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Renault-Nissan e Prefeitura fazem acordo para uso de elétricos em SP

<b>Nissan Leaf, que deve ter lançamento no Japão e nos EUA este ano, pode vir ao Brasil</b> - Divulgação
<b>Nissan Leaf, que deve ter lançamento no Japão e nos EUA este ano, pode vir ao Brasil</b> Imagem: Divulgação

Da Redação

13/04/2010 18h10

A aliança Renault-Nissan e a Prefeitura de São Paulo assinaram nesta terça-feira (13) um protocolo com o objetivo de estudar o uso de automóveis elétricos na capital paulista. O objetivo municipal declarado é, em conjunto com outras medidas, reduzir as emissões de gases na atmosfera. A frota paulistana já chegou a 6,2 milhões de carros; também rodam em suas ruas 32 mil táxis e cerca de 15 mil ônibus municipais, segundo dados da administração. A cada dia, mil novos carros entram em circulação.

Já o da aliança franco-nipônica é encontrar mercado para o Leaf, seu compacto movido a eletricidade que deve ser lançado este ano, a um preço inicial de cerca de US$ 25.280 para os Estados Unidos. O valor já contabiliza incentivos fiscais -- sem eles, o preço cheio passaria de US$ 32 mil.

Um dos resultados possíveis do protocolo assinado pela montadora e pela Prefeitura pode ser o futuro uso de veículos elétricos pela Companhia de Engenharia de Trânsito (CET), empresa municipal responsável pela gestão do trânsito em São Paulo.

A cerimônia foi realizada na sede da Prefeitura e contou com a presença do prefeito Gilberto Kassab; o presidente e CEO da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, também participou. "A Renault-Nissan tem buscado parcerias com governos e instituições no intuito de encorajar a adoção de veículos 100% elétricos", disse Ghosn. Ele admite que a produção em escala e a comercialização em massa de um modelo elétrico como o Leaf dependem de incentivos governamentais, ao menos inicialmente. Caso contrário, não haveria como concorrer com modelos a combustão.

A aliança Renault-Nissan é um dos grupos automotivos que mais investem na propulsão elétrica, tanto em veículos que podem ser feitos em série -- como o próprio Leaf -- como em carros-conceito. Acordo semelhantes foram feitos pela aliança na Espanha, França e Portugal.

O prefeito Kassab manifestou a intenção de agir para que "parte expressiva da frota" de veículos da capital passe a ser movida por combustíveis limpos. Segundo a assessoria da Prefeitura, uma outra meta dessa operação é melhorar os índices de poluição sonora -- carros 100% elétricos não emitem ruídos.

Uma das grandes dificuldades para uma maior aceitação de carros elétricos, e isso falando em termos mundiais, é o alto custo das baterias e sua autonomia relativamente baixa. Além disso, a recarga geralmente é demorada (pode levar uma madrugada inteira) e faltam estações de abastecimento. O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, disse que o acordo com a Renault-Nissan vai gerar um grupo de trabalho para analisar esse tipo de questão, inclusive a implementação e a manutenção de uma rede de recarga. O Leaf, segundo a Nissan, pode rodar cerca de 160 km com uma carga de bateria

De modo geral, a indústria ainda aposta mais em carros híbridos, com dois motores, um deles elétrico e o outro a combustão (que "liga" para recarregar as baterias do primeiro), como uma fórmula mais exequível de economizar combustível e poluir menos. Essa foi, por exemplo, a solução encontrada por duas rivais da Nissan, a Toyota, com o pioneiro Prius, e a Honda, com o Insight. Entre os elétricos, além do Leaf -- a entrar em produção no Japão, nos EUA e no Reino Unido, nesta ordem --, são esperados para este ano o lançamento do Volt, da General Motors, e do MiEV, da Mitsubishi, sendo que este já roda no Japão.