Chinês é seguro? Veja como foram carros de GWM e BYD em teste de colisão

Alguns anos atrás, os carros chineses eram vistos com desconfiança pelos consumidores brasileiros em relação a aspectos como qualidade construtiva e segurança. De fato, quando as primeiras marcas começaram a operar no país, e muitas delas já não estão mais aqui, era evidente a diferença nesses quesitos, para pior, na comparação com modelos de outras mais tradicionais.

O tempo passou, as montadoras da China evoluíram e, com elas, seus produtos também. BYD e GWM são bons exemplos dessa nova realidade: com foco em modelos elétricos e híbridos, a dupla chinesa mal chegou ao nosso mercado e já tem atraído os consumidores não somente pelo preço competitivo, mas também pelo design e pela tecnologia. E como fica a segurança?

Alguns veículos dessa nova geração de carros chineses recentemente lançados no Brasil, ainda importados, são vendidos também em mercados exigentes como o europeu e lá têm feito bonito nesse quesito.

Dois modelos da BYD que acabam de chegar ao nosso país foram avaliados neste ano em teste de impacto do Euro NCAP, correspondente europeu do nosso Latin NCAP, com cinco estrelas, que é nota máxima.

Eles são o Dolphin, atualmente o carro elétrico mais vendido do Brasil, com mais de 2,8 mil unidades emplacadas de janeiro a outubro deste ano, e o Seal, também 100% movido a baterias.

Equipado com airbags frontais e laterais, mais freios ABS e recursos como assistente de manutenção de faixa, detector de fadiga, alerta de colisão e frenagem automática de emergência, o exemplar do Dolphin foi avaliado pelo Euro NCAP com 89% de proteção para adultos, 87% para crianças, 85% para pedestres e 79% no que se refere a assistentes de segurança.

Já o Seal, com lista semelhante de equipamentos de proteção passiva e ativa, ficou com os mesmos percentuais nas três primeiras categorias e foi avaliado com 74% no quesito assistentes de segurança. Também da BYD, o SUV elétrico Yuan Plus, que na Europa é comercializado com o nome Atto 3, também recebeu cinco estrelas do Euro NCAP, em teste de impacto realizado em 2022.

A GWM também foi bem no crash-test do órgão europeu independente de segurança veicular. Em avaliação efetuada no ano passado, o compacto elétrico Ora Funky Cat, vendido aqui como Ora 03, igualmente recebeu cinco estrelas do Euro NCAP, com 92% de proteção para adultos, 83% para crianças e 74% para pedestres - já o percentual de assistentes de segurança ficou em bons 93%.

Nota máxima também na Austrália

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BYD Dolphin, Seal e Yuan Plus também são comercializados na Austrália e lá também receberam nota máxima na avaliação de impacto do ANCAP, correspondente australiano do Euro NCAP.

O ANCAP também deu cinco estrelas para o Ora 3 e o híbrido Haval H6, ambos da GWM e também vendidos no mercado brasileiro. Vale destacar que os modelos citados acima de BYD e GWM ainda não foram submetidos a crash-test do nosso Latin NCAP.

Chinês 'mais perigoso do mundo'?

Em 2020, um produto da GWM não teve a mesma performance em crash-test do Global NCAP para o mercado africano.

A picape Steed 5 tirou nota zero na proteção para adultos e recebeu uma estrela na proteção para crianças e, por essa razão, chegou a ser chamada de 'carro mais perigoso do mundo' pela imprensa especializada no exterior. O exemplar avaliado não possuía airbags nem freios ABS, o que contribuiu para o mau desempenho.

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Na colisão, a 64 km/h, o manequim do motorista bateu a cabeça no volante, mesmo com o cinto de segurança. Segundo o Global NCAP, houve uma deformação no habitáculo do veículo e movimento do volante.

É importante salientar que cada NCAP pode seguir critérios diferentes nas suas avaliações e que as exigências de itens de segurança podem variar de acordo com cada país ou região.

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