A Toyota tem planos ambiciosos para o Brasil, que prometem tirar a companhia da relativa apatia que a mantém distante do topo do ranking das fabricantes. A marca japonesa é apenas a sétima maior vendedora de veículos no país, com 3,28% de participação no mercado este ano (até o final de outubro), em contraste com a circunstancial posição de maior vendedora global assumida em 2008 devido à crise da General Motors, agora abalada pelos efeitos do terremoto/tsunami de março no Japão.
A meta da Toyota do Brasil é elástica, mas mesmo em seu piso é ousada: obter entre 5% e 8% do mercado brasileiro em até três anos, segundo UOL Carros apurou junto a fontes da empresa.
Isso significa que a Toyota quer ter, até o final de 2015, uma fatia que hoje a colocaria na quinta posição entre as montadoras, quase empatada com a Ford (8,62%) e acima da Renault (7,01%). Essa projeção, obviamente, desconsidera as promessas de crescimento das demais fabricantes -- se todas se confirmassem, a soma passaria de 100%.
GIGANTE EM RISCOA Toyota é a maior vendedora de veículos no Japão, embora em termos absolutos seu principal mercado seja o norte-americano -- fator contribuinte para o breve status de maior do mundo que a fabricante experimentou. A apreciação do iene frente ao dólar, que tem provocado o deslocamento para o exterior da produção de Honda e Nissan (em direção a México e países "mais baratos" da Ásia), já projeta uma incômoda sombra de desestabilização sobre a empresa dentro de sua própria casa.
Com previsão de recuo de 14,2%, o mercado automotivo interno do Japão deve ser de 4,25 milhões de unidades este ano.
No Brasil, a Toyota lidera no segmento dos sedãs médios, com o Corolla mantendo boa dianteira mesmo com a chegada de rivais fortíssimos (entre outros,
Chevrolet Cruze e
Volkswagen Jetta) e ainda aguardando os efeitos da virada de geração do Honda Civic, esperáveis para o final do primeiro trimestre de 2012 -- apesar de já apresentado à imprensa, o Civic
chega às lojas apenas em janeiro.
No segmento dos utilitários e comerciais leves, a Toyota aposta muitas fichas na picape Hilux, que acaba de
passar por um facelift e em 2012 ganha opção de motor bicombustível. Entre as picapes médias, ela só perde para a Chevrolet S10, que será substituída no ano que vem pela
variação brasileira da Colorado. O número projetado para a Hilux é de 40 mil unidades em 2012, mais do que venderá a S10 em 2011. O SUV irmão da picape, o SW4, chegaria no ano que vem a 10 mil unidades.
Fabricados fora do eixo Mercosul-México, o SUV compacto RAV4 (que recentemente
ganhou uma versão 4x2) e o sedã grande Camry completam a gama da Toyota -- e podem ser penalizados pelo aumento do IPI, em vigor a partir de 15 de dezembro próximo.
NOVO PÚBLICO
A Toyota não vai crescer no Brasil como espera oferecendo apenas produtos relativamente elitistas, vale dizer, ainda distantes do que pode almejar uma nova classe média em processo de consolidação. E sabe disso.
UOL Carros apurou que, neste horizonte de três anos, a marca terá três modelos inéditos no Brasil -- o Prius, o compacto Etios e mais um, ainda misterioso. Os dois primeiros chegam já em 2012; o híbrido no segundo semestre, o Etios (que tem DNA indiano) talvez antes. A fabricante passaria a atuar no segmento de compactos, forte para ela em diversos países mas negligenciado no Brasil, onde marcas japonesas como a própria Toyota, a Honda e a Mitsubishi têm um status de sofisticação que não corresponde à imagem delas em outros mercados.
Além da estreia no segmento B, a Toyota planeja, num prazo de até sete anos, lançar no Brasil um quarto modelo inédito (este é um completo segredo) e promover o Prius de "carro de imagem", com vendas iniciais previstas de cerca de 100 unidades por mês, a carro de volume,
disputando para valer entre os hatches médios. Por sinal, outro segmento no qual a Toyota do Brasil dorme em berço esplêndido.
Viagem a convite da Toyota do Brasil
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