Ram estreia no Brasil com a gigante 2500 de olho nos donos de picapes médias
Uma das medidas tomadas na reformulação do grupo Chrysler depois do desastre financeiro de 2008 e a aliança com a Fiat foi a criação da Ram, marca de utilitários que aproveitou o nome da linha de picapes da Dodge. É difícil acostumar-se a dizer "a Ram 2500" em vez de "a Dodge Ram 2500", mas é assim que é. Este modelo, na versão Laramie, inaugura a marca no Brasil -- e com uma estratégia de mercado agressiva.
Com 5,85 metros de comprimento, 2 metros de largura, 2 metros de altura e peso bruto total de 4.354 kg (3.279 kg mais 1.075 kg de carga), a Ram 2500 pode ser descrita como um "caminhãozinho de luxo". Seu condutor precisa ter habilitação na categoria C, e terá de lidar com um mamutesco propulsor turbodiesel seis-em-linha de 6,7 litros, fabricado pela Cummins (especializada em equipar caminhões e ônibus) e capaz de entregar expressivo torque de 84,6 kgfm a 1.500 rpm, ponto pouco abaixo de 50% da rotação máxima do motor. O câmbio é automático, de seis velocidades, controlado por alavanca na coluna da direção.
A lista de equipamentos é extensa e o acabamento da cabine é quase luxuoso -- lembra um carro da linha nobre da Chrysler, como o sedã 300, em vez de produtos Dodge, mais modestos. Tudo isso empacotado num visual agressivo, com megagrade frontal cromada, vincos aerodinâmicos no capô, perigosos ganchos para reboque nas extremidades do parachoque dianteiro etc.
Viu uma Ram 2500 no retrovisor? Saia da frente. Na hora.
Tudo isso custa R$ 149.900 (ou R$ 146.900 no Norte, Nordeste e no Espírito Santo). É o mesmo preço da estreia da então Dodge Ram 2500 no Brasil, em 2005, segundo a assessoria da Chrysler. E ele revela claramente a estratégia da nova marca: buscar o atual cliente de picapes médias de alto conteúdo, como a recém-lançada Volkswagen Amarok Highline Automática, que custa R$ 135.990. Até porque não há concorrentes diretos, desde que a linha pesada F da Ford deixou de ser oferecida no Brasil. A Mercedes-Benz fez o mesmo com o Classe C, que almeja ser o próximo carro dos donos de versões superiores de Civic, Corolla e outros sedãs médios.
Vale notar que, apesar de a Ram 2500 ser fabricada no México, ela paga o IPI elevado para importados, já que a nova marca não tem fábrica no Brasil.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
UOL Carros experimentou a Ram 2500 Laramie nesta quinta-feira (29), numa situação pouco adequada a esse tipo de veículo: em circuito fechado, na pista do Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ). Ainda por cima, chovia na hora do limitado test-drive.
Após um embarque relativamente desconfortável -- lembremos, a altura da 2500 é de 2 metros --, que pode ser facilitado com a compra de estribos fixo ou elétrico e retrátil (disponíveis como acessórios), a diversão foi ligar o motor e se sentir um personagem do "Carga Pesada", mas numa cabine confortável, dotada de couro, comandos de visual agradável e muito espaço.
O torque de caminhão empurrou a picapona (vazia) com uma certa morosidade até cerca de 80 km/hora, mas depois disso, com ela já embalada, a velocidade cresce de forma natural. Numa pista de corrida que se preparava para receber uma etapa da Fórmula Truck, ficou difícil avaliar a suspensão em termos de impactos na cabine, e menos ainda as capacidades off-road do modelo, que tem tração 4x4 sob demanda (o padrão é 4x2, traseira) e reduzida.
Em compensação, submetemos a gigante a frenagens violentas, literalmente montando sobre o pedal do freio -- e o ABS entrou em ação para garantir uma trajetória retilínea até a parada total.
Outro destaque é o controle eletrônico de estabilidade, sem o qual o test-drive teria acabado na primeira curva. A Ram 2500 sempre apresentou sobresterço numa pista que, aparentemente, tinha pontos com óleo deixado pelos caminhões da Truck. O ESC entrou em ação e manteve a picapona sob controle e dentro do asfalto.
Não é muita coisa a dizer sobre o modelo, mas ficou a sensação geral de que o público de cidades como Ribeirão Preto (SP) e Londrina (PR), citadas na apresentação à imprensa como "capitais Ram" (vale dizer, estratégicas para a marca) pode mesmo se interessar em trocar modelos médios por essa mal-encarada e sofisticada picape grande. A ver.
Viagem a convite da Chrysler do Brasil
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