Qual o câmbio ideal para dispensar pedal da embreagem? Veja opções

Há anos o Brasil deixou de ser um país cujo mercado automotivo só abre espaço para carros com câmbio manual. Evolução tecnológica, redução de custos de produção e maior facilidade de manutenção fizeram com que as vendas de veículos com sistema de transmissão que dispensa trocas de marcha manuais disparassem.
Para se ter ideia, a Honda afirma 99% de todos os HR-V -- grande sensação da marca em 2015 -- vendidos são equipados com câmbio CVT (continuamente variável). No caso do Jeep Renegade, seu principal rival, mais de 95% das unidades saem de fábrica com caixa automática de seis ou nove marchas; no Peugeot 2008, também recém-lançado, a participação é de mais de 70%.
Embora muitas montadoras usem o artifício de chamar todas as versões de automáticas, ou "AT" -- é o caso da Fiat com o Uno, Volkswagen com o Fusca e, mais recentemente, Ford em relação ao Focus --, há quatro tipos diferentes de câmbios que dispensam pedal de embreagem.
Cada uma tem suas próprias características. "É preciso saber qual a melhor combinação de câmbio e motor para sua necessidade, levando em conta peso, objetivo do consumidor e o tipo de ambiente em que ele vai circular", ressalta Lothar Werninghaus, consultor da Audi no Brasil. Confira as diferentes tecnologias e qual é a mais indicada para cada perfil de uso.
1) Automatizado
"Muitas vezes o motorista tem que aliviar o pé do acelerador para o módulo entender que é hora de subir a marcha", destaca o colunista de UOL Carros e especialista em engenharia automotiva, Fernando Calmon. Por tudo isso, a transmissão automatizada só é indicada a quem quer uma opção de baixo custo e que não se importe com trancos.
Exemplos:
Volkswagen i-Motion: up! (R$ 2.400), Gol (R$ 3.380) e Fox (R$ 3.500)
Fiat Dualogic: Uno (R$ 3.254) e Strada (R$ 3.753)
Renault Easy'R: Sandero e Logan (R$ 3.750)
2) Automatizado de dupla embreagem
Por ter um conjunto de embreagens maior e mais moderno, a DCT costuma ser mais cara e há mais dificuldades na hora da manutenção. É recomendada a quem deseja um automóvel voltado ao desempenho, sem comprometer o consumo.
Exemplos:
Volkswagen DSG: Golf, Fusca e Jetta (R$ 7.000)
Ford Powershift: Fiesta e Focus (R$ 5.000)
Porsche PDK: 911
Ferrari F1 Gearbox: F12 Berlinetta, LaFerrari
3) Automático
"Hoje já é possível oferecer a opção automática tanto para um motor 1.4 quanto para um de 5 litros, o que facilita a produção em larga escala. O custo cai e o cliente ainda pode diluí-lo na parcela do financimento", argumenta Samuel Ross, diretor de marketing da GM, montadora que disponibiliza uma caixa automática de seis marchas para praticamente toda sua linha, do Onix ao Cruze.
Exemplos:
Quatro marchas: Hyundai HB20 (R$ 3.360); Renault Duster (R$ 3.000); Citroën C3 (R$ 3.700); Peugeot 208 e 2008 (R$ 3.700)
Cinco marchas: Honda Civic (R$ 3.000)
Seis marchas: Chevrolet Cobalt (R$ 3.560), Spin (R$ 4.140) e Cruze (R$ 5.000); Jeep Renegade 1.8 Flex (R$ 5.000), Citroën C4 Lounge (R$ 5.000), Peugeot 308 e 408 (R$ 5.000)
Nove marchas: Jeep Renegade 2.0 diesel (R$ 10.000), Range Rover Evoque
4) CVT (continuamente variável)
Para resolver esse problema, fabricantes como a Toyota, Audi e Honda criaram mecanismos de simulação de marchas para não causar tanta estranheza. Outra limitação é que esse tipo de transmissão não pode ser usado em propulsores que geram muito torque. "Acima de 20 kgfm é praticamente inviável", calcula Calmon.
Exemplos:
Honda: HR-V (R$ 5.500), Fit (R$ 4.900) e City (R$ 5.000)
Toyota MultiDrive: Corolla (R$ 5.000)
Nissan: Sentra (R$ 5.000)
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