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Mercedes-Benz ML 63 AMG é o SUV que dá certo como esportivo

O jipe pode ser considerado a fusão de um 4x4 com um esportivo que tende a seguir mais o lado das pistas - Murilo Góes/UOL
O jipe pode ser considerado a fusão de um 4x4 com um esportivo que tende a seguir mais o lado das pistas Imagem: Murilo Góes/UOL

André Deliberato<br>Claudio Luís de Souza

Do UOL, em São Paulo (SP)

24/12/2012 15h51

Basta um novo lançamento da Mercedes-Benz e, em alguns meses, sua versão AMG é apresentada. Essa é a receita que a marca alemã tem usado em seus últimos carros, do pequeno SLK ao modelo mais brutamontes da linha, o Classe G. Não importa se é compacto ou SUV: tem de existir a versão preparada pela divisão esportiva, que hoje é parte efetiva do grupo Daimler.

Seguindo essa linha, a Mercedes estreia neste final de 2012 no Brasil o ML 63 AMG, versão esportiva da nova geração do utilitário, apresentada no país em julho (que chegou a ser intitulado por UOL Carros como o "SUV do conforto").

O ML 63 AMG é confortável, claro, assim como o 350, mas seu temperamento é completamente diferente. Ele pode ser considerado a fusão de um 4x4 com um esportivo. Só que mais para o lado das pistas que para o da trilha -- ao contrário do Classe G 55 AMG, mostrado em 2011, que é claramente um carro off-road com motor de esportivo, e que na verdade se torna até perigoso se for dirigido como um modelo de performance. O preço dessa receita: US$ 319.900 (como todos AMG, o valor é cotado em dólar). O ML 350, com motor V6, custa R$ 335 mil.

Poder encarar uma trilha de lama e depois ir para o asfalto (ou vice-versa) faz do ML 63 AMG um carro que dá certo nos dois extremos. Tem mais: a sensação ao guiá-lo pela cidade não é a de dirigir um jipão de cinco metros e 2,36 toneladas, mas de um carro muito menor (mérito, em grande parte, da direção com assistência elétrica).

A alavanca de câmbio, posicionada atrás do volante e do lado direito, não é ergonômica -- assim como a de modelos americanos antigos. Mas, na hora de acelerar, esqueça aquele papo de quatro ou cinco marchas: a transmissão automática oferece sete, que podem ser comandadas pelas borboletas atrás do volante.

ESTRUTURA
Um dos responsáveis pelo duplo sucesso do ML 63 AMG é o motor V8 biturbo, que também anima outros modelos da marca. Grave bem a brutalidade dos dados: alguns quilos de alumínio, oito cilindros em V, dois turbos, um intercooler, duplo comando de válvulas variável na admissão e no escape, 32 válvulas e injeção direta de gasolina, 5,5 litros de capacidade. A soma de tudo isso resulta em 525 cavalos de potência e 71,4 kgfm de torque.

Apesar do peso, os números de desempenho do SUV são surpreendentes, ainda mais para um jipe: 0 a 100 km/h em 4s8 e velocidade máxima, limitada por recursos eletrônicos, de 250 km/h (o velocímetro vai até 320 km/h).

Tudo é controlado por diversos sistemas de segurança e a tração é 4x4 permanente, o que permite um rodar mais seguro e eficiência no aproveitamento do motor. O ML 63 AMG traz itens como suspensão a ar, sistema de amortecimento adaptativo, controle de tração e estabilidade, funções elétricas espalhadas pelo carro (como abertura e fechamento do porta-malas e ajustes dos bancos) e sistema de áudio Harman Kardon. Fora isso, são nove airbags e vários outros sistemas de segurança ativos, como o que auxilia em frenagens, detector de sonolência e sistema de aviso por antecipação.

Claro que, por sua ferocidade, o ML 63 AMG requer cuidados na pilotagem. Um exemplo: no velocímetro, os 70 km/h (velocidade máxima de diversas vias urbanas no Brasil) estão anotados na mesma posição dos 20 km/h num carro convencional (lembre-se, a escala vai até insanos 320 km/h). Como o SUV esbanja força, em velocidades nesta faixa ele parece (literalmente) estar parado. Ou seja: é muito fácil se confundir com a velocidade, achar que está "de boa" -- e, assim, e no mínimo, tomar multas inesperadas.

Outra consequência do parrudo motor 5.5 e do peso tonelar do ML 63 AMG é o alto consumo de combustível, que dificilmente será melhor do que 5 ou 6 km/l de gasolina em situações reais de condução. O megatanque de 93 litros não vai parar cheio.

Por fim, deve-se notar que, além da performance brutal alternável com a suavidade de um compacto, o que impressiona no ML é o acerto no estilo. É consenso na redação de UOL Carros que, na trinca premium alemã, quem sabe fazer SUV bonito é a Mercedes-Benz. No caso da variação AMG, os elementos esportivos e de performance são mais evidentes que nas rivais (por exemplo, reforços de carroceria e estribos). Numa unidade branca como a que testamos, o efeito estético é muito maior.