Renault Fluence GT, turbinado, limita marca aos R$ 80 mil; leia impressões
A Renault aproveitou a semana da F1 no Brasil (a corrida é domingo, 25, em Interlagos) para lançar o Fluence GT, seu carro mais potente e também mais caro. Dotado de um veterano motor 2.0 somente a gasolina, mas com várias partes retrabalhadas e sobrealimentação por turbocompressor, o sedã pode atingir os 100 km/h em 8 segundos e chegar à velocidade máxima de 220 km/h. É o que diz a fabricante, ao menos.
Com o pacote de equipamentos da versão topo de gama Privilège acrescido de teto solar elétrico e faróis de xênon, o Fluence GT custa R$ 79.370, o que parece uma pechincha ao se considerar os R$ 76 mil da Privilège com teto e xênon, os R$ 74.900 do Peugeot 408 THP (1.6 e menos potente) e principalmente os R$ 84.990 do Volkswagen Jetta Highline (que vai a R$ 87.820 com teto de vidro basculante).
No entanto, o sedã turbinado da Volks entrega 200 cv e possui câmbio automático acoplado a um motor que, a rigor, é de Audi. O da Peugeot tem propulsor com grife BMW e também é A/T. Já o Fluence GT produz 180 cavalos de potência e um impressionante torque de 30,6 kgfm (a 2.250 rpm), mas sua transmissão é somente manual, de seis velocidades (a da Privilège é CVT). Pode-se argumentar que condução esportiva pede troca de marchas "humanas"; de qualquer modo, é justamente por economizar nesse item que o carro da Renault fica (de modo muito atraente, diga-se) pouco abaixo da faixa dos R$ 80 mil.
Disponível apenas em preto, branco e vermelho, o Fluence GT destaca-se na gama da francesa, para além de trazer a assinatura Renault Sport (sua divisão europeia de performance), pela vestimenta esportiva: ele tem saias laterais, spoiler traseiro, rodas de 17 polegadas exclusivas e calçadas com pneus 205/55, além de detalhes cromados. Por dentro, há itens típicos desse tipo de proposta, como volante revestido em couro com costura vermelha e pedaleiras de alumínio.
A Renault quer emplacar cerca de 70 unidades do Fluence GT por mês, o que dá pouco mais de 5% do seu mix de vendas -- a média mensal em 2012, até outubro, foi de 1.300 unidades.
ESTRATÉGIA
Com o Fluence GT, o grupo Renault-Nissan delineia com mais clareza sua estratégia para o Brasil. A marca francesa fica com os produtos acessíveis (afinal, seu carro mais caro não chega a custar R$ 80 mil), boa parte deles baseada na divisão romena Dacia (como Sandero, Logan e Duster).
A Nissan, aos poucos, vai incrementar a oferta de modelos mais caros, como o novo Sentra e o sedã grande Altima (ambos para 2013), além de investir na linha de picapes Frontier (e, quem sabe, voltar a importar um SUV grande). O luxo ficará por conta da Infiniti, cuja vinda ao Brasil deve ser anunciada em breve.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
UOL Carros experimentou o Fluence GT brevemente, mas numa pista de corrida -- segundo a Renault, este é seu habitat natural. Num traçado cheio de curvas, aclives e declives, deu para sentir nas mãos (e nos pés) um conjunto interessante, com boa disposição para acelerar e retomar.
O torque é despejado nas rodas desde relativamente cedo nas rotações, mas (ao contrário de modelos sobrealimentados e com transmissão automática) não dá para notar com clareza aquele característico "tranco" quando a turbina entra em ação.
O comportamento dinâmico do Fluence GT não surpreende. Ao encarar curvas acentuadas, a traseira (mais leve) escorrega. O sobresterço é esperado e, se o motorista não corrigir a trajetória, entra em ação o controle de estabilidade (ESP) -- ao menos em uma ocasião foi perfeitamente possível senti-lo freando as rodas, alternadamente. Há uma tecla para desligar o sistema, mas segundo a Renault em situações extremas o acionamento é automático.
Além dessa verve esportiva, que o rejuvenesce em comparação à média "careta" do segmento dos sedãs médios, o Fluence GT oferece uma cabine bem trabalhada, com superfícies agradáveis e acolhimento confortável para quatro adultos. São qualidades já encontráveis na versão top do modelo (Privilège), que no GT recebem, à guisa de moldura exterior, itens como saias laterais e spoiler -- infelizmente, o conjunto fica um tantinho artificial.
Viagem a convite da Renault
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