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Fiat Palio Weekend Adventure Locker ganha câmbio automatizado para encarar o caos urbano

Da AutoPress

Especial para o UOL

02/04/2010 14h45

O consumidor brasileiro adora uma novidade, mesmo que ela não faça muito sentido. O fato é que os veículos com o chamado “espírito off-road” deram certo desde seu lançamento. É o caso de Volkswagen CrossFox, Renault Sandero Stepway e, claro, a perua Fiat Palio Weekend Adventure, precursora deste nicho. Apesar do visual “jipeiro” interessante, são raríssimos os compradores destes modelos que efetivamente pretendem colocá-los à prova em um lamaçal. A grande maioria desfila com os carros bem limpos e polidos pelas cidades. Foi justamente de olho nesse panorama que a Fiat introduziu na Palio Weekend Adventure o câmbio automatizado Dualogic, para atrair os motoristas que enfrentam o engarrafamento dos grandes centros urbanos. A Adventure passa a combinar as tecnologias Locker -- que auxilia o modelo em terrenos irregulares -- e Dualogic para aperfeiçoar o uso da station tanto para lama quanto para o asfalto.

  • Gustavo Epifanio/Infomoto

    Visual robusto e equipamentos como câmbio automatizado e ABS são trunfos dessa Weekend

A união do câmbio, lançado em 2008 no Fiat Stilo, com a versão Adventure deu resultado. Graças ao motor 1.8, a versão é a única dentro da gama a receber o câmbio Dualogic e hoje é responsável por 21,5% das vendas da Palio Weekend no Brasil. Vendas que somaram cerca de 3 mil unidades em março, número significativo quando se analisa que o preço do modelo “básico” parte de R$ 56.700 -- já com itens como ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos, computador de bordo, regulagem de altura do banco do motorista e do volante, entre outros.

A Adventure 1.8 é movida pelo veterano motor flex da General Motors, capaz de gerar 112 cv com gasolina e 114 cv com etanol a 5.500 rpm. Pneus de uso misto 205/70 R15 são os mesmos utilizados em picapes médias e, somados ao jogo de suspensão mais alta e recalibrada, conferem à station uma distância livre do solo de 19 centímetros. O exterior investe na mistura da robustez típica dos veículos com aspecto “off-road” com o design familiar -- e um tanto previsível -- das peruas.

A bordo, os únicos adereços fora-de-estrada são o inclinômetro, longitudinal e transversal, e a bússola digital acima do painel, todos com função mais decorativa que prática. Dotada de série com freio ABS e airbag duplo, mais os opcionais rádio/CD/MP3, Bluetooth, sensores de estacionamento, de chuva e de luminosidade, entre outros, a Palio Weekend Adventure Locker Dualogic 1.8 Flex pode custar mais de R$ 70 mil -- como a versão avaliada. O valor alto chega perto ao de utilitários esportivos com 4x4, mas é equivalente aos de seus rivais CrossFox e Sandero Stepway. (por Marcelo Cosentino)

Impressões ao dirigir: Assim é, se lhe parece

Ao sentar na Palio Weekend Adventure Locker Dualogic a vontade é testar justamente as duas últimas palavras de seu nome, que não chegam a ser novidade. O dispositivo Locker que ajuda o carro em situações extremas já existia no modelo e o câmbio automatizado também faz parte da realidade de Stilo, Linea e Palio. O Dualogic facilitou a vida dos motoristas, é verdade, mas não é uma unanimidade. Desenvolvido com tecnologia Magneti Marelli, o câmbio oferece respostas mais lentas e apresenta “soluços” no modo Drive, principalmente nas marchas reduzidas. Algo comum aos câmbios automatizados e que pode ser resolvido com a troca de marchas manual.
O desempenho do motor 1.8 é bom, com acelerações potentes e boas retomadas. O propulsor é um dos pontos altos do carro, sendo capaz de desenvolver 114 cv com etanol e tendo torque máximo de 18,5 kgfm, já disponíveis em 2.800 giros, e garantir altas velocidades com um pouco mais de ímpeto. Nas curvas de alta, o carro torce um pouco e há uma leve perda da dianteira, mas sua suspensão bem acertada auxilia na manutenção do trajeto. Em freadas bruscas, o Adventure se mostrou eficiente, sem levantar muito a traseira.
A dirigibilidade é boa, a postura do motorista é alta e o ângulo de visão frontal é expandido, diferentemente do traseiro e lateral, onde a visão é limitada. Para compensar, o veículo testado contava com um útil sensor de proximidade para manobras. É difícil também interpretar as informações do computador de bordo, já que exibe algumas abreviações pouco intuitivas. O quadro de instrumentos, porém, apresenta boa visibilidade e todos os botões são facilmente acessados, com exceção do farol automático e da função Locker, o que não prejudica, já que o bloqueio só pode ser acionado com o veículo parado. Não agrada, porém, o contraste de cores, assim como as saídas de ar com aparência antiga.
Os bancos da Adventure são confortáveis, porém o espaço interno deixa um pouco a desejar. Pessoas altas se sentem apertadas tanto na parte traseira como na dianteira, onde o puxador da porta rouba espaço da perna do motorista. O porta-malas segue a proposta das peruas compactas e oferece um bastante espaço. Há uma boa oferta de porta-objetos. O vão da porta traseira é baixo, o que dificulta a entrada dos passageiros. A iluminação interna é eficiente, com luzes na parte da frente, atrás e no bagageiro. No exterior, o visual agrada ao misturar a robustez dos fora-de-estrada com o design das peruas. Ao final do teste, o modelo testado fez a média pouco razoável de 6,7 km/l com etanol e uso 2/3 urbano e o restante na estrada. (ML)