Volkswagen Gol Track é mais descolado que aventureiro; leia impressões
A Volkswagen passa a oferecer a partir deste mês mais uma versão do Gol, desta vez dedicada a quem não quer andar por aí com o mesmo visual de sempre, nem tem dinheiro suficiente para levar um Rallye para casa -- a versão mais cara tem preço inicial de R$ 45 mil. O Gol Track, que começa em R$ 33.060, acabou apelidado pelos jornalistas que cobriam o evento de lançamento de "Rallye popular".
Visualmente o carro ganha adereços estéticos alusivos ao universo aventureiro -- à exceção do estepe pendurado, que o Gol nunca teve --, para-choque dianteiro redesenhado e... só.
FEZ QUANTO?
UOL Carros também notou a diferença que a suspensão elevada, pneus de uso misto, apêndices plásticos e tipo de combustível fazem no consumo do Gol Track. Embora a medição tenha sido feita apenas pelo computador de bordo, chegamos ao consumo de 6 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada, com etanol no tanque.
São números piores que os da montadora (que diz seguir o padrão laboratorial estabelecido pelo Inmetro, com nota de consumo A na categoria e B no geral): 7,7 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada.
Para efeito de comparação, o Gol Bluemotion, com o mesmo motor, mas com gasolina no tanque, pneus "verdes" e para-choques com ajuste aerodinâmico, fez 13 km/l na cidade e 18,5 km/l na estrada. (AD)
Dinamicamente, o carro se comporta como um Gol 1.0 padrão. Isso significa que a Volkswagen não quis mexer na receita urbana do carro mais vendido do Brasil; mas também quer dizer que, apesar da pinta aventureira, você ainda terá um carro sem fôlego o bastante para encarar uma aventura um pouco mais puxadinha, como uma viagem rodoviária com mais gente e bagagem, subida de serra ou ainda uma pistinha mais atribulada. Ou seja: no fundo, o Gol aventureiro (alteração que se supões estrutural) mais básico é de fato um Gol mais descolado (algo visual)... e só.
A suspensão 23 mm elevada é uma mudança real e ajuda, de certa forma, no momento de encarar estradinhas de terra batida e, principalmente, a encarar lombadas mal concebidas e valetas traiçoeiras. Ainda assim, poucos proprietários notarão tal diferença.
Curiosa, mesmo, é a escolha de pneus de uso misto, oferecidos de série pelo modelo para calçar rodas recobertas por calotas. O próprio Gol Rallye, que na teoria é a opção "mais off-road" da linha, não vem equipado com estes compostos.
TAL QUAL
UOL Carros rodou somente em perímetros de estrada e trechos de terra batida com o modelo e não notou diferenças em relação ao Gol 1.0 comum. O interior agrada, mas é preciso reconhecer que muito do que se via ali era opcional, hábito irritante da Volks: do volante multifuncional com coluna de direção ajustável em altura e profundidade ao sistema de som completo, com conexões para iPod e telefones com Bluetooth.
A posição de dirigir continua atrapalhando quem tem mais de 1,85 m. O Gol realmente é feito para o que se convenciona chamar de brasileiro médio, padrão cada vez mais raro é bom dizer: o espaço traseiro é bom para duas pessoas, desde que, claro, ninguém tenha (de novo) mais de 1,85 m. Um terceiro ocupante do banco traseiro não contará com proteção suficiente -- não há apoio de cabeça e o cinto é sub-abdominal. A oferta de porta-trecos é boa, assim como o volume do porta-malas (os mesmos 285 litros do Gol comum), considerando a categoria.
+ Veja a ficha técnica do Gol Track 2014
+ Veja a lista de equipamentos do Gol Track 2014
Zero foi a reação do público nas ruas, tamanha semelhança da nova versão com o Gol tradicional. Apenas um olhar mais clínico, de quem gosta e acompanha o mercado automotivo, consegue notar diferenças. Se você for um desses "conhecedores" e quiser mostrar a outros "conhecedores" que tem um modelo descolado, talvez valha considerar o Gol Track. Mas com uma condição: convença a concessionária a incluir, pelo menos, o ar-condicionado no pacote do carro.
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