Crise além do futebol: chinesa Evergrande perde bilhões com carro elétrico

Parte do grupo Evergrande, empresa gigante do setor imobiliário chinês que teve falência decretada na última segunda-feira, a New Energy Vehicle também corre sérios riscos após um prejuízo de US$ 9,95 bilhões (R$ 47 bilhões) contabilizado entre 2021 e 2022.

O que aconteceu

A Evergrande, que foi à falência após ter mais de R$ 1,6 trilhão em dívidas, tinha entre seus empreendimentos diversas áreas de atuação. À parte do negócio imobiliário principal, a empresa chegou a ter o naming rights do time de futebol Guangzhou Evergrande e possuía também uma fabricante de carros elétricos.

O patrocínio ao clube durou apenas até 2021, momento em que uma crise habitacional na China passou a desacelerar a Evergrande.

No mesmo ano, o modelo carro-chefe de sua marca automotiva, o Hengchi 5 da New Energy Vehicle (NEV), foi adiado para 2022. Suas vendas iniciaram em outubro, porém apenas 760 carros foram entregues e menos de 1.000 foram fabricados.

A NEV era a aposta da Evergrande para se tornar seu principal negócio em dez anos no início de sua crise, segundo o presidente do grupo, Hui Ka Yan.

No entanto, a tentativa recebeu um forte golpe neste ano ainda no início de janeiro, com o vice-presidente da NEV, Liu Yongzhuo, sendo detido sob investigação criminal. As acusações não foram divulgadas.

Com isso, as ações da montadora também despencaram no mercado. A Evergrande NEV tinha ambições de fabricar um milhão de veículos por ano até 2025.

A empresa de consultoria AlixPartners acredita que uma marca de veículos elétricos tenha que vender pelo menos 400 mil unidades anualmente para alcançar rentabilidade e que apenas 25 a 30 das 167 marcas de elétricas chinesas poderão sobreviver até 2030.

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