentando estreitar os laços com a minoritária General Motors num acordo que contemplaria a injeção de capital novo, disseram fontes.

Mas qualquer negócio envolvendo a combinação entre a Peugeot e a divisão europeia da GM, a Opel, enfrentaria obstáculos políticos porque implicaria fechamento de fábricas e perda de empregos na França e na Alemanha, afirmaram à Reuters pessoas com conhecimento das discussões.

O clã da Peugeot, um dos três sobreviventes entre as maiores dinastias de veículos na Europa, e o presidente-executivo Philippe Varin se voltaram à minoritária GM, que detém 7% da empresa, depois de inconclusiva sondagem com outros investidores, incluindo a parceira chinesa Dongfeng, disseram as fontes.

"A GM enfrenta a mesma situação de sobrecapacidade da Opel, e é por isso que a PSA está tentando convencê-la a fundir as duas", afirmou uma das pessoas, que pediu para não ser identificada pois as conversas são confidenciais. "A família Peugeot aceitou que irá perder o controle, então este não é mais um problema".

A família Peugeot, que fundou a empresa em 1810 como um moinho de café, detém uma participação de 25,4% no capital total e direito de voto de 38,1% no grupo, que hoje luta para sobreviver.

Peugeot e GM se recusaram a responder perguntas sobre as negociações. "Nós não comentamos rumores ou especulações", disse o porta-voz da Peugeot, Jonathan Goodman. O presidente do conselho, Thierry Peugeot, e seu primo Robert, que comanda a holding da família, também declinaram dos pedidos de entrevista.

Antes de injetar mais dinheiro na sociedade, a GM precisaria de garantias em relação à margem para cortar a capacidade de produção à medida que controlasse a integração entre a Peugeot e a Opel, disseram as fontes.

A Peugeot, sua marca-irmã Citroen e a Opel estão entre as montadoras mais atingidas pela queda na venda de carros na Europa. O mercado deve registrar contração pelo sexto ano seguido, com vendas no menor nível em duas décadas.

Para a Peugeot, muito dependente dos resultados na sua própria região, esta é uma ameaça à sua própria existência. A companhia queimou 3 bilhões de euros (US$ 3,9 bilhões) em caixa operacional no último ano, e a baixa contábil de ativos ajudaram a aprofundar seu prejuízo líquido para 5 bilhões de euros.

A reviravolta na empresa reduziria o trio restante de dinastias de automóvel na Europa para um par: os Quandts, da BMW e os Agnelli, que continuam reinando na Fiat.