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Metalúrgicos encerram greve em fábrica da Volks no Paraná

Por Alberto Alerigi Jr.

Em São Paulo

10/06/2011 16h56

Trabalhadores da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) decidiram nesta sexta-feira (10) encerrar uma das greves mais longas da história da empresa alemã no mundo, 37 dias, após um acordo com a montadora em torno de participação nos lucros e resultados (PLR).

Os trabalhadores da fábrica aceitaram receber uma participação nos lucros e resultados da unidade de R$ 11.500 cada ante reivindicação inicial de R$ 12 mil. Inicialmente, a Volkswagen oferecia R$ 4.600 numa primeira parcela e uma segunda posterior, cujo valor seria negociado com base em metas de produção.

O acordo aprovado nesta sexta-feira também inclui termos da discussão salarial que seria feita no segundo semestre. Com isso, os trabalhadores da unidade aceitaram reajuste salarial que repõe o INPC e inclui aumento real de 2,5% mais abono de R$ 4.200.

"Foi uma das greves mais longas da história da Volkswagen no mundo", afirmou Jamil D'Ávila, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, em entrevista por telefone logo após a decisão dos trabalhadores em assembleia.

Com o acordo, os trabalhadores voltam ao trabalho na próxima segunda-feira. Os metalúrgicos aceitaram desconto de dois dias no salário por mês até junho de 2012 como forma de compensar os 37 dias corridos de paralisação que fizeram a Volkswagen perder 28 dias de produção, disse D'Ávila.

A fábrica da segunda maior montadora do país em vendas é uma das mais novas da Volkswagen no mundo e produz os modelos Fox, Cross Fox e Golf. Durante a paralisação deixou de produzir cerca de 22 mil veículos, avaliados em R$ 1,1 bilhão, segundo informação do sindicato.

A greve chegou a causar escassez de veículos em concessionárias da marca no país, em um momento em que o Brasil se consolida como quarto maior mercado mundial, segundo dados da rede de distribuidores.

A mobilização dos trabalhadores na Volkswagen em São José dos Pinhais começou junto com manifestações nas vizinhas Renault e Volvo, que aceitaram no início de maio PLRs de R$ 12 mil e R$ 15 mil exigidos pela entidade sindical.