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Renault Mégane RS é "escolta premium" para Captur em 2014

André Deliberato

Do UOL, em Itirapina (São Paulo)

08/08/2013 20h14

Na última quarta-feira (7) a Renault colocou à disposição da imprensa especializada brasileira o Mégane RS, cupê esportivo baseado na terceira geração do médio, vendida na Europa, mas ignorada no Brasil -- a geração anterior do sedã teve sua venda local descontinuada no final de 2010 e a perua, em agosto de 2012.

Apesar da "degustação", a marca ainda não confirma a chegada do carro. "O Mégane RS está em fase de estudos e depende da aprovação do consumidor e da imprensa, basicamente, para que possa ser lançado", diz Carlos Henrique Ferreira, diretor de comunicação da Renault. "Caso a empresa opte pela importação do carro, será algo somente para o ano que vem, junto com o Captur", avisa.

Como ainda não admite a chegada do esportivo, a marca também cala sobre o preço. Mas, curiosamente, já informa ter todo o limite de importação anual -- cerca de 9.600 unidades livres do pagamento bruto do IPI, seguindo as normas do Inovar-Auto -- para preencher com os dois modelos.

Mas fica fácil compor o cenário. Fontes ouvidas por UOL Carros garantem que algo em torno de 90% dessa importação será de Captur, ou seja, aproximadamente 8.600 unidades do crossover serão importadas por ano, enquanto cerca de 1.000 Mégane RS deverão chegar aos portos brasileiros.

Estas 1.000 unidades do Mégane por ano serão suficientes para atender à demanda? Isso vai depender do preço praticado. Vendido na Europa a partir de 31.950 euros (com motor a gasolina), por aqui o esportivo deve chegar custando bem acima de R$ 100 mil, podendo bater na casa dos R$ 200 mil na versão Cup, a mais esportiva. Preço para poucos, definindo o esportivo como "escolta premium" do Captur.

Interior de... Fluence?

  • Divulgação

    Achou o painel parecido com o do Fluence? Na verdade, foi o sedã que se baseou no cupê

LIGEIRAS IMPRESSÕES
UOL Carros
teve a oportunidade de rodar com as duas versões do carro (Sport e Cup) na pista do aeródromo de Itirapina, no interior de São Paulo. A cidade entrou no radar automotivo nacional nos últimos dias por conta da Honda, que a escolheu como sede de sua nova fábrica.

Voltando à Renault e ao Mégane, foram dois exercícios: um pequeno circuito (medido por aparelhos) para teste de aceleração lateral (handling) do modelo; e uma aceleração em linha reta (na própria pista do aeroporto) para avaliação de arrancadas.

Sem dúvida, temos um esportivo de verdade. Motor 2.0 turbo de 265 cv e 36,7 kgfm de torque (a gasolina) e o peso de 1.387 quilos empolgam e mostram por que a Renault equipa quatro equipes da atual temporada da Fórmula 1. O câmbio manual de seis marchas, apesar da manopla simples, tem engates rápidos e contribui para a pegada de carro de pista.

Velocidade máxima (real) atingida por UOL Carros foi de 208 km/h (cerca de 220 km/h no velocímetro). Para chegar a tal número, o carro precisou de aproximadamente 25 segundos.

As suspensões são duras como a de qualquer modelo esportivo, mas podem ficar mais macias (na versão Sport) por meio de ajustes no computador de bordo. Os freios (que podem usar pinças Brembo no RS Cup) param o carro com excelência.

Apesar de ainda não estarem definidos os pacotes que serão oferecidos no Brasil, o cupê é completo: freios com ABS (antitravamento), EBD (distribuidor da força de frenagem) e ESP (com controlador de subesterços), controles de tração e estabilidade, informações sobre a condução por sensores, direção elétrica esportiva, monitoramento da pressão dos pneus, faróis diurnos de LED e canhão de xenônio com acendimento automático, sensor de chuva e controlador automático de velocidade, por exemplo, são itens de segurança de série nas duas versões. O pacote de conforto é o mesmo que o de um sedã-médio completaço.

Além disso, o Mégane RS obteve nota máxima (5 estrelas) nos crash tests realizados pelo Euro NCAP, pois usa estrutura com deformação programada, que absorve a energia em caso de colisão, preservando a cabine.

iCarros mostra comportamento do Mégane RS na pista; assista

POR DENTRO
Mostradores do painel que exibem a pressão do turbo, temperatura do óleo, força G lateral, velocidade real e torque, entre outros dados de condução, e os bancos Recaro do tipo concha (equipamentos exclusivos da versão Cup) reforçam a proposta invocada do cupê.

O material emborrachado que reveste quase toda a cabine é de qualidade, mas há características de Logan e Sandero no painel, como o formato da alavanca de câmbio e o desenho do quadro de instrumentos, por exemplo. São itens que mereciam mais cuidado em um carro que pode beirar os R$ 200 mil.

Notou um quê de Fluence no console? Tem explicação: foi o sedã que se baseou no Mégane, e não o contrário. 

Aliás, se você achou que o formato da carroceria "imita" o de um Veloster, saiba que a verdade é o contrário: foi o Renault que nasceu primeiro, e depois surgiu o coreano. Só que este francês fabricado na Espanha realmente é um esportivo... (ao menos enquanto a versão turbo do Hyundai não estrear por aqui).

Por falar em concorrentes, o novo Mégane RS deve disputar mercado com a futura versão esportiva do Golf, a GTI, com as configurações mais apimentadas de BMW Série 1 e Audi A3 (no caso, 125i M e S3), Citroën DS4 e Subaru Impreza WRX.

Viagem a convite da Renault