JAC anuncia fábrica na Bahia em terreno maior que o da vizinha Ford

A JAC Motors apresenta no próximo dia 16, em Salvador (BA), os detalhes de sua fábrica no Brasil, cuja instalação pareceu (por alguns momentos, ao menos) ameaçada pelo mega-IPI para carros importados que passa a valer em meados de dezembro. Como se vê, era tudo nhenhenhém -- seja da matriz chinesa, seja do presidente nacional da empresa, Sérgio Habib, ou mesmo de ambos.
A confirmação do investimento na Bahia terá a presença do governador do Estado, o petista Jacques Wagner, que poderá detalhar os esperáveis incentivos oferecidos à JAC para que ela se instale em Camaçari, polo automotivo do Nordeste que já conta com uma fábrica da Ford. O governador tem a receber um polpudo pacote de 3.500 empregos diretos e 10 mil indiretos, segundo estimativas da marca chinesa.
Numa provocação quase despercebida, mas muito saborosa, à futura vizinha e atual rival Ford (que acusou o golpe ao igualar os preços do Fiesta Rocam aos do J3), a JAC lembra que fará sua planta numa área total de 5 milhões de m², enquanto a fábrica da marca norteamericana ocupa terreno de 4,7 milhões de m². No entanto, esta gera 8 mil empregos diretos.
O investimento total será de R$ 900 milhões, afirma a assessoria da JAC, para garantir a produção de até 100 mil carros por ano. Espera-se que a linha esteja plenamente ativa em algum momento de 2013 ou no começo de 2014. Mais ou menos nessa época, Habib poderá (ou não) anunciar um acerto definitivo com a indiana Tata, com a qual negocia há algum tempo, inclusive já testando carros no Brasil. Não é absurdo imaginar a fábrica de Camaçari produzindo carros de passeio chineses e utilitários indianos.
De acordo com a JAC, a fábrica baiana contará com pista de testes, centro de desenvolvimento e laboratório de emissões veiculares. O regime de produção não será CKD (partes importadas com montagem no Brasil), até porque o nível de nacionalização terá de chegar a 65%. Embora o IPI elevado esteja previsto para acabar em 31 de dezembro de 2012, todas as fabricantes devem ter aprendido a lição de que o governo federal tem interesse em vestir a camisa do nacionalismo.
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