Brasil terá 10 novas fábricas de carro e R$ 14 bilhões investidos até 2016
A abertura da fábrica da Chery, realizado na manhã da quinta-feira (28), representa a segunda unidade de produção de automóveis a entrar em atividade no Brasil em 2014. A primeira foi da Nissan, inaugurada em abril, em Resende (RJ), para a produção de pelo menos três modelos (um deles, já à venda: o New March).
Principal: estão longe de serem fatos isolados. Tanto Chery quanto Nissan estão incluídas no movimento iniciado pelo novo regime automotivo nacional (Inovar-Auto ou Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores), introduzido pelo governo federal em outubro de 2012, há quase dois anos.
A meta principal do Inovar-Auto é ecológica: até 2017, o consumo médio dos novos modelos deve ser de 17,26 km/litro de gasolina ou 11,96 km/litro de etanol, o que levaria à economia média anual de R$ 1.150 com combustível para o consumidor, em relação aos padrões atuais. Além da obrigação de produzir carros mais eficientes, as fabricantes também precisam ampliar o percentual de peças e tecnologias feitas no país (o tal índice de nacionalização).
"Com o Inovar-Auto, as regras, ainda que se possa discutir se são boas ou ruins, deram um horizonte mais longo e definido à indústria, com um panorama que valerá até 2017", afirmou Sérgio Habib, presidente da JAC Motors do Brasil (de origem chinesa), também responsável pela operação local da Aston Martin (inglesa) e dono de concessionárias de diversas fabricante, além de vice-presidente da Abeifa (entidade que representa as importadoras de carros).
Pelas contas de UOL Carros, a definição de regras e estabilização do cenário automotivo vai provocar o surgimento de 10 fábricas de diferentes portes (Chery e Nissan inclusas) até 2016, com total de investimentos superior a R$ 14 bilhões. Existe a possibilidade de haver uma 11ª fábrica, da Kia, mas as chances diminuíram com o anúncio de uma fábrica bilionária da montadora no México, com quem o Brasil tem um acordo bilateral para isenção de tributos.
Esse cálculo não inclui as operações recentes de Hyundai (fábrica do HB20, em Piracicaba/SP), Toyota (do Etios, em Sorocaba/SP) e Mitsubishi (montagem por CKD do ASX, em Catalão/GO), implementadas antes do anúncio do Inovar-Auto.
Conheça as novas fábricas:
Local: Jacareí (SP).
Abertura: 28/08/2014.
Investimento: R$ 1,2 bilhão.
Carros: Celer (2014), QQ (2015) e um SUV compacto (2016).
A primeira fábrica chinesa no país contou com aporte da matriz chinesa de US$ 530 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão), sendo US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 850 milhões) para a fábrica de automóveis e US$ 130 milhões (mais de R$ 250 milhões) para uma de motores. A empresa acredita que atingirá a capacidade máxima de produção, de 150 mil carros/ano, em 2015. SAIBA MAIS.
Local: Goiana (PE).
Abertura: Primeiro semestre de 2015.
Investimento: R$ 4 bilhões.
Carros: Renegade (2015), picape média da Fiat (2016) e um SUV que substitui o Compass (data indefinida).
Como UOL Carros revelou, a futura fábrica pernambucana será da Jeep, e não da Fiat, como chegou a ser especulado (a marca italiana será espécie de "convidada" na estrutura). O SUV compacto Renegade, da Jeep, será o primeiro produto a sair da linha de montagem. O segundo será uma picape média da Fiat, seguida por outro Jeep, que substituirá o Compass e se posicionará abaixo do Cherokee. SAIBA MAIS.
Local: Resende (RJ).
Abertura: 15/04/2014.
Investimento: R$ 2,6 bilhões.
Carros: March e Versa (2014).
O complexo industrial da Nissan em Resende é o grande trunfo da marca para atingir seus objetivos de crescimento no Brasil: chegar a 5% de participação de mercado até 2016 e ser a primeira entre as marcas japonesas. SAIBA MAIS.
Local: Araquari (SC).
Abertura: Outubro de 2014.
Investimento: Oficialmente a montadora divulga 200 milhões de euros (mais de R$ 600 milhões), mas estima-se que o valor ultrapasse R$ 1 bilhão.
