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Audi Q3 mostra autonomia de SUV a diesel em superteste de 3.000 km

Leonardo Felix<br>Murilo Góes

Do UOL, em São Paulo (SP)

15/09/2016 08h00

A proposta do Audi Q3 1.4 nacional -- motor turbo de 150 cv só a gasolina e tração dianteira -- está mais para uso urbano, certamente. Mas ainda estamos falando de um SUV, então seria natural esperar dele versatilidade para andar em rodovias.

UOL Carros fez um superteste de quase 3 mil quilômetros com uma unidade da versão de entrada Attraction, R$ 142.990, e atestou que o Q3 1.4 pode, sim, ser um bom companheiro de estrada. O ponto mais forte, provavelmente, está na autonomia similar à de um utilitário movido a diesel: 13,6 km/l de consumo médio, que permitiu rodar trecho de até 800 quilômetros sem precisar abastecer.  

O que o Q3 nacional tem

Pelo preço inicial sugerido, a versão Attraction inclui: volante multifuncional com aletas para trocas de marcha, manopla de câmbio e bancos revestidos de couro sintético; assistente de partida em aclives; assento do motorista com regulagem elétrica de altura, distância e lombar; sensor de chuva; start-stop (desligamento automático do motor em paradas breves); sistema de entretenimento com rádio, Bluetooth e comando de voz. O ar-condicionado, porém, é manual. 

Na segurança, há seis airbags (frontais, laterais e de cortina); freio de estacionamento elétrico; controle de estabilidade e tração; faróis bixenônio com luzes diurna em LED, ajuste automático de altura do facho, acendimento automático e limpadores; lanternas traseiras de LED; ganchos Isofix para cadeirinhas na fileira traseira; e sensor de estacionamento traseiro.

Completam a gama do Q3 produzido em São José dos Pinhais (PR) a versão intermediária Ambiente, R$ 153.990, além da de topo Ambition, R$ 169.990.

Tabela de opcionais conta com: pintura metálica/perolizada (R$ 1.500); conjunto óptico dianteiro todo em LED (R$ 7.500); pacote tecnológico com abertura das portas e partida com chave presencial, assistente de estacionamento, câmera de ré e sistema de som Bose (R$ 10.000); e pacote de conveniência com assistentes de manutenção de faixa, farol alto e manutenção automático dos freios ativados com o veículo parado (R$ 5.500).

São valores elevados, sem dúvida, mas que podem valer a pena pelo equilíbrio entre desempenho e consumo -- além, é claro, do status que a marca premium carrega, algo que acaba "inflacionando" a etiqueta final.

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Na estrada

Óbvio que propulsor 1.4 TFSI (4-cilindros, com turbocompressor e injeção direta), da mesma família de A3 Sedan nacional e dos Volkswagen Golf e Jetta, não está focado em desempenho esportivo. Além disso só usa gasolina.

Todavia, os 150 cv de potência (entre 5.000 e 6.000 rpm) e 25,5 kgfm de torque (a ótimos 1.500 giros) dão conta de entregar rendimento satisfatório tanto em vias urbanas quanto numa rodovia a 120 km/h, apesar de o utilitário pesar mais de 1.400 kg.

O principal: após 2.825 quilômetros rodando entre os Estados de São Paulo e Paraná, sempre com ar ligado e mesmo sem preocupação em economizar, a autonomia ficou em ótimos 13,6 km/l, o que significa que terminamos o superteste usando menos de quatro tanques de combustível. 

Com isso, o Q3 chegou a fazer 800 km seguidos sem precisar visitar o posto, façanha de fazer inveja a modelos a diesel e com tração integral, caso do Discovery Sport. Muito, claro, deve-se à boa capacidade de 64 litros do tanque. 

Direção elétrica progressiva bastante precisa, rolamento exemplar da carroceria, suspensões firmes (do tipo independente nos dois eixos, diferente do A3 Sedan 1.4), excepcional isolamento acústico, bom espaço interno e ótima ergonomia dos bancos (chegamos a rodar quase 1.000 km seguidos sem incômodos) ajudam a tornar a viagem ainda mais agradável.

O dinamismo só não é maior por conta da tração voltada apenas ao eixo dianteiro -- como foi projetado para ter tração integral, e Q3 acaba respondendo de forma um pouco estranha, até com algumas patinadas, em arrancadas mais fortes -- e do câmbio S-Tronic antigo (automatizado de dupla embreagem e seis marchas), que está ficando "lento" perante a concorrência.