Placa Mercosul: como bandidos têm multiplicado clonagens e fraudes
No último fim de semana, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagraram um motorista transportando placas sem documentação no km 233 da Via Dutra. O veículo foi abordado durante uma fiscalização e, na revista, foram encontradas 33 placas veiculares padrão Mercosul sem números (caracteres) e sem nota fiscal.
O motorista do Nissan V-Drive, com placas de Belo Horizonte, afirma que o veículo era de uma locadora e estava apenas dando carona através de um aplicativo. O condutor alegou ser representante comercial, embora não tenha apresentado qualquer documento de vínculo comprovasse a informação, muito menos as notas fiscais das chapas base transportadas.
Segundo a Polícia Rodoviária, ele também alegou que as placas seriam de amostras, sem QR Code, mas algumas possuíam o referido código e sem a inscrição de amostra.
Esse é um de muitos outros casos de apreensão de matéria-prima para a produção de placas veiculares que vem acontecendo no Brasil e têm sido registrados pela polícia em abordagens polícias.
Delegacias de repreensão de crime de roubo de veículos têm realizado dezenas de operações em diferentes estados do Brasil, com a apreensão de matéria-prima e maquinários de produção de placas veiculares em fábricas clandestinas. Em muitos casos, são roubados material de fábrica legalizadas para abastecer a produção do mercado ilegal.
"O material adquirido é legal, próprio para confecções das placas, porém desviado para a confecção de placas clonadas. Existe a possibilidade de desvios das chapas, que são utilizadas para fabricação de placas veiculares, sendo necessário um controle rígido do Detran. Me parece que a solução é investir em tecnologia para que todos os processos possam ser auditados", afirma o delegado Gustavo Garcia, titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA) no estado de Mato Grosso.
Ele diz ainda que esse esquema contribui para o crescente caso de veículos clonados registrados pela polícia em operações. "São apreendidos, somente na nossa unidade, 2.000 mil veículos por ano, sendo que 90% foram recuperados com placas adulteradas, muitos na região de fronteira entre Brasil e Bolívia. Os criminosos burlam as fiscalizações dos agentes administrativos e confeccionam placas adulteradas".
Nessas operações, o que se pode constatar é que a fabricação acontece por desvios de placas de empresas legalmente constituídas.
Outros casos similares têm sido registrados pelas delegacias de diferentes estados. Recentemente, em Ceilândia (DF), a Polícia Militar flagrou uma quitinete que servia como um laboratório de clonagem de placas. No local foram apreendidas placas, drogas e munições.
O que chamou a atenção da polícia foram as características das placas: o material apreendido evidencia a perfeição com que era feita a clonagem. Materiais, como as chapas em branco e outras placas já estampadas com os alfanuméricos, foram encontradas no local.
O Rio Grande do Sul é outro estado que registra um número alto de apreensões e operações em fábricas irregulares de placas. Na última delas, a Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes de Roubo de Veículos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DRV/DEIC), com o apoio de agentes de Santa Catarina, realizou a operação que prendeu o principal receptador de veículos de luxo roubados na região.
A operação, que aconteceu nos municípios de Porto Alegre e Viamão (RS), além de Biguaçu e Palhoça (SC), teve como objetivo combater o crime de associação criminosa armada, roubos de veículos, porte ilegal de armas de fogo, receptações de carros roubados, adulteração de sinais identificadores, associação criminosa, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsos.
No mesmo mês uma outra operação foi realizada no estado em Nova Hamburgo, com apreensão de materiais, placas veiculares, matéria-prima e equipamentos para a adulteração. Foi feita uma prisão em flagrante pelos delitos de receptação e adulteração de sinais identificadores, realizada em uma fabriqueta de placas veiculares que cujo único objetivo era abastecer o mercado paralelo.
No local da fábrica clandestina foram apreendidos diversas chapas-base, modelos Mercosul e cinza (antiga), além de instrumentos e ferramentas diversas, utilizadas para a clonagem de veículos automotores.
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