Lista de consumo cresce e Fusion híbrido segue líder com 16,8 km/l
A chegada do novo Ford Fusion Hybrid, lançado oficialmente na última segunda-feira (6), em Itu (SP), levanta novamente a questão do consumo de combustível dos modelos vendidos no Brasil. Importado do México, o sedã executivo híbrido (une motor de 2 litros a gasolina a gerador elétrico para entregar 190 cavalos de potência) chega às lojas do país até o final do mês com o rótulo de carro mais econômico do país, com consumo médio de 16,8 km/l (na cidade) e 16,9 km/l (na estrada). O preço a se pagar, porém, é alto: a montadora cobra R$ 124.990 e assume a pretensão de tratá-lo como modelo de luxo (saiba mais sobre o lançamento clicando aqui).
Os dados sobre quanto bebe o Fusion híbrido em ambiente urbano e rodoviário são do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e estão na lista de 2013 do Programa Brasileiro de Etiquetagem Automotiva. Eles são conhecidos desde o começo do ano, mas só voltaram a ser discutidos agora, com o lançamento comercial do carro. Tanto é assim, que o instituto decidiu atualizar a lista e incluir mais participantes: o total passa de 106 modelos e 25 marcas para 136 modelos de 38 montadoras, na conta depurada feita por UOL Carros -- o Inmetro tem uma ordenação diferente, inflando o total a "428 modelos/versões".
NOVOS NO RANKING
A atualização coloca marcas "diferentes" no ranking de consumo: luxuosas como Bentley, Jaguar, Land Rover e Rolls-Royce, esportivas como Ferrari e Porsche, chinesas de olho no público como Chery, Hafei, Jinbei e Dongfeng. Veja alguns destaques:
- Bentley Continental V8 GT (primeira foto): como todos os modelos da marca inglesa, estreou mal, com nota E (5,6 km/l na cidade, 8 km/l na estrada).
- Lamborghini Aventador LP 700-4 (acima): a sina dos esportivos é receber a pior classificação (E), neste caso com 3,3 km/l na cidade e 5,35 km/l na estrada. A Ferrari Berlinetta (V12) vai melhor, com 4,7/ 6,5 km/l, mas não sobe de nota por isso.
- Chery Tiggo: os chineses, em geral, também começam por baixo na lista do Inmetro. O SUV rival de EcoSport, por exemplo, faz 7,7 km/l na cidade e 9,2 km/l na estrada, o que garante o pior índice. Apenas um desconhecido quebra a escrita: o comercial leve Minibus, da Dongfeng, tem cara de BMW (graças à grade copiada da marca alemã) e consumo nota A.
São 13 novas montadoras (Bentley, Chery, Chrysler, DFM Dongfeng, Ferrari, Hafei, Jaguar, Jinbei, Lamborghini, Land Rover, Maserati, Porsche, Rolls-Royce) e mais de 30 modelos diferentes -- considerando versões, o acréscimo passa de 100. Foi criada também a categoria "esportivos".
Ainda assim, a nova lista não muda o pódio dos mais eficientes do país (ou "menos beberrões", dependendo do ponto de vista), nem a dominação por modelos híbridos, mais caros e raros nas ruas. Além do Fusion Hybrid, estão nele Toyota Prius (R$ 120.830, mas que já roda como táxi em São Paulo) e Lexus CT200h (R$ 149 mil, hatch confinado ao universo dos carros de luxo) com o mesmo índice obtido no começo do ano, de 15,7 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada consumidos pelo motor a gasolina de 1,8 litro que gera 135 cavalos junto ao gerador elétrico dos modelos (Prius e CT200h são o mesmo projeto por baixo das cascas de Toyota e Lexus).
No mundo real, o mais eficiente ainda é o Renault Clio básico, com motor 1.0 e sem direção hidráulica e ar condicionado (R$ 23.990). Mesmo "tomando bomba" em segurança -- o modelo zerou, ao lado do Chevrolet Agile, o teste mais recente do Latin NCAP -- e oferecendo pouco ao comprador, o Clio faz 10,7 km/l na cidade e com 15,8 km/l na estrada, sempre com gasolina -- UOL Carros manteve a leitura com o combustível combustível fóssil para poder relacionar os modelos.
