Nissan está confiante em superar Honda nos EUA com ajuda da picape Titan
O chefe da Nissan na América do Norte prometeu superar a Honda em vendas americanas, ajudado pelo lançamento da picape de grande porte Titan, que estreou no Salão de Detroit, em janeiro.
"Quando digo que vamos superá-los eu não me refiro a superá-los por um mês ou dois, e sim de superá-los consistentemente a cada mês", disse José Muñoz, vice-presidente executivo da divisão da Nissan na região. "Nós temos mais presença em mais segmentos. Só para citar um exemplo, está o caso da picape de grande porte Titan, que vamos lançar em um grande segmento, de mais de 2 milhões de carros, no qual esse concorrente não opera. Esta é uma vantagem significativa".
O CEO global da Nissan, Carlos Ghosn, está contando com os EUA para reduzir o impacto da recessão da Rússia e da desaceleração do crescimento no Japão e na China. As grandes fabricantes de automóveis, incluindo a Nissan, tiveram seu melhor janeiro em vendas de veículos nos EUA em pelo menos sete anos, impulsionadas pela gasolina barata e pela redução do desemprego.
A fabricante projeta um incremento na participação de mercado nos EUA para 10% até março de 2017, uma meta que Muñoz disse que espera bater. A participação da Nissan no mercado americano subiu 0,4 ponto porcentual em 2014, para 8,4%, segundo a Autodata Corp.
A Nissan ampliou suas vendas americanas em 11% no ano passado e atingiu um recorde, contrastando com o incremento de 6,2% da Toyota e de 1% da Honda, mostram números da Autodata.
A fabricante também superou a Honda em vendas no mês passado nos EUA pela primeira vez desde março de 2014, ajudada pela demanda do SUV Rogue -- Qashqai na Europa. Aproveitar a demanda crescente por picapes e SUVs em diferentes mercados -- até mesmo no Brasil, onde o utilitário Kicks deve estrear em 2016 -- faz parte da estratégia da Nissan.
Recalls da Takata
A Honda, que realizou o recall de 5,4 milhões de veículos no ano passado nos EUA para consertar os airbags defeituosos fabricados pela Takata Corp. e atrasou os lançamentos de novos veículos devido a falhas em seu novo sistema híbrido próprio, viu sua participação de mercado cair de 9,8% para 9,3%, segundo a Autodata.
Existem "altas expectativas" para a Titan, revelada no Salão do Automóvel de Detroit, em janeiro, pois o veículo é voltado ao nicho que está entre os chamados trucks pesados e os leves, escreveu Takaki Nakanishi, analista automotivo da Jefferies Group LLC, em um relatório no mês passado. O SUV Murano, que foi à venda em dezembro, também poderá continuar aumentando os lucros na América do Norte.
Os incentivos também ajudaram a impulsionar as vendas. A Nissan gastou em média US$ 2.892 por veículo vendido nos EUA, mais do que os incentivos da Toyota e da Honda, segundo a Autodata.
Muñoz disse hoje que a meta de participação de mercado para os EUA será atingida mantendo-se, ao mesmo tempo, as margens de lucro acima de 8 por cento. A meta não depende de gasto de capital adicional, pois a Nissan usará a capacidade disponível no Japão e na Coreia do Sul, disse ele.
Ghosn disse em dezembro que neste ano a Nissan aumentará a produção do Japão para exportação aos EUA e a outros mercados com o objetivo de aproveitar a desvalorização do iene.
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