Após caso VW, Mitsubishi admite manipulação em teste de emissões
Após o escândalo da Volkswagen envolvendo veículos a diesel fraudulentos, outra empresa começa a se envolver em problema parecido. Nesta quarta-feira (20), a Mitsubishi admitiu ter "manipulado testes de emissões para apresentar rendimentos de energia melhores". O caso envolve pelo menos 625 mil veículos compactos, alguns construídos pela Nissan.
Após a admissão, a ação da Mitsubishi despencou 15% na Bolsa de Tóquio -- o título perdeu exatos 15,16% no fechamento, a 733 ienes.
"Pedimos desculpas a todos os nosso clientes e às demais partes afetadas", afirmou o presidente do grupo, Tetsuro Aikawa, durante entrevista coletiva no ministério dos Transportes. "Nosso cliente Nissan descobriu divergências entre os números divulgados e os constatados, e solicitou uma revisão", anunciou a empresa. "Decidimos interromper a produção e as vendas dos modelos envolvidos", diz ainda o comunicado.
Dos 625 mil carros envolvidos, 157 mil são eK Wagon e eK Space, pequenos key-cars vendidos no Japão com motor a gasolina. Os outros 468 mil são dos pequeninos Nissan Dayz e Dayz Roox.
O mesmo aconteceu com os carros da Mitsubishi vendidos sob a insígnia da Nissan, no Japão: Dayz micro-car e Dayz Roox..
Ano bom
A Mitsubishi, conhecida pelos modelos com vocação off-road e tração 4x4, Outlander e Pajero, vende quase um milhão de carros por ano em todo o mundo. Para o ano fiscal encerrado em março de 2016, o grupo espera volume de negócios equivalente a 18 bilhões de euros (US$ 20,3 bilhões). Os resultados serão divulgados no próximo dia 27 de abril.
O caso recorda o escândalo da Volkswagen: o grupo alemão, proprietário de 12 marcas e com quase 200 bilhões de euros de volume de negócios, admitiu em setembro que manipulou os motores a diesel de 11 milhões de veículos em todo o mundo para que parecessem menos poluentes do que eram na realidade.
O grupo Volkswagen registrará em 2015 perda de bilhões de euros, provocadas pelas provisões que a empresa deve constituir para enfrentar os custos e indenizações, ainda não determinados, vinculados ao "dieselgate". Além disso, diversos executivos de alto escalão deixaram a empresa alemã.
Até o fechamento desta reportagem, UOL Carros não conseguiu contato com representantes da Mitsubishi do Brasil.
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