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Anfavea: produção de veículos cai 21,1% em março por conta do coronavírus

Fábricas estão paralisadas em todo o país por conta do Covid-19 - Divulgação
Fábricas estão paralisadas em todo o país por conta do Covid-19
Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/04/2020 11h32

Resumo da notícia

  • Paralisação de fábricas afetou diretamente a produção de veículos em março
  • Queda no período de janeiro a março deste ano foi de 16% em relação a 2019
  • Entidade diz que ainda não pode rever "com segurança" as metas para 2020

A produção de veículos novos no Brasil despencou 21,1% em março. Os resultados foram divulgados hoje (6) pela Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) e a queda foi atribuída à pandemia do coronavírus.

Praticamente todas as montadoras foram afetadas e paralisaram suas produções. Assim, foram feitas 189.958 unidades, contra 240.763 no mesmo período de 2019. Frente a fevereiro deste ano, quando 204.200 unidades foram produzidas, a queda foi de 7%. No resultado acumulado de janeiro a março, a queda foi de 16%.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a queda na produção não aconteceu pela falta de componentes, mas sim pela paralisação de praticamente toda a indústria automotiva em março.

Exportações em queda

As exportações também sentiram os efeitos do coronavírus. Em março, a queda foi de 21,1%: foram exportadas 30.772 unidades, ante 39.018 do mesmo período em 2019.

Comparando com fevereiro, a queda foi de 18,3% e, no acumulado, o declínio foi de 14,9%. Bom lembrar que as vendas externas já apresentavam queda há alguns meses, principalmente por conta da crise vivida pela Argentina.

Sem revisar projeções

Sobre os resultados futuros, Moraes fez uma previsão pessimista. "A situação vai ser mais impactante em abril", afirmou.

Mesmo assim, a entidade preferiu não revisar as projeções que tradicionalmente são divulgadas no começo de cada ano. Em janeiro, a Anfavea projetou alta de 7% na produção de veículos leves e queda de 10,4% nas exportações em 2020.

"É uma crise muito profunda. Afeta o consumidor final, a produção, investimentos e o mercado financeiro. A gente não tem condições de tentar fazer uma estimativa do que vai acontecer em 2020 com segurança", declarou.