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Novo BMW X1: terceira geração cresce, fica mais potente e tecnológica

Rafaela Borges

Colaboração para o UOL

29/03/2023 08h00

O BMW X1 chega à sua terceira geração com mudanças internas e externas, mais tecnologia e dimensões superiores às do modelo anterior. Para o Brasil, vem com duas opções de motor turbo, o 1.5 e o 2.0, e três de acabamento. As primeiras unidades são trazidas da Alemanha mas, no mês que vem, o SUV de entrada da marca começa a ser feito em Araquari, em Santa Catarina.

A linha começa com a versão sDrive 18i, que tem preço sugerido de R$ 296.950. Depois, passa para as opções 2.0, que ganharam 20 cv ante o propulsor usado anteriormente. O sDrive 20i XLine sai por R$ 328.950 e o sDrive 20i MSport, por R$ 349.950. Essas duas configurações se diferenciam pela lista de equipamentos, e também por detalhes estéticos.

De acordo com a BMW, os 20 cv (a potência é de 204 cv) extras são resultado de mudanças no sistema de injeção e em componentes elétricos do motor. Porém, não há nenhum tipo de eletrificação. O conjunto não é híbrido leve - quando um propulsor a eletricidade auxilia o a combustão, mas não tem capacidade de impulsionar as rodas -, informa a marca.

O motor é apenas a gasolina. A BMW usa uma versão flex desse propulsor apenas no sedã 320i. Ele tem os mesmos 184 cv do X1 20i anterior. Por ora, não há previsão para preparar o propulsor do novo SUV para que possa ter a capacidade de rodar com gasolina a etanol.

As versões do X1 destinadas ao Brasil têm sempre tração dianteira. Em outros mercados, o SUV pode receber sistema 4x4 - nesse caso, o sobrenome do carro passa a ser xDrive, não sDrive.

Tecnologia

A BMW caprichou no pacote de conveniência, conforto e assistência do novo X1. Entre os destaques, o carro recebe o quadro de instrumentos integrado à central multimídia em duas telas curvas, direcionadas ao motorista. Trata-se de uma solução estética e ergonômica que já é usada em modelos como o elétrico IX e o renovado Série 3.

No multimídia sensível ao toque, além do assistente de voz com inteligência artificial da própria BMW, há ainda concierges como Amazon Alexa e Siri, da Apple. No menu intuitivo, a ordem dos ícones pode ser configurada, como em um smartphone, assim como a apresentação na página inicial da tela - o proprietário coloca em destaques as informações que preferir. Os bancos dianteiros podem vir com massageador, recurso acionado também nessa interface.

Ainda no capítulo conectividade, o carregador de smartphones por indução foi instalado em uma posição que deixa o aparelho com a tela voltada ao motorista. E há quatro entradas USB do tipo C na cabine, duas para os ocupantes da frente e duas para os de trás. Android Auto e Apple CarPlay têm conexão sem fio.

Outro destaque fica por conta do navegador GPS com realidade aumentada. Na função 3D, ele exibe detalhes das cidades - como edifícios e rios - em desenhos bem realistas. E, na versão M Sport, mostra imagens da câmera dianteira, junto com grandes setas de indicação, quando o motorista está se aproximando de uma conversão.

Entre os assistentes à condução, há o auxílio às manobras de estacionamento, o controlador de velocidade adaptativo e o leitor de faixas com função de manutenção e centralização. Dependendo da versão, há câmeras 360 com vista aérea.

Os faróis, por sua vez, são full-LEDs com sistema matricial - a tecnologia antiofuscamento adapta o facho alto automaticamente. Outro destaque fica por conta do sistema de som da Harman-Kardon.

Desenho e espaço

Nos faróis, tudo agora está concentrado no sistema full-LED. Por isso, o carro perdeu os auxiliares. O desenho do componente ficou mais fino e esticado que o do anterior. A grade está mais quadrada e maior. Na versão MSport, é preta, para diferenciá-la das demais configurações.

Além disso, para aprimorar a aerodinâmica, a grade abre e fecha de acordo com a velocidade e outros parâmetros do carro. As entradas de ar são integradas ao robusto para-choque dianteiro.

Lateralmente, as rodas têm 18" na versão 18i, 19" na XLine e 20" na MSport. Os para-lamas trazem formato levemente quadrado e são pintados na cor da carroceria. Visto de lado, o carro tem linha de cintura mais alta e está com mais jeitão de SUV que o modelo anterior. Além disso, as maçanetas agora são embutidas.

