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Governador da Bahia fala com Dilma e ministro em favor da JAC

Jaques Wagner e Sérgio Habib (dir.), em maio, na chegada de lote de JAC J5 à Bahia - Divulgação/Secom Bahia
Jaques Wagner e Sérgio Habib (dir.), em maio, na chegada de lote de JAC J5 à Bahia Imagem: Divulgação/Secom Bahia

Claudio Luis de Souza

Do UOL, em São Paulo (SP)

30/07/2012 17h07

O governador da Bahia tem encontro nesta terça-feira (31) com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília (DF), para discutir a situação da indústria automotiva no Estado. O petista Jaques Wagner deve tratar especificamente do caso da JAC Motors, empresa chinesa que pretende erguer uma fábrica na Bahia.

No domingo (29), o presidente da operação brasileira da JAC, Sérgio Habib, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que a sobretaxação dos carros importados via IPI (imposto sobre produtos industrializados) e o dólar a R$ 2,00 inviabilizam a instalação da fábrica na Bahia e até mesmo a rede comercial da JAC no país. 

Wagner deve reivindicar a Dilma um tratamento tributário mais ameno a fabricantes de carros que desejam produzir no Brasil, mas que, em uma fase de sua implantação local, operem como importadoras -- exatamente o caso da JAC. A Bahia já é sede da principal fábrica nacional da Ford.

A regulamentação do novo IPI favorável à JAC viria por meio de um decreto. Sobre isso, Wagner já falou nesta segunda-feira (30) com o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O lobby do governador baiano acontece num momento em que as vendas gerais de carros importados sofrem forte queda, devido à elevação do IPI decretada no final do ano passado e apesar de um abatimento temporário no imposto, em vigor pelo menos até 31 de agosto. Os carros da JAC chegaram ao Brasil em março do ano passado pagando 13% de IPI. Com o aumento, essa taxa subiu a 43%. No momento, pagam 36,5%.

No entanto, os preços de tabela da fabricante chinesa caíram. Seu principal modelo, o J3, hoje é vendido por R$ 34.990 na carroceria hatchback. No ano passado, estreou por R$ 37.900, quando o dólar estava na casa de R$ 1,60. Hoje a moeda americana vale R$ 2,00.

UOL Carros apurou que a JAC do Brasil está "queimando dinheiro" para manter os preços atraentes e a rede de lojas no número atual. Verbas que iriam para o marketing, por exemplo, estão subsidiando os carros. Sem anúncios em televisão, jornais e revistas, as vendas do J3 (que não figura nem entre os 50 carros mais emplacados no Brasil) são sustentadas pelo "boca-a-boca".

  • Eugênio Augusto Brito/UOL

    Apesar das dificuldades por conta do IPI, chegada do pequeno J2 está confirmada

Outro modelo da fabricante chinesa teve um destino mais amargo. O sedã J5, que chegou a ter campanha de televisão estrelada pelo apresentador Fausto Silva, emplacou apenas 170 unidades em junho -- na primeira quinzena deste mês, foram 78 carros. O modelo já teve o preço reduzido a R$ 46.990, ante os R$ 53.800 pedidos no lançamento.

A minivan J6, disponível com cinco e sete lugares, emplacou 1.433 unidades desde janeiro, mas a partir de agora encara a forte concorrência da Chevrolet Spin. Apesar de tudo isso, a chegada do pequeno J2 está confirmada para este ano, após o Salão de São Paulo, em outubro.