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Velocidade máxima: quanto é permitido dirigir acima do limite sem multas

Margem de erro do velocímetro não deve ser levada em consideração - Claudio Luis de Souza/UOL
Margem de erro do velocímetro não deve ser levada em consideração Imagem: Claudio Luis de Souza/UOL

Julio Cabral

Do UOL, em São Paulo

14/07/2022 04h00Atualizada em 14/07/2022 09h34

Há quem goste de andar um pouco acima da velocidade permitida na via ou acelerar ainda mais. As duas formas de direção são repreensíveis, pois acarretam em multas e insegurança. A pergunta é: há alguma forma de andar um pouco mais do limite estabelecido e não ser multado? Sim, isso existe, porém, será bem difícil de você controlar - além de ser algo totalmente desaconselhado pelos especialistas ouvidos pelo UOL Carros.

Tanto velocímetros quanto radares têm uma certa margem de erro, algo criado não para o motorista andar acima do indicado, mas para dar uma segurança maior de aferição. Você talvez tenha notado que o GPS (ou um programa de navegação para smartphones) indica uma velocidade real diferente da apontada pelo velocímetro. Mas não caia nesse hábito, uma vez que é apenas uma questão de certificação, e não uma margem para fazer besteira.

"Apesar de a montadora poder chegar mais próxima dos 100% reais, esse erro existe, pois eles colocam para menos. A montadora toma o cuidado de usar essa margem para não colocar as pessoas em risco por questões de multa ou segurança", afirma Cleber Willian Gomes, docente do departamento de engenharia mecânica da FEI. É comum que um carro que marca 100 km/h esteja a uma velocidade 4 ou 5 km/h menor, raramente inferior a isso.

Em relação aos radares, eles precisam ter certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O instituto confere as definições estipuladas pela resolução 798/2020 e certifica cada modelo de radar.

A margem de erro varia de acordo com cada velocidade. A resolução 798 afirma que veículos que transitam a até 100 km/h têm margem fixa de 7 km/h. Se você estiver andando a 100 km/h, a velocidade considerada será de 93 km/h. Juntando com a possível margem de erro do velocímetro, você poderia escapar da multa mesmo se tivesse marcado quase 110 km/h no painel, em teoria.

A coisa muda a partir dos 101 km/h: sai o número fixo de desconto e passa a ser usado o percentual de 7% - nesse caso, a velocidade considerada seria de 94 km/h. Nas rodovias com limite de 120 km/h, você poderia rodar a 129 km/h e não ser multado, excluindo a margem de erro do velocímetro.

Mas engana-se quem acha que isso é uma boa ideia. Até porque o erro admissível no velocímetro e radares pode variar. E está errado o motorista que espera ganhar tempo andando ligeiramente acima do limite.

"Se a começarmos a avaliar que determinada velocidade tem margem de erro do velocímetro e do radar, não será possível prestar atenção com segurança, além de aumentar a distância necessária para uma reação e frenagem. Um computador pode fazer isso simultaneamente, mas não um ser humano. Mesmo o cruise control pode errar", alerta Cleber.

Afora isso, alterações no projeto original do veículo comprometerão qualquer margem de segurança. "Tem muita gente trocando rodas e pneus originais e colocando outros de maior diâmetro. A circunferência passa a ser muito maior, o que indica uma velocidade X no velocímetro, mas o carro está mais rápido do que isso. Exemplo: o motorista vê o velocímetro marcando 98 km/h, mas ele está a 110 km/h. Ele vai ser pego", calcula Marcus Vinícius Aguiar, vice-presidente da AEA.

Resumindo, ganhar um tempo mínimo no tempo da viagem pode custar muito caro. É um vacilo que não compensa, além da possibilidade de acidentes causados por distrações. Afinal, prestar atenção ao GPS ou não desgrudar os olhos do velocímetro é algo reprovável.

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