JAC usa exemplo da Caoa para salvar fábrica e escapar de punição
A implantação do Inovar-Auto, regra de modernização da indústria automotiva brasileira implantadas, em 2012, pareceu não abalar a operação da JAC no Brasil.
Mas abalou.
Sérgio Habib, representante oficial da fabricante chinesa e responsável pela estratégia agressiva de entrada da marca no país, foi um dos primeiros a anunciar ingresso no programa, antes mesmo de o super-IPI para carros importados começar a ser cobrado.
Até agora, mais quatro anos desde o anúncio da fábrica em Camaçari (BA), a única operação realizada no amplo terreno foi a terraplenagem.
Não há qualquer construção no local, e a expectativa de começar a produzir "até o início de 2014" já se transformou em lenda.
Meta de investir R$ 900 milhões e produzir 100 mil veículos de três modelos foi rebaixada. A nova expectativa é montar 20 mil carros/ano de um SUV em 2017.
Estilo Caoa
É o mesmo movimento que a Caoa faz ao montar Hyundai ix35 e Tucson em Anápolis (GO), com aval (mas não a participação) dos coreanos.
Em vez de 100 mil, a capacidade será de 20 mil carros/ano, feitos todos em sistema CKD (peças chegam prontas de fora), também igual ao que é praticado pela Caoa; os investimentos cairão de R$ 900 milhões para R$ 200 milhões.
"Parte desse valor, cerca R$ 80 milhões, já foi usada. Faltam R$ 120 milhões, que vou juntar com dinheiro próprio, financiamento da JAC chinesa e empréstimo do governo baiano, que deve sair porque agora o valor é menor e envolve menos burocracia", Habib declarou a UOL Carros durante o lançamento do suvinho T5.
Por falar em T5, será ele, não mais o hatch aventureiro T3, o carro a ser produzido. Os primeiros carros chegam às lojas no primeiro trimestre de 2017.
Risco de multa
Por ter ingressado no programa, a JAC -- sob o comando da SHC (Sérgio Habib Corporation) -- foi contemplada com a possibilidade de isentar até 4,8 mil carros por ano dos 30% de IPI, bônus já usado.
Caso não coloque uma fábrica para funcionar até 2017, terá de pagar essa conta.
A UOL Carros, a assessoria do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) admitiu que estuda sanção à empresa, processo já em trâmite.
"Caso a análise entenda que ocorreu descumprimento dos compromissos assumidos, a legislação prevê procedimentos para exigibilidade das normas", afirmou o órgão à reportagem, via e-mail. Por "exigibilidade das normas" entenda cobrança retroativa dos tributos abonados, mais juros e correções monetárias.
O ministério não detalhou valores, mas é fácil perceber que a conta chega aos milhares (se não milhões) de reais.
Se o ministro deixar...
Embora Habib tenha passado o novo cronograma como algo certo, as mudanças precisam passar pelo crivo do MDIC.
"O caso ainda está em análise, e não é possível fazer qualquer tipo de previsão [de datas] até que seja conhecido o resultado da avaliação", disse à nossa reportagem, na mesma nota, a assessoria do ministério.
O empresário, que corre para entregar todos os documentos solicitados pelo Governo, mostrou-se tranquilo. "Estamos fazendo tudo de acordo com o que eles pediram. Não há por que não ser aprovado", disse.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.