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Em busca do hatch médio perdido, Fiat lança Bravo, que parte de R$ 55.200

Bravo Absolute: versão intermediária do hatch começa em R$ 62.250 e aposta no conteúdo - Divulgação
Bravo Absolute: versão intermediária do hatch começa em R$ 62.250 e aposta no conteúdo Imagem: Divulgação

CLAUDIO DE SOUZA

Enviado especial ao Rio de Janeiro

25/11/2010 00h27

A Fiat apresentou oficialmente à imprensa na noite desta quarta-feira (24) o Bravo, que chega ao Brasil para recolocar a marca italiana na briga do hatches médios, hoje vencida pelo Hyundai i30. O Bravo aposenta o Stilo, modelo que -- assim como outros do mesmo porte -- envelheceu e ultimamente vendia pouco.

O Bravo já foi visto pelo público brasileiro no Salão do Automóvel de São Paulo, mas a marca ainda não havia anunciado seus preços. Suas versões misturam a nomenclatura usada separadamente pela Fiat em diversos modelos. São elas:

Bravo Essence -- R$ 55.200
Bravo Essence Dualogic -- R$ 57.800
Bravo Absolute -- R$ 62.250
Bravo Absolute Dualogic -- R$ 65.200
Bravo T-Jet -- R$ 67.700


As versões Essence e Absolute contam com o motor E-torq bicombustível de 1,8 litro (na verdade, sua capacidade é de 1.747 cm³) e 16 válvulas, fabricado no Brasil e já conhecido na atual linha da Fiat. O propulsor entrega potência de 130/132 cavalos a 5.250 rpm e torque de 18,4/18,9 kgfm a 4.500 rpm (gasolina/etanol). O câmbio é manual ou automatizado (com trocas sequencias) de cinco marchas. Já o versão T-Jet traz o propulsor turbocomprido de 1,4 litro lançado no Brasil com o Linea e o Punto, somente a gasolina, capaz de produzir 152 cv e torque de 21,1 kgfm (entre 2.250 e 4.500 rpm) e 23 kgfm a 3.000 rpm com a função Overbooster. O câmbio, apenas manual, é novo, importado da Itália, e tem seis velocidades. Esta versão "nervosa" só estará à venda por volta de março de 2011.

QUEM É
O Bravo que ora chega ao Brasil não deve ser confundido com o antigo modelo europeu de mesmo nome (de duas portas), nem com o hatch Brava (de quatro) vendido por aqui até o começo dos anos 2000. O Bravo atual foi lançado na Europa em 2007 exatamente como substituto do Stilo -- que, por sua vez, havia substituído o primeiro Bravo no mercado europeu.

O carro usa a plataforma média da Fiat (aperfeiçoada por profissionais da empresa em Minas Gerais) que serviu também ao finado Stilo e ainda é usada no Lancia Delta. Apesar do jeitão de Alfa Romeo da traseira do Bravo, nenhum carro dessa marca premium usa a mesma base.

O novo Bravo disputará espaço no Brasil com carros bem-sucedidos e mais atualizados do que o Stilo, modelo cuja permanência no mercado já vinha representando um tempo perdido para a Fiat no segmento dos hatches médios (o que não quer dizer que todos os seus concorrentes tenham se modernizado). Um adversário duro será o atual líder Hyundai i30, impulsionado por um bom pacote de equipamentos e a avalanche publicitária da marca sulcoreana. Outro será o Ford Focus, que cresceu muito depois de ganhar o motor Sigma 1.6 bicombustível. Volkswagen Golf e Chevrolet Astra são dois exemplos de rivais que precisam se reinventar. Ainda distante no horizonte, está o Chevrolet Cruze dois-volumes.

  • Divulgação

    Bravo T-Jet: versão topo começa em R$ 67.700 e traz motor de 1,4 l turbo, câmbio manual de seis marchas, controle de estabilidade e Overbooster (semelhante à função Sport).

PACOTÃO
Para as duras batalhas que se anunciam, o Bravo vem armado com bastante conteúdo e, secundariamente, um visual mais interessante que o do outro hatch "superior" da Fiat, o Punto -- que agora passa a ocupar na gama da marca, sem ambivalências, o mesmo lugar que o Polo na da Volkswagen. Embora uma olhada rápida já deixe óbvio que se trata de um parente próximo do Punto, o Bravo tem linhas mais suaves, a ponto de parecer menor do que realmente é -- são 4,33 metros de comprimento (o Golf tem 4,2 metros).

A grade dianteira é discreta e o capô tem dois vincos que descem em direção aos faróis, delimitando um  conjunto óptico ligeiramente irregular. A silhueta é suavizada no término da segunda metade, priorizando a "cintura" em vez dos "ombros". As lanternas traseiras são posicionadas horizontalmente (as luzes de ré ficam no parachoques), mas, quando vistas por trás, dão a impressão de não invadirem o paralamas -- parecem redondas, mas não são. O principal toque esportivo é dado pelas rodas, de 16 polegadas na versão Essence e 17 polegadas na Absolute e na T-Jet (esta tem rodas de 18 polegadas como opcional).

Quanto aos equipamentos, que são muitos, vale delimitar claramente os principais itens que cada versão entrega. Vejamos:

Bravo Essence: sai de fábrica com airbags frontais, ar-condicionado, regulagem de altura do banco do motorista, direção com assistência elétrica, faróis de neblina, fixação de cadeirinhas Isofix, piloto automático, iluminação no porta-luvas e no porta-malas, vidros elétricos dianteiros e traseiros (com sistema "one touch" e antiesmagamento) e rádio para CD e MP3.

Bravo Absolute: tem o conteúdo da versão Essence, mais freios com ABS (antitravamento), apoio de braço dianteiro com compartimento refrigerado, ar com duas temperaturas, sistema de interatividade Blue&Me, sensor de estacionamento traseiro, volante revestido em couro com comandos do rádio e iluminação noturna interna especial (Night Design). Vários desses itens podem ser acrescentados ao Bravo Essence como opcionais; por sua vez, há equipamentos que são opcionais apenas na Absolute: sensor de pressão dos pneus, RádioNAV (com tela central e navegação), teto solar elétrico, sensor de estacionamento dianteiro, rebatimento elétrico dos retrovisores, sensores de luz e chuva, cinco airbags extras e troca de marchas em borboletas atrás do volante (apenas com o câmbio Dualogic).

Bravo T-Jet: possui o conteúdo da Absolute (e o mesmo cardápio de opcionais), mais ESP (controle de estabilidade, incluindo sistema antiderrapagem), assistência de partida em aclive (Hill Holder), função Overbooster (semelhante à função Sport em outro carros, mas atuante via acelerador), faróis escurecidos, pinças de freio pintadas em vermelho e escape duplo cromado.

O Bravo tem garantia total de dois anos e revisões programadas para cada 15 mil km; as trocas de óleo acontecem também a cada 15 mil km, ou após um ano de uso -- o que vier primeiro. Todas as versões possuem porta-malas de 400 litros (1.175 litros com rebatimento total) e tanque de combustível de 58 litros. Os motores 1.8 levam o carro a até 193 km/h (etanol), e o 1.4 turbinado vai a 206 km/h (gasolina). Quanto ao consumo, os valores anunciados pela Fiat são de 11,3 km/l e 7,9 km/l na cidade e 16,1 km/l e 11,2 km/l na estrada (gasolina/etanol) para o motor 1.8. Os números do T-Jet não foram divulgados.

Nesta quinta-feira (25), UOL Carros participa de um test-drive do Bravo e publica em seguida suas impressões sobre o modelo.

Viagem a convite da Fiat