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Falha que afeta motor faz Fiat e Jeep consertarem SUVs e Toro já vendidos

Algumas modelos turbo da Fiat e da Jeep estão passando por uma substituição na bomba de óleo - Divulgação
Algumas modelos turbo da Fiat e da Jeep estão passando por uma substituição na bomba de óleo Imagem: Divulgação

Paula Gama

Colaboração para o UOL

06/07/2022 04h00

A Fiat e a Jeep emitiram um comunicado para sua rede de concessionários autorizando a troca da bomba de óleo de carros com os motores turbo T200 e T270, que equipam os modelos Pulse, Toro, Renegade, Compass e Commander. A recomendação é para veículos produzidos entre janeiro e abril de 2022.

Apesar de autorizar a substituição da peça, a Stellantis não fez um chamado para recall, pois, segundo a marca, o defeito não apresenta risco à saúde ou à segurança dos consumidores.

O documento emitido aos concessionários da Fiat diz que é esperada uma taxa de substituição da bomba de óleo de apenas 2%. Aos concessionários Jeep não é apresentada nenhuma estimativa.

Como se trata de veículos com poucos meses de uso, ainda não há relatos sobre os efeitos que o problema na bomba de óleo pode causar, mas o principal sintoma é o acendimento da luz espia de avaria do motor no quadro de instrumentos. No entanto, de acordo com o engenheiro mecânico André De Maria, defeitos desse tipo reduzem a vida útil do motor.

"Há carros com menos de 10 mil km com a luz espia acesa. A questão é que quando chega a esse nível, em alguns casos, a degradação do motor já começou. Um motor que duraria 200 mil km pode começar a apresentar problemas sérios com 40 mil km. A luz acesa é um mau presságio de um problema grande que virá no futuro", avalia o engenheiro.

Todos os veículos podem ser avaliados

A Stellantis confirmou a emissão de uma orientação técnica às oficinas autorizadas para análise e, se necessária, a substituição da bomba de óleo para algumas unidades produzidas de janeiro a abril de 2022 e equipadas com motores turbo, em caso de lamentação do consumidor ou preventivamente, em revisões na rede de concessionárias.

A marca também garantiu que o problema não apresenta nocividade ou periculosidade, elementos que, por lei, obrigariam um chamamento para recall.

"Essa ação constitui o compromisso da Stellantis em assegurar a contínua melhoria da qualidade de seus produtos e não representa risco à saúde ou segurança dos consumidores", afirmou a marca por meio de nota.

O grupo não explicou exatamente qual é o problema existente na peça, mas afirmou que "algumas bombas de óleo, rastreadas e identificadas, podem sofrer um desgaste fora do padrão. Este detalhe não gera diminuição da vida útil do motor e nem desligamento do veículo sem aviso", disse a Stellantis.

Direito do consumidor

Consultamos um advogado especializado em causas envolvendo defeitos de fábrica em automóveis para entender quais as obrigações da marca diante do problema. Manoel Tadeu Machado de Menezes explica que seria necessária uma perícia para entender se o defeito realmente não põe em risco a vida dos ocupantes.

"Se o problema fizer o carro parar, por exemplo, já põe em risco a segurança do motorista e passageiros. Quando a marca decide só fazer a substituição nos carros que forem até ela, está sendo negligente com os demais", opina.

Menezes explica que o argumento de que o problema não põe em vida a segurança e a saúde dos usuários seria válido para erros em uma central multimídia, por exemplo, e não no motor do veículo.

"A Fiat e a Jeep devem se responsabilizar por danos que decorrerem da falha na peça. O correto seria informar todos os consumidores da necessidade da substituição da peça. Da forma que está sendo feita, o tempo vai passando, o carro sai da garantia e o proprietário terá que arcar com o problema no futuro", finaliza o advogado.

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