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Ford Fusion traz novo visual, motor Ecoboost e 1º lote a R$ 112.990; leia impressões

Novo Fusion: visual elegantíssimo e motor 2.0 otimizado, mas que ainda bebe mais que outros - Divulgação
Novo Fusion: visual elegantíssimo e motor 2.0 otimizado, mas que ainda bebe mais que outros Imagem: Divulgação

Claudio Luís de Souza

Do UOL, em Los Angeles (EUA)

15/10/2012 21h56Atualizada em 17/10/2012 02h25

A Ford mostrou à imprensa especializada nesta terça-feira (16), em Los Angeles (EUA), o novo Fusion, seu maior sedã à venda no Brasil. O carro é mais um resultado da globalização e unificação dos produtos da fabricante, que começou com o New Fiesta em 2008.

No caso do Fusion, um dos efeitos dessa estratégia é sua "fusão" (com o perdão da piada) ao três-volumes europeu Mondeo numa plataforma 100% nova (segundo a Ford, não há sequer uma peça em comum com a geração anterior dos modelos). Os nomes seguirão diferentes, mas o carro passa a ser o mesmo.

O lançamento do novo Fusion é praticamente simultâneo nos Estados Unidos e no Brasil, e por isso apenas 400 unidades da versão topo de gama Titanium AWD (com tração integral) serão vendidas em nosso país em 2012, num primeiro lote que deve ser entregue até o final de dezembro. O carro custa R$ 112.990.

EX-BANHEIRA
Para o Brasil, o impacto visual do novo Fusion será marcante -- ele perdeu o ar de banheira americana e recebeu uma aston-martinzada  que o deixou ao mesmo tempo elegante e agressivo. O estilo Kinetic tem no modelo uma de suas melhores traduções, destacando a imponente grade frontal.

Praticamente não há peças cromadas, que faziam o Fusion antigo parecer uma loja de torneiras e chuveiros. Não há nada, absolutamente nada no novo carro que lembre um exercício de tuning. O modelo ficou mais adulto, um resultado direto de sua europeização. Também vale notar que a paleta de cores, agora com sete opções, traz dois vermelhos e um azul bastante atraentes -- além do agora obrigatório branco, com pegada esportiva.

VÍDEO MOSTRA DETALHES DO NOVO FUSION

  • Este vídeo produzido pela Ford, sem áudio, mostra detalhes do novo Fusion Titanium AWD, configuração topo de gama do modelo, que conta com o motor Ecoboost 2.0 de 240 cavalos

PARA ABALAR O SALÃO
Tudo isso poderá ser conferido no estande da Ford no Salão do Automóvel de São Paulo, que começa na próxima semana. Mas a globalização da marca do oval azul se traduz melhor pelo que haverá sob o capô do carro: o Fusion vai estrear no Brasil a família de motores Ecoboost. No caso, a unidade de 2 litros, movida a gasolina.

É este o propulsor oferecido na configuração Titanium AWD, que a Ford mostrou aos jornalistas aqui em Los Angeles e a todos no Salão de São Paulo. O Ecoboost 2.0 passa a cumprir o papel que antes era do V6 de 3 litros, capaz de entregar 243 cavalos. Este motor foi aposentado; o novo, mesmo com o corte de 1 litro na capacidade, gera 240 cv, graças à injeção direta e ao turbocompressor. A transmissão é automática de seis velocidades, com trocas manuais em aletas atrás do volante.

O novo Fusion terá também uma opção mais barata, dotada de motor bicombustível de 2,5 litros, adaptação do Duratec que é usado na nova Ranger flex. Este carro chega ao Brasil em março de 2013, juntamente com o Titanium com tração dianteira (FWD).

O carro passa a ser produzido em cinco fábricas, duas a mais que a geração anterior: elas estão em México, Bélgica (berço do Mondeo), Rússia, China e uma nova unidade nos EUA. Os carros para o Brasil são os mexicanos.

DEIXA QUE ELE GUIA
O pacotão de tecnologia embarcada do novo Fusion na versão mais cara (Titanium AWD) inclui itens de segurança como alerta de ponto cego, assistência à manutenção de faixa (o volante vibra se for detectada troca de faixa indevida), assistência ativa a estacionamento (o carro detecta a vaga adequada e manobra o veículo, o motorista apenas acelera e freia) e controle de cruzeiro adaptativo (freia e acelera o carro de acordo com o trânsito à frente).

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

UOL Carros participou de um rápido test-drive do novo Ford Fusion na região de Los Angeles, na ensolarada e motorizada Califórnia. A primeira impressão geral do modelo, como motorista e passageiro (à frente e no banco traseiro), foi positiva.

O sedã ficou muito mais bonito em sua segunda geração. Elegante e arrojado, ganhou silhueta de fastback com um terceiro volume mais curto, bem ao atual gosto europeu. Também aposentou o excesso de brilharecos em favor de linhas limpas, eventualmente vincadas para criar jogos de luz e sombra (outra europeização).

