Triumph Thunderbird Commander é "grandalhona" ágil
Desenho longo e baixo, muitos cromados, visual clássico e um enorme motor V2 costumam ser os ingredientes de uma clássica cruiser americana. Para criar a Thunderbird Commander, a Triumph acrescentou uma boa dose de "molho inglês" à receita. Em vez de cilindros em “V”, a montadora adotou um propulsor bicilíndrico paralelo de 1.700 cc.
Importada da Inglaterra, a Commander carrega uma bela etiqueta de preço: R$ 53.990. O visual, marcado pelo grande tanque de combustível, guidão largo, ponteiras de escapamento cromadas e conjunto óptico formado por dois eficientes faróis, é imponente. Também chama a atenção o acabamento: cromados reluzentes, pintura de alta qualidade e muito cuidado em detalhes como fiação bem organizada e tampas do motor com o nome do modelo. Tudo bem ao gosto do consumidor das motos “americanas”.
Ao trazer este modelo ao Brasil -- e também a Thunderbird Storm, configuração com visual de moto personalizada --, o objetivo é claro: conquistar parte de um segmento dominado amplamente pela Harley-Davidson.
Quando se monta na Commander, tem-se total noção de como ela é uma moto grande. São 348 kg de peso em ordem de marcha, espalhados por mais de 2,4 metros de comprimento. Para aumentar a sensação de controle ao piloto, a marca projetou o banco a apenas 70 cm do solo, e guidão em formato popularmente chamado de “chifre de touro”.
Como em toda Triumph, é preciso apertar o manete de embreagem para dar partida. O motor, de refrigeração líquida, acorda rapidamente e emite um barulho ritmado, característico de sua arquitetura. A embreagem é surpreendentemente leve, e o câmbio tem engates suaves e precisos.
O propulsor apresenta torque abundante (15,4 kgfm, a 3.550 rpm), potência suficiente para manter boa velocidade de cruzeiro (93,8 cv, a 5.400 giros) e pouca vibração. Faz falta apenas um conta-giros, inexistente no painel de instrumentos. Nele constam só velocímetro, marcador de combustível (ambos analógicos) e uma pequena tela digital com relógio, dados de autonomia e dois hodômetros parciais.
A Commander não é simplesmente uma cruiser americana feita por fabricante britânica. Montada sobre um quadro tubular de aço com motor integrado, possui boa dirigibilidade e distribuição de peso. Manobrá-la, mesmo em baixas velocidades, não chega a ser uma tarefa fácil, porém é bem mais simples do que seu tamanho faz imaginar.
O conjunto de suspensões -- garfo telescópico convencional de 120 mm de curso na dianteira; balança com dois amortecedores, ajuste na pré-carga da mola e curso de 108,5 mm na traseira --, é bem acertado para o conforto do piloto, mesmo em pisos mais ondulados e lombadas. Ajudam nessa tarefa os altos e largos pneus Metzeler, montados em rodas de liga leve de 17 polegadas. É um diferencial no segmento.
A boa desenvoltura continua a aparecer em estradas sinuosas. Não chega a ser como a de uma esportiva, óbvio, mas torna possível contornar curvas com boa velocidade e bastante confiança. Prevendo que as pedaleiras raspassem no chão, inclusive, a Triumph adotou placas substituíveis sob as plataformas.
Os freios -- discos duplos dianteiros flutuantes de 310 mm, mordidos por pinças de quatro pistões, e disco único traseiro de mesmo tamanho, com pinça de pistão duplo -- também se mostraram eficazes no trabalho de parar a "grandalhona". O sistema ABS (antitravamento), de série, também funcionou bem, especialmente sobre piso molhado.
CONCLUSÃO
Com muitas qualidades, a Commander cumpre bem sua proposta. O preço assusta um pouco, especialmente por ser equivalente ao da Harley Fat Boy, bem mais famosa. Mas, se você não for "harleiro" fervoroso e busca uma cruiser diferente, bem acabada, confortável e com porte imponente, este modelo da Triumph tem que estar em sua lista de opções.
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