Luxuoso, Volvo S90 promete parar para pessoas e animais
Em 2010, a sueca Volvo Cars estava por baixo, sem dinheiro e com uma linha envelhecida, após o fim da parceria com a Ford. Foi quando surgiu a proposta de compra pelos controladores da chinesa Geely, aceita com poucos rodeios. A marca pôde manter sua filosofia de segurança e recebeu apoio financeiro para desenvolver uma nova base para carros e implementar o ambicioso projeto de carros que andam sozinhos. Agora, cinco anos e US$ 11 bilhões (mais de R$ 40 bilhões) depois, a marca usou uma conferência global via internet para apresentar o sedã de luxo S90 e afirmar: está por cima.
"Agora com o S90 entramos firme e claramente no jogo. Com investimentos de US$ 11 bilhões nos últimos cinco anos, estamos entregando a promessa de uma marca renovada e relevante", declarou Håkan Samuelsson, presidente e CEO global da Volvo Cars em declaração entregue à imprensa especializada.
Concorrente de modelos de ponta como BMW Série 7 e Mercedes-Benz Classe S, o S90 é a primeira experiência da marca no segmento de carros sedãs de luxo. Há outros modelos na lista, mas os dois alemães e mais o sueco são expoentes e prometem revolucionar a indústria nos próximos anos. Como? Oferecendo algo além de revestimento premium, espaço interno e mimos ao dono de carro, que senta no banco traseiro. Todos prometem ser autônomos até 2020, evitando acidentes e mortes. E a Volvo quer fazer isso antes dos rivais.
"Nossa ideia é trazer algo inteiramente novo para esse universo conservador, entregando pelo design uma expressão visual que se traduza em liderança e confiança. Por dentro, levamos o S90 a outro nível, oferecendo uma experiência de luxo high-end, cujos principais atributos são o conforto e controle", explicou Thomas Ingenlath, vice-presidente de design da Volvo.
Claro, custará caro, mas a Volvo ainda não fala de valores. O carro só estreia em janeiro, no Salão de Detroit 2016, e mira sobretudo o endinheirado americano. Além dele, europeus e chineses serão o principal mercado. UOL Carros procurou a representação local da marca, que afirmou não ter informações sobre a possível chegada do modelo ao Brasil. Os rivais rodam em poucas unidades por aqui. O SUV XC90, que é precursor do sedã S90 e tem tecnologia de avião (que o S90 também terá), já é vendido no país.
O futuro promete
É praxe do segmento o uso de plástico fofos de alta qualidade, revestimento de couro premium, apliques metálicos e amadeirados, som de alta fidelidade (o do S90 segue o padrão do XC90 e sua afinação feita pela Orquestra Sinfônica de Gotemburgo) e até excentricidades -- caso da manopla feita de cristal da grife sueca Örrefor ou da cabine quase sem botões, que leva o condutor a fazer boa parte dos ajustes nas poucas teclas do volante, na tela central sensível ao toque e com aspecto de tablet de 10 polegadas (quase sempre) ou com a voz. A ideia é transformar a cabine em extensão do celular, incluindo integração total com iPhone ou Android.
Também é padrão a alta segurança da carroceria, o uso extensivo de alumínio e de ligas metálicas moldadas a quente, permitindo carros mais leves e ao mesmo tempo mais seguros.
Além dessas "obviedades", o S90 promete ampliar o padrão de conforto e segurança ativa através da tecnologia. Não foram divulgados todos os equipamentos, mas o sedã promete usar sensores e câmeras para detectar, avisar o condutor e reagir (caso o motorista não o faça) em caso de encontrar pedestres, ciclistas, outros carros e até animais grandes na pista. Os primeiros casos de detecção já eram comuns na linha Volvo e na de outras marcas, mas é a primeira vez que um carro aprende a enxergar alces, cangurus, cavalos, vacas e outros bichos maiores para evitar atropelamentos e seus estragos.
Também vai acelerar e frear sozinho com o piloto automático adaptativo, algo que a Volvo iniciou e os rivais seguiram. Mas agora começando praticamente com o carro parado, com velocidade inicial de 4 km/h.
Há ainda, também pela primeira vez segundo a Volvo, um sistema que não apenas evita que o carro invada outras faixas da via -- algo que até o Audi A3 feito no Brasil já faz opcionalmente --, como o impede de sair da pista. Funciona com monitoramento das faixas de rolamento e do guard-rail (se houver) e com esterçamento automático do volante para manter a trajetória do carro. Se isso falhar, bancos e cintos de segurança inteligentes reforçam a proteção do corpo dos ocupantes.
Motorização do S90 segue novo padrão da Volvo, apenas com motores de 2 litros e quatro cilindros, buscando eficiência, baixo consumo de combustível e de emissões de poluentes. Por ora, foi anunciado o T6 a gasolina, com compressor (atuando até 3.500 giros), turbo (acima dos 3.500 giros) e injeção direta, que gera 324 cv e 41 kgfm no XC90 (espera-se entrega semelhante no sedã). Há ainda duas variantes a diesel (192 a 228 cv, 41 a 47,5 kgfm), que contam com tanque de ar comprimido atuando como booster. E a híbrida plug-in T8, que integra o motor 2.0 a gasolina com gerador elétrico (no eixo traseiro) e baterias de alta capacidade (que podem ser recarregadas na tomada): são 405 cv totais e 65 kgfm de torque, entrega semelhante a de motores V8 convencionais.
"O sedã deu um grande salto em termos de dinâmica, performance e rodagem. Remodelamos por completo a experiência de condução da Volvo, para oferecer um automóvel com alto senso de precisão, conforto e segurança", afirmou Peter Mertens, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento.
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