J.D. Power chega ao Brasil, prega 'independência' e mira crescente mercado de carros
Nunca se vendeu tanto carro no Brasil. A frase, repetida à exaustão por analistas, é totalmente embasada por números. Apenas no primeiro semestre de 2010 o setor comercializou 1,58 milhão de carros de passeio e utilitários, o que mostra um avanço de 8,98% em relação ao mesmo período de 2009, segundo a Fenabrave (entidade que reúne as concessionárias de todo o Brasil). Esse é o contexto encontrado pela consultoria norte-americana J.D. Power, que recém-chegada ao país abre escritório em São Paulo.
A empresa é especializada em pesquisas que medem a satisfação de consumidores com produtos adquiridos e possui forte atuação no ramo automotivo. “Estamos abrindo o escritório de São Paulo pela representatividade que o Brasil alcançou no setor de carros. Hoje, o mercado brasileiro é maduro e prova disso é que as principais fabricantes de automóveis estão presentes no país”, afirma Jon Sederstrom, Diretor da J.D. Power Brasil.
Apesar de iniciar somente agora sua representação oficial no país, a consultoria já é conhecida dos brasileiros e, em boa parte, por estar no centro de uma polêmica campanha publicitária veiculada em 2009 e 2010 pela Hyundai. No anúncio, a marca afirmava que o SUV Tucson havia sido eleito pela J.D. Power como o melhor do mundo em sua categoria.
No ranking da consultoria, entretanto, o modelo aparecia como o 23º -- e último -- colocado. Richard Cooper, Vice Presidente da J.D. Power no Canadá e América Latina, deixou claro que, após a divulgação, os resultados das pesquisas são de uso público, podendo ser aplicados, por exemplo, em campanhas publicitárias. “O cuidado que tomamos é analisarmos a veracidade das informações divulgadas. Temos uma marca muito forte e é nosso dever garantir nossa independência e credibilidade, tomando as providências que forem cabíveis para que isso aconteça”, disse. Quanto ao caso específico da Hyundai, Cooper afirmou estar ciente, mas preferiu não declarar qual a atitude tomada.
NO BRASIL
A expectativa da consultoria é realizar pesquisas anuais. “Em um primeiro momento, faremos uma pesquisa privada, até como um teste para saber o melhor formato de avaliar o mercado brasileiro e qual metodologia utilizaremos. A primeira pesquisa pública deverá ser concluída em 2011 e fornecerá um panorama dos veículos de acordo com atributos como qualidade, apelo estético, satisfação com o pós-venda e com a marca”, explica Cooper.
Segundo os executivos, o principal desafio será entender como se comportam o mercado e os consumidores brasileiros. “Temos que adaptar nosso método de pesquisa para cada região que atuamos. Europa é diferente dos Estados Unidos, que diferem do Japão. Procuramos não traçar paralelos entre os mercados e, sim, fazer uma análise inicial e agir de acordo com o que encontramos”, sinaliza Sederstrom.
Apesar do escritório da consultoria estar situado em São Paulo, a intenção é medir a opinião dos brasileiros como um todo. “Queremos demonstrar o que o Brasil pensa sobre os produtos. Obviamente, a representatividade de locais com um maior número de consumidores, como São Paulo, acaba sendo maior por uma mera questão numérica”, salienta Cooper.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.