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Hyundai mostra perua i30 e mira elegância híbrida

Hyundai apresenta segunda geração da perua i30 CW, baseada no hatch médio - Rodrigo Lara/UOL
Hyundai apresenta segunda geração da perua i30 CW, baseada no hatch médio Imagem: Rodrigo Lara/UOL

Rodrigo Lara

Do UOL, em Genebra (Suíça)*

06/03/2012 11h35

“Queremos ser a marca mais amada da Europa”. A marcante frase é o mantra da Hyundai em Genebra. Durante a coletiva de imprensa, realizada no Palexpo, o centro de exposições suíço que abriga o 82º Salão do Automóvel, soa como uma das tradicionais bravatas da marca. A estratégia da Hyundai por essas bandas, entretanto, é distinta da utilizada no Brasil. Diferente do clima de ostentação com o qual a marca se acostumou a rechear seus lançamentos e anúncios por aí, aqui na Europa os sul-coreanos brigam para mostrar que possuem qualidade.

E foi assim que a marca apresentou suas novidades: os já conhecidos Hyundai Genesis Coupé e Veloster Turbo, mostrados no Salão de Detroit, em janeiro, deram as caras para o público europeu também. Os lançamentos, de fato, são uma espécie de continuação do que foi apresentado em Frankfurt, no ano passado. A nova geração do médio i30, mostrado em forma de hatch, ganha em Genebra sua versão station wagon. As linhas são tão similares às do dois-volumes que, em uma primeira olhada, a perua i30 parece mais um hatchback esticado.

A semelhança continua nas lanternas traseiras, de formato orgânico, e nos vincos na carroceria, marca do estilo “escultura fluída" que domina a linha atual da Hyundai. O padrão interior segue o do hatch, com uma grande tela do sistema multimídia dominando o centro do painel. Partida por botão, ar-condicionado de duas zonas, bancos ajustáveis em dez posições são alguns dos equipamentos para o mercado local. No porta-malas, a perua i30 carrega 528 litros.

A ideia é aproximar a station média da sua irmã maior, a i40 SW, disponível na Europa  -- no Brasil, assim como nos Estados Unidos, o Sonata assume o papel de médio-grande pela exigência de maior conteúdo.

No quesito motorização, a nova i30 CW traz seis opções de motores, três a gasolina e outros três a diesel (estes não podem ser vendidos no Brasil), com potências que variam de 90 a 135 cavalos. Os destaques vão para a nova geração do motor 1.6 GDI, com injeção direta de gasolina, que rende 135 cv, e para o 1.6 turbodiesel, de 110 cv. O carro, fabricado na República Checa, deverá representar 30% do mix de vendas da família i30 aqui na Europa, um mercado que, tradicionalmente, aceita bem as chamadas peruas. No Brasil, ainda que não haja planos oficiais, a perua deverá estrear pouco tempo depois da nova geração do i30 hatch.

A VOLTA DA ELEGÂNCIA
Outro destaque da marca diz respeito ao futuro. O carro-conceito i-oniq (assim, em minúsculas), uma espécie de cupê robusto, dá mostras sobre o rumo que o design da Hyundai deve seguir. O formato dos vincos, uma marca do estilo da fabricante, toma novos contornos, com superfícies mais suaves e lisas, em contraste com a agressividade latente vista nos carros atuais da marca.

A obra, cuja autoria é de Thomas Bürkle, desenhista-chefe da Hyundai européia, também traz tecnologias como iluminação por LEDs e motorização híbrida. No caso, um motor elétrico, de 109 cv, se une a um motor movido a gasolina de 1 litro e três cilindros, que rende 61 cv. Com a atuação da dupla, o carro pode rodar por até 700 quilômetros.

Mais o que um estudo, o i-oniq mostra que a Hyundai, uma marca lembrada muito pelo estilo dos seus carros (e isso não ocorre apenas no Brasil), tem noção de que desenhos exagerados e cheios de vinco costumam cansar logo. E, se considerarmos que o visual de um carro-conceito muito tem a dizer sobre a marca, é possível considerar que a fabricante deverá apostar em elegância, deixando a agressividade de lado em um futuro muito próximo.

* Viagem a convite da Mercedes-Benz