Rodamos 1.700 km com o Toyota Corolla GLi: bom na estrada, fraco no recheio
Escrever sobre o novo Toyota Corolla é fácil: o carro ficou mais bonito, mais gostoso de guiar, mais pobre por dentro, mais caro na hora de fechar negócio.
Dissemos isso sobre a versão Altis, que hoje custa quase R$ 94 mil e não possui sequer dois itens básicos (repetimos, hoje eles são básicos) de segurança ativa, os controles de tração e estabilidade. O Ford Ka de R$ 40 mil tem.
A equipe dirigiu o sedã em duas viagens rodoviárias (uma delas São Paulo/Rio de Janeiro/São Paulo), totalizando 1.664 km de convivência. Depois dela, a principal constatação também não foge do que foi dito no primeiro parágrafo. O Corolla é um carro gostoso de dirigir, com suspensões bem acertadas -- que não negam firmeza em velocidades mais altas -- e motor vigoroso. Apesar do volante excessivamente torto para a esquerda, e mesmo tendo de trocar marchas manualmente e "pedalmente", deu para encarar longas horas de estrada sem cansaço, e sem jamais esgoelar o motor para chega a, e manter-se em, velocidades de cruzeiro adequadas.
O problema está no pacote.
Entre outros itens, a versão mais em conta do Corolla traz, de série, revestimento dos bancos (em tecido) na cor cinza; painel central em piano black; ar-condicionado (manual); direção com assistência elétrica e ajuste na coluna; sistema de áudio com CD player, rádio, entradas USB e AUX, seis auto-falantes e Bluetooth; espelhos retrovisores externos com indicador de direção e regulagem elétrica; vidros frontais com película antirruído; cinco airbags (dois frontais, dois laterais dianteiros e um de joelho para motorista); sistema ISOFIX para fixação de cadeirinha para crianças no banco traseiro.
(Sem contar, claro, o pecado original de não ter controles de tração e estabilidade. E sim, sem eles o Corolla escapa de traseira em curvas mais fortes.)
De resto, a beleza externa do novo Corolla não migrou para dentro da cabine. Os bancos são revestidos em tecido que parece fino demais, e o painel de instrumentos dessa versão (nas demais é melhorzinho) parece de carro popular. O espaço interno, porém, merece ser valorizado. O ideal é levar quatro pessoas, mas mesmo com cinco a bordo todos se acomodam com conforto e sem apertos para pernas e cabeças (entre-eixos de 2,7 metros numa carroceria de 4,62 metros). O porta-malas (470 litros) é outro destaque, mesmo com as caixas das rodas traseiras e as dobradiças da tampa criando "volumes mortos" aqui e ali.
Qualidades o Corolla GLi tem, e várias. Foi um bom companheiro na estrada. Poderia ter sido melhor ainda com um pouquinho mais de capricho, pelo muito que ele custa.
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