Carro zero com novo IPI ficará pelo menos R$ 1.300 mais caro
Com a nova alíquota do IPI que será cobrada a partir de 1º de janeiro, comprar um carro novo em 2014 no Brasil vai ficar mais caro. Não à toa, a procura por modelos 0 km em dezembro está bastante alta e o mês deve fechar com mais de 350 mil unidades emplacadas, recorde no ano.
De acordo com a tabela apresentada pelo governo federal, válida até 30 de junho, a tributação será de 3% para veículos 1.0 flex, 9% para os de motorização bicombutível até 2 litros e 10% para os com propulsor entre 1.000 e 2.000 cc movidos só a gasolina. A partir de 1º de julho, os percentuais sobem, respectivamente, para 7%, 11% e 13%.
Quanto deve aumentar?
VW Gol G5 1.0: R$ 1.300
Fiat Uno Vivace 1.0: R$ 1.300
Chevrolet Onix LS 1.0: R$ 1.500
Ford New Fiesta S 1.5: R$ 1.500
Para entender o impacto dessas porcentagens no preço final ao consumidor, UOL Carros consultou 15 concessionárias das marcas Fiat, Volkswagen, GM e Ford, em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), sobre valores de modelos entre os mais vendidos de cada marca (Novo Uno, Gol G5, Onix e New Fiesta), se possível em suas versões básicas.
No caso da Fiat, revendedores estimaram que o Uno Vivace 1.0 duas portas (R$ 24.500) pode ficar até R$ 1.300 mais caro. Mesma estimativa de reajuste para o Gol G5 (R$ 29.990); uma concessionária da Volks foi a única a admitir que, além do novo IPI, a fabricante também deve fazer um reajuste de 1,3% em sua tabela.
Aqui vale lembrar que, entre todos os modelos averiguados, o Gol é o único que ainda não tem ABS e airbags de série, itens que passarão a ser obrigatórios em 2014.
Revendedores da GM/Chevrolet foram os que deram previsões mais elevadas de reajuste. O Onix LS 1.0 (R$ 31.790) pode subir cerca de R$ 1.500, mesmo aumento esperado por concessionários Ford para o New Fiesta S (R$ 38.890), que por ter motor de 1,5 litro sofre tributação maior.
BÁSICO É RARIDADE
Na consulta feita por UOL Carros, poucas foram as revendas autorizadas que ainda tinham em estoque as versões mais básicas dos principais modelos -- e, se tinham, era apenas em quantidade bem reduzida. Consequência da procura acima da média ao longo deste mês.
Algumas concessionárias alertaram que, mesmo para negócios fechados ainda neste ano, o faturamento do carro pode seguir a tabela de janeiro de 2014; outras se mostraram dispostas a negociar possíveis descontos (a reportagem se passou por um cliente comum).
Neste menos de quatro dias até 2014 (31/12 não conta), adquirir um carro 0 km com os preços atuais, ainda sem impacto do IPI (e da instalação de airbags e ABS, quando for o caso), vai depender de dois fatores: pesquisa intensa (aliada a uma pitada de sorte) para encontrar o modelo desejado a pronta entrega; e poder de negociação, se ainda for necessário encomendar o carro.
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