Ford Mustang virá elitizado para não repetir "Camaro Amarelo"
Ninguém "do-do-do-do-doce, doce", ninguém "tirando onda". A Ford garante que ainda trará, sim, seu esportivo Mustang ao Brasil, mas que isso ainda vai demorar um pouco -- possivelmente, apenas em 2018. Um dos motivos é a eterna calibração do motor para suportar os efeitos de nossa gasolina pouco pura. Outro é trazer uma versão atualizada e forte, para poucos compradores, fugindo assim do efeito colateral da popularização ocorrida com o rival Chevrolet Camaro.
Esses requisitos deverão se refletir no preço. Enquanto o Camaro custa R$ 250.290 atualmente (estreou no Brasil por R$ 180 mil), o Mustang sairia por R$ 300 mil, mas poderia facilmente cobrar o dobro do modelo da GM.
Se o Camaro vendeu bem no começo e virou hit musical, também se tornou ícone de um público emergente, mais preocupado em ostentar do que em conhecer o carro, que aos poucos se tornou personagem de notícias policiais devido a inúmeros acidentes. E a Ford quer fugir disso.
"O Mustang virá ao Brasil, mas vamos fazer isso de forma muito estudada, com calma, com poucas revendas e para um público qualificado. Não queremos um 'Camaro Amarelo', o comprador de Mustang reconhece o ícone e sabe respeitar sua história", afirmou a UOL Carros fonte ligada à Ford.
"O Mustang é um ícone, um clássico que dura para sempre, ninguém compra o Mustang pensando em se desfazer ou em perdê-lo", completou.
Briga para vender
Em termos de importação, chega 2018, mas não chega 2016 para o Mustang. No lançamento da atual geração, em 2014, executivos da Ford fizeram crer que o carro viria, mas apenas após modificações que poderiam levar até 18 meses, sobretudo para proteger o motorzão V8 de 5 litros de 441 cavalos e 55 kgfm de torque.
Agora, com o prazo inicial se esgotando, a Ford faz questão de dizer que o plano está mantido, mas que a chegada ainda vai demorar -- ainda que já seja vendido na Argentina e Chile.
Começou a organização, porém, e "lojas já brigam para vender o carro", segundo nosso informante.
Como parte da ideia de "elitizar" (ou restringir) as vendas, poucas revendas terão autorização para entregar o carro oficialmente. "Apenas uma loja estará habilitada a vender o Mustang em cada praça importante, sempre aquela com melhores resultados de venda e de tratamento dos clientes. Ainda estudamos se a cidade de São Paulo poderá ter duas revendas", apontou a fonte.
Para ter a "honra" de colocar o carro na garagem, o comprador deverá ter bom histórico com a marca, condições de manter o muscle car e, principalmente, habilidade para guiá-lo. Certamente, haverá treinamento de novos donos.
Mustang 2018
Para justificar a demora, a fonte ligada à Ford afirma que não haverá chance do Brasil receber um carro defasado. A ideia é ter sincronia total com os Estados Unidos, mas ao mesmo tempo ter um modelo que não vai "morrer" no ano seguinte -- algo que ocorreu com a primeira variante da atual geração do Focus.
Com isso, UOL Carros acredita que o Brasil deve receber o Mustang 2018, facelift que deve surgir durante 2017 nos EUA.
Além do visual atualizado, o novo Mustang virá apenas na versão GT, a mais completa da linha habitual (descontando a Shelby, de performance), com o máximo de itens (bancos Recaro, freios Brembo, rodas aro 19, spoilers, sistema Sync atual e chave inteligente). Nada de 2.3 Ecoboost, nada de V6. Só V-oitão.
Além disso, o modelo contará com o câmbio automático de dez velocidades, que substituirá o SelectShift de seis marchas. Nada de caixa manual.
"Estamos conversando com todos os clubes de donos de Mustang, pessoas que já conhecem e até trazem o carro atual por conta. Tudo é muito estudado e eles nos afirmaram que a opção automática é a melhor", afirmou a fonte.
"Eles nos garantem: quem prefere guiar o Mustang manual instala [o câmbio] por conta", resume.
Atualmente, o Mustang GT parte de US$ 33 mil nos EUA, chegando a US$ 42 mil na versão Premium Conversível (de R$ 116 mil a R$ 148 mil na conversão direta). Mesmo por lá, é um valor restritivo.
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