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Honda descarta carro barato pelos próximos três anos

<b>Conceito EV-STER é proposta de roadster (conversível de dois lugares) elétrico</B> - Claudio de Souza/UOL
<b>Conceito EV-STER é proposta de roadster (conversível de dois lugares) elétrico</B> Imagem: Claudio de Souza/UOL

CLAUDIO DE SOUZA

Enviado especial a Tóquio (Japão)

30/11/2011 07h44Atualizada em 30/11/2011 15h46

A Honda não vai vender o Brio no Brasil nos próximos três anos. O compacto foi lançado na Tailândia este ano para ser o modelo global de entrada da marca em mercados emergentes -- só que, pelo menos até 2015, e ao contrário das especulações, a Honda brasileira continuará com o portfólio atual, de cinco modelos.

Quem garante é o vice-presidente da empresa no Brasil, Issao Mizoguchi. Em conversa com UOL Carros no 42º Salão de Tóquio, nesta quarta-feira (30), o executivo disse que não há chance de o Brio ser vendido no Brasil sem que seja fabricado no próprio país. E não há chance de ele ser fabricado no Brasil até 2015.

  • Divulgação

    Honda Brio na Tailândia, em 2010: executivo afirma que ele não será vendido no Brasil tão cedo

"O Brio não chegaria ao país por menos de R$ 40 mil", disse Mizoguchi, referindo-se ao carro hoje fabricado na Tailândia e na Índia. "E para fazer um carro no Brasil precisa ter volume, umas 40 mil unidades por ano".

Mizoguchi garantiu que, em 2015, a Honda venderá no país exatamente os mesmos modelos de hoje: Fit, City, Civic, CR-V e Accord. Os três primeiros são fabricados em Sumaré (SP), o crossover é feito no México, e o sedã grande, no Japão.

Uma das hipóteses para viabilizar a produção do Brio no Brasil seria o deslocamento da linha do City para a Argentina. Mas isso parece estar fora de cogitação. No entanto, vale lembrar que a Honda anunciou uma nova fábrica no México, para operar em 2014 -- e os carros produzidos por lá não pagam impostos para entrar no Brasil.

FRACASSO

  • Divulgação

    Honda assume culpa por má aceitação do novo Civic nos EUA. O motivo? O interior do carro, similar ao do novo Civic brasileiro, foi considerado simplista demais pelo consumidor americano.

Mas a empresa pode ter uma carta na manga, até agora jamais especulada. "Não haverá nova fábrica em operação no Brasil até 2015. Mas veja bem, eu disse em operação", frisou Mizoguchi.

NOVIDADES
O modelo 2012 do CR-V, que passou por significativa alteração, deve chegar ao Brasil em março, segundo o executivo, a um "preço próximo" do atual. Ou seja, vai ficar mais caro.

E, a depender do que diz o executivo, a Honda aposta numa retomada nas vendas do Civic -- podendo, inclusive, retomar do Toyota Corolla a liderança no segmento dos sedãs médios. "Ali é uma questão de qual é o carro mais novo", encerrou Mizoguchi.

A confiança do executivo no sucesso do três-volumes remodelado é grande, mas ao menos nos Estados Unidos o novo Civic fracassou, levando o presidente geral da marca, Takanobu Ito, a assumir a culpa pela falha. Com vendas em baixa e perdendo a preferência para Chevrolet Cruze e Ford Fusion, o Civic americano pode até mudar no começo de 2013 (saiba mais aqui).

No Salão de Tóquio, a Honda mostra um punhado de conceitos de propulsão alternativa, entre eles, um esportivo compacto denominado EV-STER (mistura de EV, de "electric vehicle", com "roadster") e o já conhecido Fit EV, além do compacto "caixotinho" N BOX e algumas motocicletas.

Viagem a convite da Toyota do Brasil