Tiguan ganha cara da Volkswagen, absorve IPI e começa em R$ 110 mil

Aos poucos, para o bem ou para o mal, a Volkswagen aplica sua nova identidade visual, baseada em traços e recortes retos, em toda a sua linha vendida no Brasil. A "vítima" da vez é o crossover compacto Tiguan, carro de vendas inversamente proporcionais às suas qualidades, como visual e comportamento dinâmico. Em seu modelo 2012, o veículo adota faróis e grade similares aos vistos em outros modelos da marca, como os sedãs Jetta e Passat, o SUV Touareg e o compacto Fox.

Produzido na Alemanha, o Tiguan 2012 é o primeiro carro importado de fora do Mercosul e do México a chegar ao Brasil após o aumento de 30 pontos no IPI. É um fato curioso, já que a manobra tributária teve apoio velado da Anfavea, associação de fabricantes da qual a Volkswagen faz parte. Segundo a empresa, o aumento do IPI foi repassado apenas parcialmente ao preço final do SUV, que ficou 8% mais caro -- as previsões mais pessimistas eram de preços até 28% mais altos.

Assim, em seu modelo 2012, o Tiguan -- cujos valores reais variavam de R$ 100 mil a R$ 112 mil, segundo as tabelas mais confiáveis -- tem o preço sugerido de R$ 110 mil. 

O QUE TEM, E CONTRA QUEM
O DNA atual da Volks parece cair melhor em alguns carros do que em outros. O Tiguan se enquadra no primeiro grupo, juntamente como o Touareg e o Fox. O farol de linhas planas em conjunto com a grade de dois filetes dão aparência esportiva ao crossover. Atrás, as lanternas também seguem o padrão atual da VW, com posicionamento horizontal e filetes de luz. Parachoques dianteiros e traseiros receberam uma leve atualização.

No interior, o Tiguan apresenta o mesmo visual sóbrio de outros VW. Entre os novos equipamentos, destacam-se o sistema Kessy, que dispensa a chave para a entrada e partida do veículo (opcional); o Park Assist II, que pode estacionar o veículo também em vagas perpendiculares à calçada (opcional); e um sistema que detecta a fadiga do condutor de acordo com o seu comportamento ao volante (conhecido de carros da Mercedes-Benz, e de série no Tiguan). O sistema de interatividade tem bluetooth, conexão para iPod, tela touchscreen e oito alto-falantes. O ar-condicionado é dual zone.

Do lado de fora, os faróis de xênon com sistema de LEDs e as rodas de aro 18 são opcionais (as de série são de 17 polegadas). O teto solar panorâmico também é pago à parte. Os bancos são revestidos apenas parcialmente com couro. 

Entre os itens de segurança do Tiguan, destacam-se os freios com ABS (antitravamento) e assistência à frenagem, ASR (controle eletrônico de tração), EDL (bloqueio eletrônico do diferencial) e ESP (controle de estabilidade), além de seis airbags. Tudo isso é de série.

DESEMPENHOS
O motor é o 2.0 TSI, já conhecido do Passat e do Jetta turbo. O propulsor trabalha apenas com gasolina. rende 200 cavalos de potência e tem torque de 28,5 kgfm. Ligado a essa unidade está um câmbio automático Tiptronic de seis marchas, que permite trocas manuais. A tração é a 4motion, que transmite a força do motor para as quatro rodas do carro. Segundo a Volkswagen, o Tiguan vai a 207 km/h e cumpre o zero a 100 km/h em 8,5 segundos.

No mercado nacional, o Tiguan é o 13º SUV mais vendido, com 2,1% do segmento e 3.484 unidades emplacadas este ano (até o meio de setembro). Não é um mau desempenho, mas é um terço do que vende o Honda CR-V, e menos da metade dos emplacamentos do Chevrolet Captiva. Ambos são mais baratos que o carro da Volkswagen, e assim continuarão, por serem fabricados no México.

UOL Carros participa de test-drive com o novo Tiguan nessa sexta-feira (30). Suas impressões ao dirigir serão publicadas em seguida.

Viagem a convite da Volkswagen do Brasil