Velocidade máxima: quanto é permitido dirigir acima do limite sem multas
Há quem goste de andar um pouco acima da velocidade permitida na via ou acelerar ainda mais. As duas formas de direção são repreensíveis, pois acarretam em multas e insegurança. A pergunta é: há alguma forma de andar um pouco mais do limite estabelecido e não ser multado? Sim, isso existe, porém, será bem difícil de você controlar - além de ser algo totalmente desaconselhado pelos especialistas ouvidos pelo UOL Carros.
Tanto velocímetros quanto radares têm uma certa margem de erro, algo criado não para o motorista andar acima do indicado, mas para dar uma segurança maior de aferição. Você talvez tenha notado que o GPS (ou um programa de navegação para smartphones) indica uma velocidade real diferente da apontada pelo velocímetro. Mas não caia nesse hábito, uma vez que é apenas uma questão de certificação, e não uma margem para fazer besteira.
"Apesar de a montadora poder chegar mais próxima dos 100% reais, esse erro existe, pois eles colocam para menos. A montadora toma o cuidado de usar essa margem para não colocar as pessoas em risco por questões de multa ou segurança", afirma Cleber Willian Gomes, docente do departamento de engenharia mecânica da FEI. É comum que um carro que marca 100 km/h esteja a uma velocidade 4 ou 5 km/h menor, raramente inferior a isso.
Em relação aos radares, eles precisam ter certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O instituto confere as definições estipuladas pela resolução 798/2020 e certifica cada modelo de radar.
A margem de erro varia de acordo com cada velocidade. A resolução 798 afirma que veículos que transitam a até 100 km/h têm margem fixa de 7 km/h. Se você estiver andando a 100 km/h, a velocidade considerada será de 93 km/h. Juntando com a possível margem de erro do velocímetro, você poderia escapar da multa mesmo se tivesse marcado quase 110 km/h no painel, em teoria.
A coisa muda a partir dos 101 km/h: sai o número fixo de desconto e passa a ser usado o percentual de 7% - nesse caso, a velocidade considerada seria de 94 km/h. Nas rodovias com limite de 120 km/h, você poderia rodar a 129 km/h e não ser multado, excluindo a margem de erro do velocímetro.
Mas engana-se quem acha que isso é uma boa ideia. Até porque o erro admissível no velocímetro e radares pode variar. E está errado o motorista que espera ganhar tempo andando ligeiramente acima do limite.
"Se a começarmos a avaliar que determinada velocidade tem margem de erro do velocímetro e do radar, não será possível prestar atenção com segurança, além de aumentar a distância necessária para uma reação e frenagem. Um computador pode fazer isso simultaneamente, mas não um ser humano. Mesmo o cruise control pode errar", alerta Cleber.
Afora isso, alterações no projeto original do veículo comprometerão qualquer margem de segurança. "Tem muita gente trocando rodas e pneus originais e colocando outros de maior diâmetro. A circunferência passa a ser muito maior, o que indica uma velocidade X no velocímetro, mas o carro está mais rápido do que isso. Exemplo: o motorista vê o velocímetro marcando 98 km/h, mas ele está a 110 km/h. Ele vai ser pego", calcula Marcus Vinícius Aguiar, vice-presidente da AEA.
Resumindo, ganhar um tempo mínimo no tempo da viagem pode custar muito caro. É um vacilo que não compensa, além da possibilidade de acidentes causados por distrações. Afinal, prestar atenção ao GPS ou não desgrudar os olhos do velocímetro é algo reprovável.
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