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Carro no temporal: como encarar alagamentos e o que é coberto pelo seguro

Em caso de enchente, a recomendação é sair do automóvel com segurança e esperar que o seguro retire o veículo com guincho - UESLEI MARCELINO/REUTERS
Em caso de enchente, a recomendação é sair do automóvel com segurança e esperar que o seguro retire o veículo com guincho Imagem: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Paula Gama

Colaboração para o UOL

02/02/2022 12h32

O período de chuvas, que tem afetado especialmente os estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo, a cada ano tem se revelado mais intenso. Janeiro mal terminou e mais de 500 cidades já decretaram situação de emergência no país. As enchentes, tão comuns nesta época do ano, colocam em risco a vida e o patrimônio das pessoas, e deixam no ar uma pergunta para os motoristas que contrataram ou pensam em contratar um seguro: há cobertura para veículos atingidos por alagamentos e inundações?

O presidente da Comissão de Seguro de Automóvel da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), Marcelo Sebastião, explica que sim, mas depende da opção contratada.

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"As seguradoras disponibilizam diversos planos de seguros, mas o seguro compreensivo, aquele popularmente chamado de seguro total, é o que garante cobertura securitária para submersão parcial ou total do veículo em água doce, proveniente de enchentes ou inundações, inclusive no caso de veículos guardados em subsolo, além da queda de árvores e muros sobre o veículo", afirma.

Embora os danos provocados por chuva e granizo estejam tradicionalmente cobertos pelas apólices de Seguro Auto, por serem considerados provenientes de causas naturais, é importante sempre verificar as condições gerais do contrato e, se for o caso, buscar orientação com o corretor de seguros.

A associação de defesa do consumidor Proteste esclarece, no entanto, que quem possui um seguro automóvel que contém apenas a cobertura de responsabilidade civil facultativa (RCF), por exemplo, não tem direito à indenização, já que essa cobertura não abrange o dano decorrente de alagamento e/ou inundação.

A chuva apertou, o que devo fazer?

O mais recomendado nessas horas é não colocar o veículo na rua. Mas, se não for possível, o primeiro passo antes de atravessar uma área alagada é observar outros carros que estão trafegando na rua. Se a água estiver ultrapassando a metade da roda, é melhor desistir, pois o risco de entrar no motor e em outros equipamentos importantes é grande. Outro perigo é cair em buracos e bater em obstáculos que podem ter sido arrastados pela chuva.

Se decidir que dá para enfrentar a inundação, espere todos os veículos passarem para, então, seguir. Faça um trajeto lento e em velocidade constante, para evitar a formação de ondas, que podem levar a água até o seu escapamento, causando um calço hidráulico. Outra dica importante é desligar o ar-condicionado, para evitar que a água seja sugada e estrague outros elementos do veículo.

Quando a situação é mais grave e se torna impossível ultrapassar ou fugir da área alagada, de acordo com o presidente da Fenseg, as seguradoras orientam que seus clientes procurem locais mais altos para deixar seu veículo até que as águas baixem.

"Se não houver essa possibilidade, saiam do automóvel em segurança, já que o seguro se encarregará do restante tão logo seja possível acessar o local", informa.

Como ter acesso à indenização

Segundo a Proteste, se você já confirmou que tem direito à indenização, o primeiro passo é entrar em contato com a seguradora para informar o prejuízo ou até mesmo para solicitar o guincho para a retirada do veículo do local da inundação.

"No primeiro momento, você não poderá efetuar nenhum reparo no veículo danificado, pois a seguradora irá realizar uma inspeção para verificar se o dano que você sofreu foi parcial ou total. No caso de dano parcial, você participa no prejuízo do dano com o pagamento da franquia. Porém, se o dano for inferior à franquia cobrada, você arcará sozinho com o prejuízo", esclarece a associação de consumidores.

O dano total só é caracterizado se os prejuízos causados ao veículo resultantes de um mesmo sinistro atinjam ou ultrapassem 75% do limite máximo de garantia. Nesse caso, o consumidor não participará com nenhuma quantia, e a indenização será integral.

O pagamento de indenização demora de cinco a sete dias, em média. Para a FenSeg, o mais importante é garantir agilidade e segurança no atendimento aos clientes, como forma de minimizar as perdas. Daí a importância de entrar logo em contato com a seguradora e comunicar o sinistro.

"Basta informar todos os dados do veículo, explicando exatamente o que ocorreu. Várias empresas já oferecem atendimento pela Internet ou pelo aplicativo do telefone celular", lembra a instituição.

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