Topo

Honda exibe sedã misterioso que insinua novo Civic

Honda C-Rider: placa justifica o erro que quase todo mundo cometeu sobre o misterioso sedã - Divulgação
Honda C-Rider: placa justifica o erro que quase todo mundo cometeu sobre o misterioso sedã Imagem: Divulgação

Do UOL, em Xangai (China) e São Paulo (SP)

24/04/2013 19h20

Um mistério surgiu no Salão de Xangai, na China. Trata-se do C-Rider, apresentado pela Honda como um sedã médio destinado ao mercado chinês, mas entendido como antecipação da nova geração do City. Mistério que, aliás, começou no nome: aparentemente devido à dificuldade de comunicação (é raro quem fale inglês na China, e as placas do carro não tinham hífen), a imprensa ocidental entendeu que o modelo se chamava "Crider". Houve até quem acrescentasse um charme ao erro, grafando "Cryder".

No entanto, o nome correto, além de fazer sentido semanticamente (afinal, "rider" é uma palavra que existe), inclui o C do C-Concept, sedã mostrado pela Honda na mesma China, mas em Pequim, em 2012, e que foi o esboço do C-Rider.

Um ano atrás, o visual agressivo e a grade dianteira marcante fizeram a maioria dos analistas descrever o C-Concept como prévia de um novo Accord, sedã grande da Honda hoje pouco visto no Brasil, mas que é carne-de-vaca nos Estados Unidos, por exemplo. A apresentação do C-Rider em Xangai encerrou esse assunto de vez: ele mede 4,65 metros, ante 4,93 metros do Accord. Mas iniciou outro debate.

UOL Carros ouviu em Xangai, de executivos da Honda, que o C-Rider é mesmo o mapa do caminho para o novo City -- mas o colunista Fernando Calmon, também presente no salão, prefere ligar o modelo a uma nova geração do Civic, que ele prevê para daqui quatro anos.

C-RIDER PODE SER PARADIGMA GLOBAL OU MERO MODELO LOCAL

  • Silhueta do sedã (abaixo) é bem mais alongada que a de City e Civic; com 4,65 m e lanternas traseiras maiores e mais vistosas, o C-Rider pode servir de inspiração para nova geração do sedã médio global, do qual parece copiar as rodas esportivas

É DOCUMENTO
O tamanho é importante e tem de ser levado em conta no debate: o City atual mede 4,4 metros, 25 centímetros menos que o C-Rider. O Civic, hoje com 4,52 m, cresceria 13 cm se mimetizasse o carro chinês. Também é bastante, mas lembremos que é ele o modelo em crise, não o City. Foi o Civic que passou por recauchutagem nos EUA menos de um ano após sua última e duramente criticada reforma.

Também é o Civic que tem um rival forte, o Toyota Corolla, que já mostrou a cara (agressiva) da nova geração duas vezes -- como o conceito Furia, no Salão de Detroit; e logo depois em fotos anônimas do carro já pronto. Detalhe nada desprezível: o futuro Corolla medirá pelo menos 4,62 m (ante 4,54 m do atual). Quase o mesmo que o C-Rider.

Assim, a melhor aposta sobre o C-Rider é a de que ele não significa nada para os mercados brasileiro e global, porque ficará limitado à China, onde chega às lojas em junho via Guangqi Honda Automobile. Os traços dele (melhor ainda, os traços do C-Concept, refinados nele) podem dar pistas sobre o futuro Civic; mas não faz sentido o C-Rider virar City no Brasil.

UOL Carros visita o Salão de Xangai a convite da Chery