O QUE MUDOU
De toda forma, com as novidades o ranking de mais eficientes -- todos classificados com "nota A" pelo Inmetro, dentro de suas respectivas categorias -- também engrossou e agora tem 45 modelos diferentes. Entre as novidades, estão o Peugeot 208 1.5 (com o mesmo motor eficiente do C3), as configurações sedã de Ford New Fiesta e Hyundai HB20 e até uma minivan chinesa e esportivos alemães.
Tiraram nota A: Fiat Mille Economy 1.0, Fiat Uno Economy 1.4, Nissan March 1.0 (sem ar condicionado), Renault Clio 1.0 (sem e com ar), Smart Fortwo (mhd e turbo), Citroën C3 1.5, Citroën DS3, Fiat Siena EL 1.0, Ford New Fiesta brasileiro 1.6 (hatch, com câmbio manual ou automatizado Powershift), Honda Fit 1.4 manual, Hyundai HB20 hatch 1.0, Peugeot 207 Blue Lion, Renault Sandero 1.0 (sem e com ar), Toyota Etios (hatch e sedã), Volkswagen Gol 1.0 (G4 e G5), Volkswagen Polo BlueMotion 1.6; Lexus CT200h, Toyota Prius, Nissan Versa 1.6, Renault Logan 1.0 (sem e com ar), Volkswagen Voyage 1.0; Ford Fusion Hybrid, Honda Civic 1.8 (com câmbio manual ou automático), Kia Cerato 1.6 Flex, Nissan Altima 2.5, Renault Fluence 2.0 manual, Toyota Corolla 1.8 (manual e automático); Fiat Palio Weekend Adventure (manual e Dualogic), Ford EcoSport (1.6 manual, 2.0 Powershift e 2.0 4WD manual); Mitsubishi ASX, Renault Duster 2.0 4WD manual, Suzuki Jimny; Fiat Doblò Cargo, Fiat Strada (1.4 e 1.6), Renault Kangoo Express, Volkswagen Saveiro 1.6. Há ainda os inéditos Peugeot 208 1.5, Hyundai HB20S 1.0 (sedã), Ford New Fiesta Sedan 1.6 (câmbio manual ou automatizado Powershift), DFM Dongfeng Minibus 1.0 (van chinesa da marca ainda desconhecida no mercado, representada pela CN Auto), Mercedes-Benz SLK e dois modelos da Porsche, o conversível Boxster e o cupê Cayman.
Veja aqui a lista atualizada do Inmetro, com todos os participantes.
Seguem ausentes a GM, com sua marca Chevrolet (que ficou de fora de todos os ciclos), e a BMW (única alemã a não participar da etiquetagem veicular). E se há o novo Fusion Hybrid, recém-lançado, o novo Volkswagen Fox Bluemotion, mostrado antes e que inaugurou o uso do motor 1.0 flex de três cilindros pela marca alemã, não aparece -- o hatch obteve bons números no teste de UOL Carros (releia nossas impressões aqui) e números oficiais poderiam indicar, de fato, se o modelo é mais econômico, por exemplo, que o rival Hyundai HB20 1.0, outro 3-cilindros.
Também são mantidos alguns critérios que causam confusão: a classificação de tipos de veículos, divididos em subcompactos, compactos, médios, grandes, carga derivado, fora-de-estrada, SUV, minivan, comercial, carga/derivado e, a partir de agora, esportivos não respeita critérios básicos de mercado. Assim, acaba colocando na mesma categoria (carros "grandes", segundo o Inmetro) um sedã médio de cerca de R$ 60 mil (Renault Fluence) com um modelo de luxo extremo e valor de R$ 2,3 milhões, como o Rolls-Royce Ghost. Obviamente o segundo (com seu motor 6.6 V12 biturbo) terá consumo muito maior que o primeiro (2.0 flex). O mesmo vale para os SUVs: o rótulo "fora-de-estrada" abriga tanto o EcoSport quanto o Porsche Cayenne.
Ainda assim, o cálculo de consumo mantém seu papel de dar ao consumidor mais uma ferramenta para guiar a escolha do carro novo. Espera-se que com a ampliação do número de participantes cresça também o hábito -- de compradores e também de marcas -- de tratar abertamente do assunto no momento de fechar negócio.
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