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Hoje raros, carros fora-de-série oferecem emoção total; Roding R1 é exemplo

Roding R1 durante o último Salão de Genebra: atração sob medida para entusiastas - Divulgação
Roding R1 durante o último Salão de Genebra: atração sob medida para entusiastas Imagem: Divulgação

Fernando Calmon

Colunista do UOL

02/01/2014 16h16

Nos tempos de bonança econômica e preço de combustível barato do século passado era possível comprar, no exterior, automóveis produzidos em pequena série ou por encomenda. Em geral carros esporte de alto desempenho e desenhos ousados. Aos poucos, as exigências de segurança e de emissões, além da concorrência de grandes fabricantes, apertaram as finanças e várias empresas fecharam as portas.

Entretanto, não impediu o surgimento de algumas novas marcas que tentam se acomodar em nichos de mercado. Uma delas, a alemã Roding, apresentou um interessantíssimo roadster (conversível de dois lugares) no Salão de Genebra do ano passado. A empresa, criada por engenheiros focados em emoção pura, tem produção artesanal, embora utilize processos modernos e permita alto grau de personalização. Cada carro é colocado sob responsabilidade de um técnico-líder do começo ao fim da linha de produção.

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    Estrutura do Roding R1 permite que túnel central seja usado para bagagens compridas

Principal característica é o baixo peso: apenas 950 kg. O monocoque, feito inteiramente em plástico reforçado por fibra de carbono de alta qualidade e fabricação própria, inclui colunas dianteiras e arco anticapotagem integrado neste material. Rigidez estrutural atende aos quesitos de testes de colisões mais rigorosos. Motor turbo de seis cilindros em linha, da BMW, colocado na posição central traseira (transversal), 3 litros, desenvolve 320 cavalos (5.800 a 6.000 rpm) e 46 kgfm (1.300 a 4.500 rpm).

Esse conjunto alcança relação peso/potência excelente de 3 kg/cv (melhor que o Alfa Romeo 4C, por exemplo, de 4 kg/cv). Permite, assim, aceleração de 0 a 100 km/h em 3,9 s e velocidade máxima de 285 km/h. Com distribuição de peso 60/40 (eixo traseiro/dianteiro), pode gerar acelerações laterais de 1,4 g para quem quer exigi-lo em curvas. As dimensões ajudam a explicar suas intenções: 4,11 m de comprimento, 2,02 m de largura (com espelhos) e 1,19 m de altura, além de entre-eixos de 2,49 m.

Seu teto é divido em dois painéis que, retirados e armazenados no capô dianteiro, transformam o cupê em conversível, como muitos europeus adoram e podem curtir. E o interior, de fino acabamento, tem todas as partes estruturais em alumínio forjado.

Suspensões independentes dispõem de triângulos superpostos usinados em máquinas de controle numérico computadorizado. Amortecedores são ajustáveis em compressão e expansão, manualmente. Da mesma forma, altura do carro e cambagem/convergência. Assistência à direção, opcional, completa a capacidade de escolha do motorista: se deseja mais aderência (grip) ou escorregamento (drift). Pneus 225/40 R18, na frente e 255/35 R18, atrás utilizam rodas de 8 e 9 polegadas de largura, respectivamente.

O estilo do Roding destaca o capô longo típico dos roadsters. Porém, o motor central traseiro que colabora para sua dinâmica ao mesmo tempo libera surpreendente volume útil frontal de 330 litros. Bagagem de fim de semana estará bem acomodada.

Há, ainda, uma grande sacada de projeto, inédita em carros esporte de motor central ou traseiro: túnel estrutural se comunica com o porta-malas dianteiro. Isso permite colocar objetos longos (esquis ou bolsa de golfe), de até 1,75 m, conveniente para esportes de inverno e verão. Diversão em alto grau.

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    Plataforma modular e simples, com motor transversal traseiro, permite peso baixíssimo