O interior ficou mais contido, com instrumentos de porte menor (o conta-giros, 100% digital, parece um relógio de pulso) e soluções intrigantes: os comandos do painel frontal não usam teclas, e há vãos laterais para dar acesso a um porta-objetos gigante à frente da alavanca do câmbio.

Unificado ao carro europeu (o Mondeo) e usando plataforma e peças 100% novas (segundo a Ford), o Fusion virou um carro maduro.

Mas não de velho ou de "tiozão". Seu acerto de suspensão é feito para garantir estabilidade numa condução mais abusada, e o motor Ecoboost 2.0 jamais nega fogo, respondendo bem em baixa e alta rotação. "É carro para Autobahn", disseram vários executivos da Ford aqui em Los Angeles, referindo-se às estradas alemãs de velocidade liberada -- e traindo uma certa obsessão com os carros germânicos, diga-se.

Como nem em LA, nem no Brasil se pode acelerar à vontade sem infringir a lei, resta apreciar outras qualidades do Fusion -- como sua obediência ao motorista, o baixo ruído a bordo, o banco traseiro com espaço de diretoria e, talvez principalmente, a parafernália tecnologica embarcada de série nessa versão topo de gama Titanium, muito bem-vinda especialmente no que se refere à segurança ativa.

Como o test-drive foi em ruas, avenidas e freeways de verdade, não foi possível brincar de "sair da faixa" para testar o lane assist, mas num momento em que estávamos mais rápidos que o trânsito à frente o controle de cruzeiro adaptativo acendeu uma fileira de luzes vermelhas, que se refletem no para-brisa na altura dos olhos do motorista e são acompanhadas de aviso sonoro. Ajudou-nos a "acordar" e a cravar o pé no freio. E a câmera de ré, num carro longo, de traseira alta e envidraçamento pequeno, é ferramenta preciosa. (CLS)

 

O sistema de navegação por GPS, promete a Ford, será em português (integrado ao SYNC 2.0), corrigindo de vez uma falha da gama premium da marca.

Num futuro ainda incerto tudo isso será trivial em qualquer carro que se preze -- mas para tê-los hoje em dia ainda é preciso comprar um modelo premium de Audi, BMW ou Mercedes-Benz, Volvo ou Land Rover, e poucas outras marcas.

Ainda no quesito segurança, o Fusion Titanium traz, de série, oito airbags, inclusive para os joelhos.

Mas talvez o item mais surpreendente seja o novo keypad para acesso ao interior do carro usando código numérico. Sumiram as teclas sob a maçaneta; agora há uma tela sensível integrada à coluna B, que fica invisível até ser tocada.

QUEM BEBE MENOS
O novo Ford Fusion foi apontado em setembro pela Environmental Protection Agency (EPA), órgão de regulação ambiental dos Estados Unidos, como o mais eficiente (de menor consumo) em seu segmento -- aqui nos EUA, o Fusion é considerado um sedã médio.

A Ford comemorou a façanha do Fusion em superar o Toyota Camry, modelo de enorme sucesso por aqui. Até mesmo o cartão-chave do quarto do hotel em que a fabricante acomodou os jornalistas brasileiros em Los Angeles foi customizado com a "boa notícia".

Vale notar, porém, que a conquista foi do novo Fusion Hybrid, versão do carro que combina motores a combustão e elétrico. O resultado foi um consumo combinado (urbano e rodoviário) de 47 milhas por galão (MPG), equivalente a 19,98 km/litro de gasolina. A Ford promete o Hybrid para o Brasil em abril de 2013.

Com o propulsor Ecoboost 2.0 o Fusion obteve resultados mais "normais", segundo a EPA: o equivalente a 11,05 km/litro. Perdeu do Camry 2.5 automático, que cravou 11,9 km/litro.

Para o carro a ser vendido no Brasil, a Ford anuncia um consumo combinado de 9,1 km/litro. Não foi possível fazer uma medição própria em nosso contato com o carro (leia as impressões em quadro nesta página).

RIVAIS
Aqui nos EUA a briga do Fusion, como sugerido acima, é mesmo com o Camry e também com o Honda Accord, Chevrolet Malibu e Nissan Altima. Seu posicionamento de mercado é bastante claro.

No Brasil, porém, a situação é um pouco mais difusa. O modelo sempre ficou deslocado entre os sedãs médios (por ser maior que eles, já perto de seus atuais 4,87 metros) e os grandes (por ser mais barato devido ao acordo aduaneiro com o México).

Ao menos com a versão Titanium, a Ford decidiu comprar uma briga inter-segmentos com o novo Fusion. Praticamente todos os carros à venda no Brasil com valores entre R$ 90 mil e R$ 120 mil são citados como concorrentes -- e isso vale de Volkswagen Jetta TSI a Volvo S60, passando por SUVs como o Hyundai ix35 e o Tiguan.

O objetivo da Ford é capturar um comprador endinheirado, menos fiel a carrocerias e marcas -- e não o fã de sedãs. Tanto que a traseira à moda fastback do novo Fusion poderia muito bem estar em um cupê tradicional, de duas portas.

Veja abaixo quem o novo Fusion vai peitar:



Viagem a convite da Ford do Brasil