Exposição nas redes faz preço de carro antigo disparar nos EUA
Talvez David Beckham exerça mais influência sobre sua vida do que você imagina.
De acordo com uma análise da consultoria Black Book, a predominância de carros luxuosos, modernos e clássicos, nas plataformas de mídias sociais como Instagram influencia diretamente o preço de revenda desses automóveis. Então, quando celebridades como Beckham, Kendall Jenner ou Dwyane Wade publicam fotos com um carrão novo e descolado, seja novo ou clássico, as pessoas percebem. E agem de acordo.
Por exemplo: de 1977 a 2008, o valor do cupê Aston Martin DB5, da Ferrari 250 GTL e do Mercedes-Benz 300SL Gullwing -- três dos carros mais emblemáticos do planeta -- cresceu cerca de 5% anualmente. No entanto, a partir de 2008, a valorização anual saltou para até 60%. No caso da Ferrari 250, por exemplo, o preço de revenda em um leilão pode chegar a US$ 1,8 milhão (R$ 5,8 milhões).
"Uma nova e mais jovem geração de colecionadores se interessou pelos carros esportivos exóticos, e os preços dos leilões estão dispararando", diz relatório da empresa. "As redes sociais têm muito a ver com isso. Nelas, as pessoas podem se exibir sem serem exibidas", acrescenta Eric Lawrence, diretor de relatórios especializados da companhia.
Segundo ele, imagens publicadas por compradores famosos nas redes vêm alimentando ainda mais a demanda de colecionadores afluentes por modelos exóticos. Em outras palavras, foi-se o tempo em que superestrelas como Frank Sinatra, Marilyn Monroe e Roger Staubach podiam comprar carros de extremo luxo ou raridades clássicas mantendo a discrição.
"O consumo se tornou muito mais notável. As pessoas publicam fotos delas no Instagram dando tacadas no capô de um Bentley", ressalta Lawrence.
Jovens compradores
O aumento do número de jovens entre os milionários que adquirem clássicos de luxo é outro fator de destaque, segundo a pesquisa da Black Book. "Entre as opções de ações e os novos setores que estão surgindo online, há muita gente na casa dos 20 e dos 30 anos. São pessoas mais passionais e que não se importam com o gastos, desde que o produto seja bom e exótico", destaca Lawrence.
"E, quando elas gastam, querem que todos fiquem sabendo. Isso precisa reafirmar quem elas são", completa.
Só perde para filhos e pets
Segundo McKeel Hagerty, fundador da seguradora Hagerty, especializada em automóveis de coleção, a "indícios sugerem que os automóveis têm uma presença predominante nas fotos do Facebook, ficando atrás apenas dos filhos e dos bichos de estimação na escala de prioridades os frequentadores das redes".
É claro que a maioria dos colecionadores super-ricos com fortunas tradicionais não usam as redes sociais. Lawrence observa que o estudo da Black Book se baseia na previsão de tendências e análise de opinião feitas por sua equipe de especialistas, que acompanha diariamente esse mercado. Na verdade, é a segunda camada dos muito ricos - multimilionários e os novos industriais recém-cunhados - que, acredita ele, são mais suscetíveis ao chamado efeito Instagram.
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