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Jeep Grand Cherokee fica mais vistoso e confortável por R$ 154.900

<b>Jeep Grand Cherokee ganha visual mais contemporâneo e esbanja conforto</b> - Divulgação
<b>Jeep Grand Cherokee ganha visual mais contemporâneo e esbanja conforto</b> Imagem: Divulgação

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Angra dos Reis (RJ)

20/01/2011 22h34

A Chrysler lança oficiamente nesta quinta-feira (20) o novo Jeep Grand Cherokee, quarta geração do SUV de luxo já mostrada durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro. Fabricado em Detroit, nos Estados Unidos, o modelo chega ao Brasil em duas configurações de acabamento com preços distintos:

Jeep Grand Cherokee Laredo R$ 154.900
Jeep Grand Cherokee Limited: R$ 174.900

No segmento, o carro da Jeep -- marca que pertence ao grupo Chrysler, e portanto à Fiat --, encara rivais como BMW X5, Volkswagen Touareg, Volvo XC90, Mercedes-Benz Classe M, Range Rover Sport e Audi Q7; na mesma faixa de preço, estão opções como Toyota Hilux SW4 (a diesel), Mitsubishi Pajero Full, Hyundai Vera Cruz, Kia Mohave e Land Rover Discovery 4. A meta da Jeep é vender 700 unidades ao longo deste ano.

As duas configurações do Grand Cherokee contam com mecânica similar, incluindo o novo motor a gasolina Pentastar V6 de 3.6 litros com comando varável de válvulas (o mesmo do novo Chrysler 300, mostrado no Salão de Detroit), capaz de gerar 286 cv de potência a 6.350 rpm e torque de 35,4 kgfm a 4.300 rpm, com economia de combustível na casa dos 10% em relação ao antecessor, segundo a fabricante. A transmissão é sempre a W5A580, automática de cinco velocidades (com overdrive) e opção de trocas manuais -- neste caso, o indicador de marchas irá até a quarta. Há ainda a tração 4x4 Quadra-Trac II e caixa de reduzida com acionamento eletrônico de duas velocidades com torque por demanda. 

Montado sobre novo chassis, este Grand Cherokee tem índice de rigidez torcional 146% maior que o da antiga geração, prometendo nível menor de vibrações e ruídos e aumento de desempenho. O maior conforto interno é garantido ainda pelas novas medidas -- 4,82 m de comprimento, 1,94 m de largura e 1,78 m de altura, com 2,91 m de entreixos (neste caso, aumento de quase 13,5 cm) -- e capacidades. O porta-malas está 11% mais amplo, com 782 litros (1.554 litros com rebatimento).

 

As suspensões agora são independentes nas quatro rodas, sendo que o novo acerto do conjunto traseiro permitiu realocar o estepe no interior do veículo. O Grand Cherokee está calçado com rodas aro 18 e pneus 265/60. Conta também com novo controle de tração Selec-Terrain, similar ao visto em modelos da Land Rover, com botão seletor que permite a escolha de um dentre cinco programas: Auto (padrão, adequado a situações urbanas e off-road), Sand/Mud (terrenos arenosos ou lamaçais), Snow (neve, para pistas muito escorregadias), Rock (terrenos rochosos, com coordenação entre aceleração do motor e diferenciais) e Sport (terreno urbano, com mudança no direcionamento da tração para o eixo traseiro).

Há ainda a série de acessórios da Mopar, divisão de preparação do Grupo Chrysler, para aumentar o conforto a bordo ou garantir visual mais arrojado ao SUV.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
De cara, o maior trunfo do novo Grand Cherokee está na imponência gerada pela nova frente, com conjunto óptico mais fino (abrigando os faróis arredondados) e integrado ao corte da grade frontal, em solução que lembra muito a antiga geração do canadense Ford Edge -- o diferencial, no caso do modelo fabricado nos Estados Unidos, está na grade com sete fendas verticais. Na lateral, sobressai a musculatura das caixas de roda, enquanto a traseira ficou mais bem resolvida (e classuda, diga-se de passagem), com visual semelhante ao dos SUVs da BMW (embora mais fluido, apesar da aplicação "conservadora" de uma régua cromada unindo as lanternas).

Intimidação visual garantida, o "jipão" de luxo também leva vantagem no trânsito com seu novo conjunto mecânico. UOL Carros participou nesta quinta de um test-drive do modelo, dirigindo entre as cidade do Rio de Janeiro e Angra dos Reis (distância pouco superior a 100 quilômetros), além de um pequeno percurso para carro "traçado", com direito a duas travessias de rio e algumas áreas enlameadas. Saímos com a impressão de que o novo Grand Cherokee é um modelo muito mais esperto que o anterior e, ainda, que diversos rivais.

O motor Pentastar conversa com a transmissão de forma bastante equilibrada, mantendo um nível de rotações sempre baixo -- no painel, aliás, existe uma faixa verde indicando o regime ideal de giros, entre moderadas 1.000 rpm e 2.000 rpm, e é no topo desta marca que o conjunto se mantém em grande parte do tempo, quase sem solavancos entre ascensões ou reduzidas, algo incomum em câmbios automáticos, sobretudo de modelos americanos. Mesmo no kickdown (pisada forte no acelerador, provocando redução em busca de mais torque), o comportamento é equilibrado e evita a "gritaria", algo até surpreendente (e que também mostra o bom isolamento acústico).

Surpresa maior, no entanto, tem-se quando o modo de troca manual é utilizado. Embora a ergonomia seja prejudicada -- da posição D (de Drive), mais ao "fundo" do curso, é necessário deslocar a alavanca para a esquerda (para reduzir) ou direita (ascender), tarefa bastante incômoda dependendo da posição do banco -- o resultado é primoroso: de tão suavizado, o engate de marchas se torna quase imperceptível, e o motor parece trabalhar em perfeita sincronização, sempre no limite ideal de giros.

O conjunto de suspensões independentes garantem também, além da maior segurança, conforto superior, seja no asfalto, seja na trilha. Numa comparação "caseira", o Grand Cherokee é uma escolha mais acertada, por exemplo, que o Cherokee Limited testado anteriormente por UOL Carros: na cidade, o novo SUV é mais rápido, estável, equipado e divertido que o modelo do andar de baixo; e, na terra, o Grand Cherokee se mostra mais preparado e, novamente, mais confortável que o Cherokee, chacoalhando menos e tratando seus ocupantes com mais carinho.  

Por fim, mimos como partida por botão, volante multifunção, ar-condicionado automático digital de duas zonas, ajustes elétricos totais para motorista e carona, central multimídia para rádio, CD Player, telefone e MP3/iPod e tela basculante para os ocupantes traseiros, entre outros, completam o pacote de modo competente -- exclusivos da versão Limited são disco rígido, teto solar e faróis de xenônio. Mas faltam itens mais "atuais", como luzes com LEDs e controles de temperatura também para os passageiros de trás. Por fim, o consumo de 9 km/l na estrada (pouco melhor que a média de 8,8 km/l que consta do próprio informativo de fábrica) atestam o bom acerto do modelo.

Viagem a convite da Chrysler/Jeep