China diz "sim" aos carros de luxo no Salão de Pequim; veja atrações
Um estudo divulgado na semana passada mostra que, em 2013, o governo da China cortou pela metade o número de banquetes e recepções oficiais, num dos resultados mais eloquentes do pacote de austeridade baixado pelo presidente Xi Jinping no final do ano retrasado. Além de combater a corrupção, as medidas visam a frear o consumo de itens supérfluos e/ou de luxo (apenas essa diminuição nas bocas-livres causou uma retração de 40% no mercado de vinhos em 2013).
Em tese, o efeito deveria ser sentido em toda a sociedade chinesa -- mas o Salão de Pequim, auto-show que abre para a mídia no próximo dia 20, mostra que as coisas não são bem assim.
Como relata o boletim Automotive News em sua edição para a China, muitas das atrações do evento (que reveza anualmente com o Salão de Xangai) são carros premium, de luxo ou mesmo de alto luxo. É o reflexo de uma fatia do mercado automotivo chinês que não para de crescer.
Também mostra que, quando se trata de carro, os chineses preferem mesmo os estrangeiros: em março último, a participação das dezenas de marcas locais nas vendas (2,17 milhões de veículos no mês passado) era de apenas 39,3%. Note como todos os modelos citados a seguir são -- além de sofisticados -- estratégicos para montadoras bem conhecidas dos ocidentais.
Por sua vez, a marca bávara promete uma quase-extravagância: um sedã maior que o Série 7, já tratado como Série 9 e capaz de concorrer com a herança da finada Maybach à Mercedes-Benz (o provável S 600 Maybach), além de encarar o Bentley Flying Spur (mais sobre este logo abaixo). O estilo desse novo BMW foi esboçado no Pininfarina Gran Lusso Coupe -- que é especulado para ser o molde de um Série 8 duas-portas, enquanto o Série 9 teria quatro. Tudo muito típico de mercados emergentes e com alta concentração de renda -- como China e Rússia.
A Mercedes-Benz vai mostrar em Pequim também um crossover, maior que o GLA e com desenho "acupezado": trata-se do Concept Coupe SUV. Ligado à Classe M, deve se chamar MLC e vai rivalizar -- que surpresa! -- com o controverso BMW X6.
A inglesa Bentley, que recentemente passou a vender no Brasil o Flying Spur por cerca de R$ 1,5 milhão, dá em Pequim o primeiro passo para oferecer 90% de sua gama com motorização híbrida plug-in (autonomia de cerca de 50 km no modo exclusivamente elétrico). Na China, será mostrado um Mulsanne com esse tipo de propulsão -- que deve estrear, de fato, no SUV a ser lançado em 2017.
Nada menos que 2.199 carros da Bentley foram emplacados na China em 2013 (nos EUA, pátria mundial do contínuo enriquecimento dos 1% já mais ricos, o número no mesmo período foi de 3.140).
Mas, apenas para reforçar a tese de que os endinheirados chineses estão se fazendo de loucos ao apelo oficial para cortar bens extravagantes, vale notar que exatamente o Flying Spur, best-seller da marca inglesa, só chegou às revendas do país asiático no quarto trimestre de 2013 -- e, somente nele, vendeu 950 unidades.
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