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Toyota pode perder liderança global para Volkswagen por tropeço na China

Akio Toyoda, presidente da Toyota, anúncio de nova modalidade de venda de carros - Koji Sasahara/AP
Akio Toyoda, presidente da Toyota, anúncio de nova modalidade de venda de carros Imagem: Koji Sasahara/AP

Da Bloomberg

22/01/2015 11h27

A Toyota abriu vantagem em relação à Volkswagen e continuou sendo a maior fabricante de automóveis do mundo em 2014, mas poderá perder a coroa agora em 2015. Tudo por conta da China, maior mercado automotivo do planeta.

A Toyota projeta que suas entregas globais cairão 1% em 2015, para 10,15 milhões de veículos, ou apenas 10.000 unidades a mais do que a Volkswagen vendeu em todo o mundo no ano passado. Acontece que a marca japonesa está em retração na China. Já a Volkswagen adicionará de 300.000 veículos ao ano à sua capacidade, com a nova fábrica que será aberta neste ano em Changsha.

"A diferença é que a Volkswagen tem um motor de jato amarrado às costas, chamado 'China'", disse Bill Russo, diretor-geral da Gao Feng Advisory Co. em Xangai. "A Toyota, infelizmente, está em uma posição de fraqueza no tocante ao mercado da China. Seria quase impossível manter uma posição de número um sem estar na liderança na China e a Toyota não está nem perto disso".

DESVANTAGEM
Enquanto a Volkswagen e a General Motors abrem fábricas para reforçar sua posição já dominante na China, a estratégia do presidente da Toyota, Akio Toyoda, de adiar a implantação de novas fábricas de carros pelo menos até o ano que vem pode resultar na primeira mudança na liderança de vendas de automóveis desde 2011. A Toyota está em sexto lugar entre as fabricantes internacionais de automóveis na China e vende menos de um terço que suas duas principais concorrentes.

A Toyota, que não constrói uma fábrica de montagem na China desde 2012 e enfrenta um adiamento autoimposto para implantação de novas fábricas até o ano que vem, ficará ainda mais para trás, enquanto a Volkswagen e a GM ampliam seus planos de expansão.

A GM anunciou planos para instalar cinco novas fábricas na China até 2018, apesar de o presidente Dan Ammann ter dito que o mercado está "amadurecendo rapidamente".

A Volkswagen espera elevar sua capacidade de fabricação na China para mais de 4 milhões de veículos até 2018, contra 3,1 milhões no fim de 2013, segundo a empresa. A China continental e Hong Kong responderam por uma entrega recorde de 3,67 milhões no grupo Volkswagen no ano passado, 12,4% a mais, estendendo a liderança do país como maior mercado único da fabricante alemã.

META DE VENDAS
Como comparação, a Toyota não cumpriu sua projeção de venda de 1,1 milhão de unidades na China em 2014, ao mesmo tempo em que os carros compactos Corolla e Levin ajudaram a ampliar as vendas em 13%, para 1,03 milhão de unidades. A empresa manteve inalterada sua meta para vendas na China neste ano.

"O foco deles não é ser a número 1", disse Peggy Furusaka, analista de crédito automotivo da Moody's Investors Service em Tóquio. "A Toyota está mais preocupada em manter a lucratividade do que em perseguir números. Por isso, nos próximos anos, eu não ficaria surpreso se visse a Toyota vendendo menos carros que a Volkswagen".