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Chery QQ nacional pode custar menos de R$ 20 mil

Novo QQ será fabricado no Brasil a partir de 2014 -- até lá, será importado da China, assim como o atual - André Deliberato/UOL
Novo QQ será fabricado no Brasil a partir de 2014 -- até lá, será importado da China, assim como o atual Imagem: André Deliberato/UOL

André Deliberato

Do UOL, em Wuhu (China)

30/04/2013 16h38

A Chery confirmou no Salão de Xangai que o novo QQ será fabricado no Brasil. Mas não se engane: trata-se de uma reestilização da atual geração do carrinho, e não de nova geração, como diz a marca.

Atualmente o compacto é importado da China e vendido a R$ 23.950, ou seja, com imposto de importação em cascata somado ao preço final. Isso nos fez pensar: será que o carro feito no Brasil poderá custar menos de R$ 20 mil?

A fabricante reluta em responder oficialmente, mas pessoas ligadas à Chery confirmam que essa possibilidade existe. Se isso se confirmar, o QQ passa imediatamente a ser o carro mais barato à venda no Brasil, abaixo do Fiat Mille Economy. A fábrica em Jacareí (SP) deve ficar pronta em dezembro deste ano (segundo as melhores estimativas) e começa a produzir o carro em 2014.

COMO ELE É
UOL Carros
teve a oportunidade de fazer um rápido test-drive com o modelo em Wuhu, cidade no interior da China onde fica a matriz da Chery. De cara, já foi possível perceber que o modelo melhorou -- e muito -- em vários aspectos.

Por fora, o QQ abandonou o visual dos anos 1990 e ganhou desenho mais ocidental. A frente tem alguns elementos do atual Fiat Uno, enquanto a traseira traz um quê de JAC J2. É um desenho, no geral, menos polêmico que o anterior. A silhueta mantém a sensação de que as rodas são pequenas para o tamanho da carroceria, mas também está mais harmoniosa. A frente continua dando um "sorrisinho feliz".

Por dentro, o QQ nem parece o mesmo carro que hoje é vendido no Brasil: os materiais ganharam qualidade e a ergonomia é infinitamente melhor. O espaçamento entre os pedais também aumentou, garantindo mais segurança ao motorista, embora isso não tenha relação com a largura do carro -- ele continua apertado (as dimensões não foram informadas pela marca; o atual mede 1,5 metro).

Quem vai atrás tem de torcer para os passageiros da frente não medirem mais de 1,80 metro. Mesmo assim, o porta-malas teve de ficar minúsculo (a capacidade não foi informada).

CORAÇÃO
O QQ brasileiro deve continuar utilizando o motor Acteco 1.1 de quatro cilindros, que gera 68 cavalos e 9,1 kgfm de torque. "Quando for fabricado no Brasil, será flex", adianta Luís Curi, chefão da filial da Chery. O câmbio manual de cinco marchas (que continua com cursos longos e imprecisos em algumas marchas) também será o mesmo.

Dinamicamente o novo QQ está melhor, apesar de ainda inclinar bastante a carroceria em curvas mais fortes -- o modelo chinês tem a suspensão mais molenga, algo que será ajustado para o Brasil. A sensação de falta de segurança, que o anterior passava a todo instante, sumiu. É algo elogiável, tendo em vista que não houve mudança de plataforma. O ruído interno, porém, continua alto, como o motor chinês sendo igualmente esgoelado. 

A Chery diz que mudará cerca de 150 itens no QQ que será produzido em Jacareí. Se houver atenção a detalhes e capricho na produção, poderemos no Brasil ter um carro de menos de R$ 20 mil com três anos de garantia e bom pacote de série (ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, ABS/EBD, som com MP3). A proposta é interessante, mas só o tempo irá dizer se é viável.

UOL Carros viajou à China a convite da Chery