Cronos é o último: por que câmbios automatizados caminham para morrer
Resumo da notícia
- Câmbio automatizado se popularizou por ser alternativa barata à caixa automática
- Marcas como Chevrolet, Fiat, Renault e VW apostaram na transmissão
- Custo de manutenção é mais elevado do que carros com câmbio manual
Foi no fim dos anos 2000 que uma solução mais barata aos câmbios automáticos se popularizou no Brasil. Os câmbios automatizados tomaram conta da indústria nacional e várias montadoras abraçaram a ideia. Fiat, Chevrolet, Volkswagen e Renault foram algumas delas.
Só que os anos passaram, o custo de produção dos câmbios automáticos caiu por conta da maior demanda por este equipamento e os automatizados foram deixados de lado.
Hoje, o Fiat Cronos 1.3 (vendido por R$ 66.690) é o único modelo equipado com a controversa transmissão, que nunca caiu no gosto de uma parcela de motoristas por conta dos solavancos causados pelo sistema - que, é bom frisar, é bem diferente de uma caixa automática.
Quais são as diferenças?
Um câmbio automatizado é muito semelhante a uma transmissão manual. Embreagem e câmbio, inclusive, são idênticos. A diferença está na presença de dois sistemas auxiliares, que podem ser eletro-hidráulicos ou totalmente eletrônicos. Um deles desacopla o motor da transmissão, enquanto o outro engata as marchas.
O sistema eletrohidráulico FreeChoice, fabricado pela Magneti Marelli, é o mais popular no mercado e equipava modelos de Fiat (conhecido pelos nomes Dualogic ou GSR) e Volkswagen (cujo nome comercial era I-Motion). Uma central eletrônica de transmissão gerencia o sistema, que atua em conjunto com a central eletrônica do motor e determina a marcha mais adequada de acordo com condições como velocidade e pressão no pedal de acelerador.
Já o sistema 100% eletrônico foi produzido pela ZF Sachs e possui três motores elétricos de corrente contínua, responsáveis por administrar o acionamento da embreagem, seleção e engate das marchas. Não há contato mecânico entre alavanca de câmbio e caixa da transmissão, e um módulo de controle atua com o módulo do motor, que determina qual marcha engatar de acordo com a velocidade do veículo e a pressão no pedal de acelerador. Os Renault Sandero e Logan utilizavam este tipo de transmissão, chamada pela marca de Easy-R.
Cuidado com os trancos
Um dos principais problemas dos câmbios automatizados é o funcionamento pouco suave, especialmente nos primeiros modelos. Quem já dirigiu os primeiros modelos equipados com câmbio Dualogic deve se lembrar dos trancos nada suaves a cada troca de marcha.
Mas isso não era exclusividade da caixa fabricada pela Magneti Marelli. Pelo menos os trancos diminuíam consideravelmente se o motorista tirasse o pé do acelerador a cada troca de marcha. Bastava apenas identificar o momento em que a caixa realizava as trocas.
Outro problema que exigia adaptação por parte do motorista era na hora de estacionar, já que o veículo automatizado não se movimenta quando o condutor tira o pé do freio, como ocorre em um carro automático.
Sendo assim, o motorista precisava ter cuidado para não acelerar demais ao fazer uma baliza, por exemplo. Posteriormente, esse inconveniente foi corrigido com uma função chamada "creeping", na qual o carro se movimentava de forma mais suave sem a necessidade de acelerar demais.
Manutenção é mais cara
Ao contrário do que muita gente pensa, a manutenção dos câmbios automatizados não é muito complicada. Entretanto, por conta dos componentes eletrônicos, o profissional precisa saber como mexer neste tipo de transmissão e possuir equipamentos adequados para tal.
Porém, o valor do reparo pode ser bem maior do que em um carro com câmbio manual devido ao maior custo de mão de obra, justamente por conta dos motivos citados acima.
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