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Ford vê crescimento menor em 2012 e promete linha 100% nova até 2015

Projeto global, o hatch New Fiesta indica a estratégia a ser seguida pela Ford até 2015 - Divulgação
Projeto global, o hatch New Fiesta indica a estratégia a ser seguida pela Ford até 2015 Imagem: Divulgação

Por Alberto Alerigi Jr.

Em São Paulo

24/11/2011 17h48

A Ford, quarta maior fabricante de veículos do Brasil, estima um crescimento das vendas do mercado brasileiro de 4 a 5% no próximo ano, para cerca de 3,8 milhões de unidades, depois de 2011 em que o resultado sinaliza um desempenho ligeiramente abaixo do esperado pelo setor.

A expectativa divulgada nesta quinta-feira (24) pelo presidente da Ford para Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, contrasta com um cenário de crescimento de 1 a 2% comentado mais cedo pelo presidente da General Motors para América do Sul, Jaime Ardila, que viu a turbulência financeira internacional como motivo de preocupação para a economia brasileira (saiba mais aqui).

"Esperamos um crescimento mais alinhado com o PIB, de 4 a 5%", afirmou Oliveira a jornalistas em evento de distribuidores de veículos.

"Com o governo agora eliminando restrições a financiamentos de longo prazo, esse consumidor (de renda mais baixa) volta a ter financiamento", disse o Oliveira em referência à retirada das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo no final de 2010 para resfriar o setor.

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A avaliação de Oliveira é semelhante ao do presidente da associação que reúne as concessionárias de veículos do Brasil (Fenabrave), Sérgio Reze, que, por ora, estima alta de cerca de 3% das vendas no mercado interno em 2012, próximo do comportamento do PIB.

"O mercado brasileiro se estabilizou no patamar de vendas de 280 mil a 300 mil carros por mês, e isso não deve mudar enquanto não surgir nenhum desastre adiante", disse Reze a jornalistas após a palestra de Oliveira.

O executivo da Ford afirmou que o crescimento de 12% visto pelo setor em 2010 "não era sustentável" e comentou que a companhia estima para o Brasil em 2011 vendas no mercado interno entre 3,61 milhões e 3,65 milhões de veículos novos, ligeiramente abaixo da previsão da associação que reúne as montadoras do país (Anfavea), de 3,69 milhões de unidades.

Segundo Oliveira, o cenário de crise financeira na Europa não afeta diretamente o Brasil por causa do desempenho da economia do país. Ele disse também que a desaceleração sentida pelo mercado nas vendas do segundo semestre em relação aos primeiros meses do ano deveu-se às medidas macroprudenciais do governo, que começaram a ser retiradas.

O executivo reafirmou o plano da Ford de renovar 100% de sua linha de veículos no Brasil com plataformas compartilhadas pela marca globalmente -- para cortar custos e ganhar competitividade -- até 2015. O plano envolve investimento de R$ 4,5 bilhões.

"A agenda prioritária nossa é focar na melhora da competitividade (...) participação de mercado não é nossa prioridade número 1, mas crescer em volumes (de vendas) de forma rentável", disse.