Carros: Série 1, Série 3, X1, X3 e Mini Countryman.
A fábrica da BMW no Brasil será também a primeira da marca na América do Sul. A sede terá capacidade produtiva para 32 mil unidades/ano, mas a princípio o índice de nacionalização será baixo, já que executivos declararam que diversos equipamentos continuarão a ser importados por questões tecnológicas. De toda forma, a tecnologia flex já chegou aos modelos da marca. SAIBA MAIS.
Local: Itatiaia (RJ).
Abertura: Início de 2016.
Investimento: 240 milhões de libras (R$ 750 milhões).
Carros: Não divulgado.
A Jaguar Land Rover escolheu Itatiaia, cidade próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, pela presença de polos industriais consolidados (MAN, Volkswagen, PSA Peugeot Citroën e Nissan têm fábricas na região). De acordo com a marca, a sede terá capacidade para produzir 24 mil carros por ano e os primeiros veículos surgem em 2016 -- ainda não se sabe, porém, quais serão os modelos. SAIBA MAIS.
Local: Itirapina (SP).
Abertura: 2015.
Investimento: R$ 2 bilhões.
Carros: Fit, City e Vezel.
Quando a sede de Itirapina estiver em franca atividade, em 2015, a meta da Honda será vender 240 mil veículos anuais, número que em suas contas será suficiente para aumentar sua participação no mercado de quase 4% para mais de 5%. A "estrela" da fábrica será o SUV Vezel (que deverá mudar de nome), mas de lá também sairão o atual Fit e o novo City (que começam sendo feitos em Sumaré). SAIBA MAIS.
Local: Anápolis (GO).
Abertura: Fábrica já existente.
Investimento: R$ 600 milhões.
Carros: ix35.
A Hyundai-Caoa (responsável pelos modelos importados, sem confundir com a Hyundai Motor Brasil, que fabrica o compacto HB20) investiu R$ 600 milhões na fábrica de Anápolis (GO) para montar o ix35 no Brasil (por CKD, quando as peças importadas são apenas montadas localmente). O processo já acontecia com o Tucson. SAIBA MAIS.
Local: Iracemápolis (SP).
Abertura: 2016.
Investimento: 170 milhões de euros (cerca de R$ 510 milhões).
Carros: Classe C e GLA.
A nova fábrica da Mercedes no Brasil no será capaz de entregar cerca de 20 mil unidades/ano. Os modelos a serem produzidos, ao menos inicialmente, são a nova geração do Classe C, recém-lançada no Brasil (mas ainda importada), e o SUV compacto GLA. Conforme UOL Carros apurou, há ainda a chance de produção do sedã médio-compacto CLA, se houver demanda. SAIBA MAIS.
Local: São José dos Pinhais (PR).
Abertura: Fábrica já existe; A3 Sedan estreia no segundo semestre de 2015.
Investimento: 150 milhões de euros (cerca de R$ 450 milhões).
Carros: A3 Sedan e Q3.
A Audi fabricará A3 Sedan e Q3 nacionalizados no Brasil -- a produção será na fábrica de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR), onde a Volkswagen, sua marca, possui fábrica. O A3 hatch não será feito para que não haja canibalismo (briga interna entre produtos do mesmo grupo automotivo) com o Golf, que dividirá a linha de produção com os carros da Audi. O sedã será lançado no segundo semestre de 2015, enquanto o Q3 chega em 2016. SAIBA MAIS.
Local: Camaçari (BA).
Abertura: Previsão era para o final de 2014.
Investimento: R$ 1 bilhão (R$ 900 milhões para carros e R$ 100 mi para uma linha de caminhões leves).
Carros: Nova geração dos compactos J3 e J3 Turin (que devem mudar de nome) e o caminhão-leve VUC T140.
A JAC chegou a lançar uma pedra fundamental em um terreno em Camaçari (BA), local onde a fábrica brasileira da marca foi anunciada em 2012. A previsão da empresa era de que os primeiros carros surgissem no final deste ano, mas nenhum outro anúncio aconteceu desde então -- e o local não passou do estágio da terraplanagem. SAIBA MAIS.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.