A traseira foi a parte em que o X1 mudou mais. Traz agora lanternas de LEDs (com assinatura na hora de abrir e fechar o carro) tridimensionais e um spoiler na parte superior da tampa. Uma tendência nos novos modelos da BMW, o SUV perdeu as saídas de escape aparentes. Já o porta-malas, com 476 litros de capacidade, tem abertura elétrica.

De acordo com a BMW, a plataforma é nova, mas a marca informa que ela compartilha alguns componentes com a antiga (chamada de UKL). O modelo cresceu 7 cm no comprimento, que agora é de 4,5 metros. Há também 2 cm extras no entre-eixos (2,69 m) e 2 cm na largura (1,84 m). A altura, de 1,64 m, ficou 5 cm superior à do modelo anterior.

Com as dimensões extras, o modelo agrada bastante no espaço traseiro. Dois ocupantes ficam com pernas e cabeças bem acomodadas. No centro, o túnel central não é dos mais altos, e dá para acomodar os pés sobre ele. Ainda assim, o passageiro dessa parte não viaja com muito conforto. O X1 tem saídas de ar-condicionado para os ocupantes de trás.

Cabine

A BMW caprichou no acabamento do novo X1. Há muitas superfícies emborrachadas em portas e painéis, e uso de alumínio em vários detalhes do carro. O volante multifuncional é novo, com comandos para o multimídia e os sistemas de assistência.

Seguindo a tendência inaugurada no IX, o X1 aposta na fórmula "menos é mais" para o interior. Por isso, no console central suspenso (também inspirado no do SUV elétrico), restaram poucos botões. Entre eles, há os para o volume do sistema de som e os modos de condução.

A alavanca convencional do câmbio foi trocada por teclas, e o botão "P" é tanto para a posição da transmissão quanto para o freio de estacionamento elétrico. O acionamento do ar-condicionado é agora no multimídia. O acesso à temperatura está sempre fixo na tela. Porém, para comandar velocidade e direcionamento, é preciso entrar na página do sistema - e abandonar a que está sendo vista, algo ruim se o motorista estiver usando, por exemplo, o navegador GPS.

Embaixo do console suspenso há amplo espaço para colocar objetos. Já os porta-copos ficam posicionados entre ele e o carregador de smartphones sem fio. Um dos itens que dão charme e muita iluminação à cabine é o teto solar panorâmico.

E por falar em iluminação, a cabine tem sistema personalizável. Dá para mudar a cor das luzes da porta e dos painéis - colocando tons de laranja ou azul, por exemplo.

Desempenho

As versões avaliadas foram a XLine e a MSport, ambas com o motor 2.0 de 204 e 30 kgfm. O câmbio é automatizado de sete marchas e duas embreagens. Os modelos de condução são o eficiente, o esportivo e o personal, nome dado à BMW a seu personalizável - em que é possível colocar a ação de cada componente em um comportamento diferente.

Não há alterações na suspensão do carro. Os modos de condução influenciam na maneira de agir apenas do conjunto do motor-câmbio e da direção. Esta já tem uma pegada bem BMW desde a função eficiente. O que isso significa? Oferece bom peso em altas velocidades, precisão e uma pegada esportiva que é típica de modelos da marca.

No modo esportivo, a direção fica ainda mais pesada, aumentando a ótima aptidão que o carro tem de fazer curvas com eficiência e muita firmeza na carroceria. Esta não inclina e, em altas velocidades, não balança. Aliás, o carro é também muito estável em acelerações com pé cravado no pedal da direita, condição em que a direção se mantém firme e a dianteira nem ameaça escapar.

As suspensões independentes nos dois eixos têm ajuste que contribui para esse caráter esportivo da dirigibilidade. É fácil identificar o X1 como um autêntico BMW, apesar da tração dianteira que, há alguns anos, não era nada comum nos modelos da marca. Os eficientes freios são a discos ventilados na frente e atrás.

Esportivo na pegada de direção e também na hora de acelerar? O X1 20i é ágil e ganha velocidade rapidamente. Vai bem em retomadas e ultrapassagens, mesmo aquelas em pistas simples, em que o carro tem de se mostrar mais pronto para converter logo a manobra.

Rápido o X1 é sim, mas não como um carro esportivo na hora de acelerar. Aliás, nem é isso que o SUV se propõe a ser. De acordo com informações da BMW, o SUV vai de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e atinge velocidade máxima de 236 km/h. O consumo é de 10,7 km/l de gasolina na cidade e de 13 km/l na estrada, também conforme a fabricante.