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Lucro trimestral da Toyota diminui pela metade, mas empresa eleva previsões

Tóqui/Japão

08/02/2011 11h10

(Reuters) - A queda de 48 por cento apurada pela Toyota Motor em seu lucro trimestral evidenciou a exposição da montadora ao iene valorizado. Ainda assim, a companhia elevou suas previsões para o fechado do ano para além das estimativas de mercado, apoiada em fortes vendas e corte de custos.

A Nissan Motor também deve apresentar, na quarta-feira, uma queda no ganho trimestral, decorrente da moeda valorizada e da demanda menor, enquanto a rival Honda Motor já reportou resultados mais fracos para o período.

A queda vista pela Toyota, no entanto, pode ser considerada a maior entre as montadoras japonesas, considerando sua maior exposição a exportações não rentáveis do Japão.

A Toyota teve lucro operacional de 99,07 bilhões de ienes entre outubro e dezembro, ante 189,1 bilhões de ienes em igual período do ano anterior. O lucro líquido caiu 38,9 por cento, para 93,63 bilhões de ienes.

A média das estimativas de nove analistas consultados pela Reuters apontava para lucro operacional de 70,6 bilhões no período.

A maior montadora de veículos do mundo exportou mais da metade de seus carros fabricados no Japão no ano passado, resultando em perdas para muitos deles em meio ao cenário do dólar bem abaixo do nível de 90 ienes.

Para o ano fiscal que termina em 31 de março, a Toyota elevou sua previsão de lucro operacional a 550 bilhões de ienes (6,68 bilhões de dólares), comparado à estimativa anterior de 380 bilhões de ienes, após os ganhos nos nove primeiros meses do ano superarem esse patamar.

Uma pesquisa com 23 analistas, feita pela Thomson Reuters I/B/E/S antes da divulgação dos resultados, previa lucro anual de 489 bilhões de ienes para a empresa.

"(A perspectiva revisada) está ligeiramente acima do consenso de mercado, mas, como já era esperado que a companhia elevasse suas previsões, não houve surpresa", disse Kazuyuki Terao, vice-presidente de investimentos na RCM Japan.

"Comparada a outras montadoras japonesas, a Toyota tem maior exposição ao mercado doméstico e, assim, está mais sujeita ao impacto negativo da lenta recuperação econômica do país."