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Sindicato vai a Dilma protestar por demissões na GM após fim de Meriva e Zafira

Spin, que substitui Meriva e Zafira e parte de R$ 44.590: demissões em SP vêm de série? - Murilo Góes/UOL
Spin, que substitui Meriva e Zafira e parte de R$ 44.590: demissões em SP vêm de série? Imagem: Murilo Góes/UOL

Da Reuters<br>DO UOL<br>Em São Paulo (SP)

17/07/2012 16h15

Sindicalistas que apontam para a ameaça de demissões na fábrica da General Motors em São José dos Campos, interior de São Paulo, reuniram-se nesta terça-feira (17) com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que se comprometeu a levar a questão à presidente Dilma Rousseff para evitar eventuais cortes de empregos na montadora.

Os metalúrgicos afirmam que há risco de demissão em massa com o fechamento do setor do complexo industrial da GM responsável por veículos como Meriva e Zafira.

Esses modelos, o primeiro de cinco e o segundo de até sete lugares, estão sendo substituídos pela minivan Spin, lançada este mês em duas versões -- de cinco e sete lugares -- justamente para aposentar Meriva e Zafira. O novo carro está sendo montado em São Caetano do Sul (SP), e cerca de 1.500 funcionários poderiam ser afetados pelo fechamento da linha, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José.

A GM não confirma quantos funcionários trabalham na linha conhecida como MVA, que também produz os modelos Corsa e Classic. Na quinta-feira passada, a linha encerrou a produção da Zafira. Além disso, a produção do Corsa, que operava em dois turnos, passou recentemente a apenas um turno. O Corsa hatch (o sedã não é mais fabricado) deve desaparecer quando foi lançado o Ônix -- hatch e sedã. Este novo carro também aposenta o Prisma. Celta e Classic devem continuar em produção. 

A montadora promoveu dois programas de demissão voluntária na unidade desde junho, com adesão de 356 trabalhadores.

Procurada, a GM informou que não foi convocada para a reunião com o secretário-geral da Presidência da República, mas que uma série de reuniões com dirigentes sindicais e autoridades estaduais e federais serão promovidas até o fim deste mês para "troca de informações e avaliação da situação" na unidade.

No início do mês, o vice-presidente de Relações Públicas e Governamentais da GM do Brasil, Marcos Munhoz, afirmou à Reuters que "depende do mercado" a manutenção dos postos de trabalho na linha da fábrica de São José dos Campos. Na ocasião, o executivo comentou que a montadora não estava descumprindo acordo com o governo que impede demissões em troca de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até 31 de agosto, pois a companhia está contratando trabalhadores em outras unidades no país.

Sacramentando o fim de Meriva e Zafira, a GM (dona da marca Chevrolet) colocou no mercado as séries Collection dos dois modelos, limitadas e com itens de personalização (por exemplo, são numeradas).

Os sindicalistas de São José dos Campos afirmaram que deverão se reunir com representantes do Ministério do Trabalho entre os dias 20 e 25 para discutir a situação. Os trabalhadores da fábrica promoveram na segunda-feira greve de 24 horas em protesto contra falta de alternativas da montadora para manutenção de empregos na unidade.